Ponto Final - Na carne
17/12/2019 08:30 - Atualizado em 17/12/2019 08:53
Na carne
A semana promete ser decisiva para o prefeito Rafael Diniz (Cidadania). Além dos problemas com a queda na arrecadação, ele terá uma prova de fogo da sua base aliada na Câmara. Rafael enviou à Câmara um pacote de contingenciamento que prevê mudanças para servidores e hospitais contratualizados. No entanto, desde a semana passada, pelo menos oito nomes governistas ensaiam um racha. A situação do município é grave e pode ser muito pior se não houver um “corte na carne”. Porém, com 2020 batendo na porta, é difícil imaginar que todos queiram arcar com o desgaste na imagem.
Conhecido
Rafael voltou a afirmar que espera a votação dos projetos ainda nesta semana, antes do recesso parlamentar. O cabo de guerra nos não parece próximo de uma solução, no entanto, o prefeito passou o recado aos parlamentares sem se esquecer de um velho conhecido da política goitacá. “Acredito que é uma Casa composta, em sua maioria absoluta, por vereadores com responsabilidade, obviamente, respeitando aqueles que são de oposição e que, como de praxe, não vão votar, mas deveriam. O causador disso tudo é quem lidera esse grupo de oposição. Mas prefiro acreditar que todos tenham responsabilidade de aprovar.
Sem dinheiro
O pagamento do 13º salário dos servidores de Campos até sexta-feira, como determinou o juiz da 5ª Vara Cível do município, Heitor Campinho, parece longe da realidade. Ontem, o procurador-geral do município, José Paes Neto, disse ao Folha no Ar, da Folha FM 98,3, que “por mais bem-intencionada que a decisão tenha sido, não tem o condão de reverter a situação financeira do município”. De acordo com José Paes, não há e não haverá até o dia 20 recursos nos cofres da Prefeitura para pagar no mesmo mês o salário de dezembro e o 13º do servidor. O município vai ao Tribunal de Justiça recorrer da decisão de primeira instância.
Bom ambiente
Apesar dos problemas causados pelas contínuas quedas de receitas no setor público, Campos tem se destacado como cidade onde o ambiente se revela propício aos negócios. O empresário Belmiro Gomes, presidente da Rede Assaí, que aqui instala hoje sua primeira unidade no Norte Fluminense, afirmou que a cidade tem marcado pelo desempenho de sua economia na instalação de micro e pequenas empresas, dados reforçados pela Junta Comercial e Industrial do Estado do Rio. A instalação de empreendimentos como a Assaí um município vem precedido de estudos e pesquisas feitos nestas cidades pelas corporações que controlam suas bandeiras.
Bola fora
O presidente Jair Bolsonaro escorregou feio mais uma vez nas palavras. Chamar o ilustre educador Paulo Freire de “energúmeno” é de um despropósito sem tamanho. Exilado pela ditadura (1964-85), Freire foi um brasileiro ilustre, um dos poucos cuja reputação atravessou fronteiras e se espalhou pelo mundo afora pelo legado humanístico de sua pedagogia, adotada por renomadas instituições de diferentes países. Ao lado de personalidades como Pelé, Tom Jobim e Santos Dumont, entre outros, elevou como poucos o nome do Brasil no exterior. Era tido como uma figura doce e afável. Bem distante do adjetivo proferido pelo chefe da nação.
Indicadores
Mas Bolsonaro fala e sabe por que está falando, menos por suas convicções, mais pelo discurso político ideológico reforçado de uma linguagem que agrada ao seu público-alvo, os eleitores que, haja o que houver, estarão com Bolsonaro. Enquanto ele levanta esses assuntos polêmicos que continuam polarizar o país, o presidente vai fazendo passar suas reformas no Congresso e fortalecendo a política econômica de Paulo Guedes, do inteiro agrado do empresariado e dos grandes investidores. Os indicadores estão aí. Se são sólidos e consistentes, só o tempo dirá. Mas há um considerável grau de otimismo no ar, sim.
Sob controle
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou, ontem, ao comentar a possibilidade de paralisação dos caminhoneiros, que a situação está sob controle. Ele disse que informações recebidas ao longo do fim de semana e também pela manhã mostram que não há problemas de deslocamento nas estradas, nem em questões de segurança energética e no setor econômico. “As indicações [de que não haverá greve] mostram que não. A situação está bem próxima da normalidade, se é que, neste momento, não está normal”, enfatizou.
 

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