FDP! mostra resistência em Campos
Paulo Renato do Porto 02/11/2019 17:53 - Atualizado em 05/11/2019 14:33
Para que o evento não seja definitivamente sepultado, os produtores culturais de Campos decidiram que a terceira edição do Festival Doces Palavras (FDP!) tivesse início justamente neste sábado (2) no Dia de Finados. E, para selar compromisso com a história e o legado dos que já se foram, foi feita uma simbólica visita guiada a túmulos de personalidades campistas no cemitério do Caju. Antes, houve o lançamento da programação na Casa de Cultura Villa Maria. Serão mais de 80 atividades durante todo o mês de novembro, acontecendo em 16 espaços culturais e envolvendo mais de 20 instituições.
A visita guiada no Caju foi uma ideia da curadoria do FDP!, adaptando um projeto da historiadora Sylvia Paes. “A questão é simbólica. A gente não quer que o FDP! morra. Por essa razão, escolhemos fazer esse passeio no Dia de Finados. É um simbolismo de vida para o FDP!. E a gente pretende fazer isso no cemitério do Caju, visitando alguns túmulos de pessoas que escreveram ou, de alguma forma, estiveram ligados com a literatura em Campos”, disse Sylvia.
Entre os túmulos visitados estão os do médico, poeta, escritor e jornalista Manoel Alberto Barbosa Guerra, da jornalista, escritora e poetisa Nina Arueira, e do médico Philippe Uebe, biografado pelo escritor Jorge Renato Pereira Pinto. Durante a visita, comentários sobre a arte tumular.
— O cemitério, quero chamar atenção para isso, tem uma outra forma de escrita: são aquelas inscrições tumulares, que revelam muitas coisas. A própria arte tumular é uma forma de expressão que precisa ser interpretada como qualquer outro texto. Isso aí a gente também vai comentar nesse passeio — frisou Sylvia Paes.
O presidente da Associação de Imprensa Campista (AIC), Wellington Cordeiro, salientou que, mesmo num momento de incertezas e dificuldades, a realização do FDP! representa uma vitória da classe artística de Campos e da cultura campista.
— Diante das dificuldades que passa o município, chegando ao ponto de a Prefeitura deixar de realizar um evento tão importante, por ser uma política pública de cultura voltada para a valorização das tradições locais, a união da classe artística, somando forças a diversas instituições, como a Câmara Municipal, foi um movimento bastante representativo para a manutenção do FDP!. Essa foi uma vitória da cultura campista, e todos os envolvidos estão de parabéns. Agora, é primordial que a comunidade também abrace e prestigie o FDP!. São mais de 80 atividades durante todo o mês de novembro, acontecendo em 16 espaços culturais e envolvendo mais de 20 instituições — ressaltou.

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