"Escandaloso esquema": ex-vereador Thiago Virgílio preso em casa pela Polícia Militar
04/11/2019 21:49 - Atualizado em 16/11/2019 13:03
Genilson Pessanha
O ex-vereador Thiago Virgílio (PTC), condenado a 5 anos e 4 meses de cadeia, em regime semiaberto, na operação Chequinho, foi preso pela Polícia Militar no último domingo na própria casa, no Parque Aurora. Ele era considerado foragido da Justiça desde que o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) expediu os mandados contra ele, Kellinho (Pros) e Linda Mara (PTC), há quase um mês. Os três chegaram a ser eleitos em 2016, mas perderam os mandatos após serem considerados culpados por participação no que o Ministério Público chamou de “escandaloso esquema” de troca de votos por Cheque Cidadão na campanha. Apenas Linda Mara continua foragida. Kellinho se entregou na sede da Polícia Federal de Campos na última quinta-feira e foi encaminhado ao presídio Carlos Tinoco da Fonseca, para onde Virgílio também foi levado após passar por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML).
O delegado da PF Paulo Cassiano informou que vai comunicar nesta terça-feira ao TRE, pedindo a mudança do regime semiaberto para fechado por causa do descumprimento da ordem judicial.
Não é a primeira vez que Linda Mara é considerada foragida da Justiça. Durante a fase de investigação na operação Chequinho, a Justiça emitiu um mandado de prisão contra a ex-vereadora. Apesar de diligências em endereços conhecidos pela Polícia Federal, a ex-assessora particular da ex-prefeita Rosinha Garotinho foi encontrada apenas cinco dias depois, em Copacabana, no Rio de Janeiro, após uma denúncia anônima.
Na saída do IML para o presídio, Thiago Virgílio afirmou que confia na Justiça “Os advogados estão recorrendo e eu tenho certeza de que tudo será revertido”.
O Tribunal Regional Eleitoral entendeu que houve trânsito e julgado na ação após a condenação ser confirmada pelo plenário da Corte na segunda instância.
— As ordens de prisão foram expedidas para Campos pelo presidente do Tribunal Regional Eleitoral em exercício, Cláudio Brandão de Oliveira, e estamos, desde que recebemos esses mandados, diligenciando para tentar cumprir. Não conseguimos localizá-los nos endereços cadastrados, disponíveis no sistema da Polícia Federal. Uma advogada esteve na delegacia representando os interesses do Kellinho (anteriormente), tomou ciência da ordem de prisão do cliente, numa conversa que teve com o chefe da delegacia, prometeu apresentá-lo na semana passada e não o fez. Novas tentativas de localizá-los serão feitas e, se até o próximo domingo (último dia 3 de novembro) eles não se apresentarem, eu farei informação ao juiz de que nós realizamos essas diligências e faremos a sugestão que o juiz mude o regime de semiaberto para fechado — disse Paulo Cassiano na última quinta-feira.
Após a condenação, a defesa dos réus entrou com diversos recursos no TRE. Segundo o desembargador, o objetivo seria protelar o cumprimento da sentença. Enquanto isso, os advogados dos três ex-vereadores conseguiram um habeas corpus com o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), para poderem responder em liberdade até o trânsito e julgado do processo ou nova decisão do STF sobre a constitucionalidade da prisão após condenação em segunda instância.
A defesa dos ex-vereadores informou que já existe um novo recurso no TSE, que considerada a decisão do TRE teratológica, mas que não vai comentar as declarações de Paulo Cassiano. (A.S.) (A.N.A.)

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