MPF repatria ouro e diamantes de Cabral
07/03/2020 07:57 - Atualizado em 08/05/2020 20:51
Penas de Cabral, somadas, passam de 280 anos
Penas de Cabral, somadas, passam de 280 anos / Reprodução
Depois de um longo trâmite burocrático, o Ministério Público Federal (MPF) conseguiu repatriar, nessa sexta-feira (06), 4,5 kg de ouro e 27 pedras de diamantes, avaliados em aproximadamente R$ 20 milhões, que estavam na Suíça e foram adquiridos com dinheiro de propina do ex-governador Sérgio Cabral (MDB).
A existência do ouro e dos diamantes foi revelada pelos irmãos e doleiros Marcelo e Renato Chebar em delação premiada fechada com a Lava Jato do Rio de Janeiro. Eles eram operadores do esquema de Cabral.
Outros US$ 100 milhões, cuja existência no exterior também fora revelada pelos irmãos Chebar, já haviam sido repatriados desde o início de 2017, mas trazer o ouro e os diamantes da Europa para o Brasil revelou-se mais complicado, devido a exigências de contratação de transportadoras e seguros especializados.
Somente na última terça-feira, três anos depois, procuradores do MPF embarcaram para Genebra para buscar o ouro e os diamantes, que devem agora ficar num cofre bancário à disposição da Justiça Federal do Rio de Janeiro.
Desde que foi preso, em novembro de 2016, Cabral acumula 13 condenações penais, a maioria no âmbito da Lava Jato do Rio de Janeiro. Somadas, as penas superam os 280 anos. Ele responde ainda a mais de 30 processos criminais ligados a casos de corrupção durante o seu governo (2007 a 2014).
Em fevereiro, o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), homologou um acordo de delação premiada negociado pelo ex-governador junto à Polícia Federal (PF). A Procuradoria-Geral da República (PGR) recorreu, afirmando que a colaboração não pode ser aceita pois Cabral continua a ocultar bens provenientes de casos de corrupção.
O advogado Marcio Delambert, que representa Cabral, explicou que a devolução dos bens já estava prevista em sentença e que o ex-governador inclusive teve pena reduzida pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, por ter confessado e se arrependido. (A.N.)

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