Samba adia FDP! para novembro
Matheus Berriel 30/08/2019 18:03 - Atualizado em 27/09/2019 13:29
Rodrigo Silveira
O agendamento do Jardim do Liceu para receber o Samba na Praça no próximo dia 15 e o contingenciamento de despesas decretado em julho pelo prefeito Rafael Diniz fizeram com que a terceira edição do Festival Doces Palavras (FDP!) fosse adiada de 12 a 15 de setembro para o período de 7 a 10 de novembro, no mesmo local onde estava inicialmente previsto. A decisão foi tomada em reunião na última terça-feira (27), no Teatro Municipal Trianon, entre representantes das entidades envolvidas na organização do evento. Em nota, a Prefeitura de Campos informou que o resultado do XXIX Concurso de Contos José Cândido de Carvalho será divulgado durante o FDP!, que pode ainda englobar o XXI FestCampos de Poesia Falada, caso a organização deste não consiga mantê-lo em setembro.
— A gente barrou por duas situações: uma foi um agendamento prévio da praça com o Samba na Praça. A gente tentou uma negociação com eles (os organizadores) e não houve nenhuma possibilidade, eles não aceitaram nenhum tipo de negociação. E a outra questão, que se somou a isso, foi o contingenciamento financeiro da Prefeitura, que acabou inviabilizando também a realização no mês de setembro por questões financeiras. Então, não vamos deixar de fazer, mas vai ser de 7 a 10 de novembro, no mesmo local. A gente vai agora retomar as conversas com os parceiros, que são o Liceu (de Humanidades de Campos), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Câmara Municipal, a Villa Maria e o Sesc (além de um restaurante). A partir de semana que vem a gente volta a negociar com eles essa mudança da data. A programação está praticamente elaborada — disse o presidente da Associação de Imprensa Campista (AIC), Wellington Cordeiro, um dos responsáveis pela curadoria do FDP!.
A situação também foi explicada pela presidente da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima (FCJOL). “A gente precisava ganhar tempo em virtude do decreto de contingenciamento. Também isso. Os maiores motivos foram a questão da liberação da praça, que a gente não conseguiu, e também o decreto de contingenciamento do prefeito, que a gente teve que se adaptar a ele. A princípio, está tudo mantido. Só vamos ouvir os participantes para saber se a mudança de datas mexeu com a disponibilidade deles”, enfatizou.
Contatado pela Folha, um dos organizadores do Samba na Praça, Fábio Carvalho, citou a tradição de o evento beneficente ser realizado sempre no terceiro domingo do mês. “A frequência tem sido muito grande, nossa ideia é fazer no chão, com as pessoas participando em volta. Inclusive, no último teve muita criança, pessoas próximas à gente. E a gente pensa que com as barracas e as coisas que ficam dentro do FDP!, não seria possível. São dois projetos totalmente diferentes — afirmou. — A gente não fez questão de não tocar, tocaria normalmente no domingo de manhã. Mas, há a questão de logística deles, que não combinava com a da gente.
Realizado em parceria pela Prefeitura e o Sesc, o FDP! tem curadoria feita pela AIC, Academia Campista de Letras (ACL) e Associação das Doceiras de Campos. Além destas entidades, também estiveram representadas na reunião de terça-feira a Academia Pedralva Letras e Artes, Academia de Letras do Brasil seccional Campos dos Goytacazes, Editora da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Eduenf) e Incubadora Tecnológica de Empreendimentos Populares (Itep).
A abertura oficial do FDP! está prevista para as 9h do dia 07 de novembro, no Palco Lamparão, com a presença de autoridades do município e representantes das entidades envolvidas. Haverá o plantio de um ipê para simbolizar a realização do evento. A proposta de programação prevê apresentações musicais, contações de histórias, teatro, oficinas culturais e de doceria, apresentações de trabalhos acadêmicos, lançamentos de livros, palestras, atividades físicas e bate-papos.
Entre as mesas temáticas, há assuntos previstos como “Quantos anos afinal? A polêmica da idade de Campos”, “Sou Goytacaz, mas quem foram os Goytacazes?”, “Botequim Ao Gato Preto, um patrimônio campista”, “Poesia e identidade: da antropologia à antropomiofagia”, “José do Patrocínio e Princesa Isabel na perspectiva do movimento negro contemporâneo”, “As muitas pessoas na pessoa de Fernando da Silveira, o intelectual e ‘muso’ do FDP!”, “Cachaça Barra Velha e da Cervejaria Goytacá: tradição e inovação na indústria etílica local”, “Tradição de Cosme e Damião: a doce resistência diante da intolerância religiosa”, “Balbúrdia sim! Barbárie nunca! Liberdade pedagógica para uma educação crítica”, “Cala boca já morreu! Quando o autoritarismo se sobrepõe à liberdade de expressão”, “O porquê dessa gente ser nome de rua”, “Poesia marginal”, “Carnaval campista e seus poetas”, “Hip hop: poesia falada”, “Nina Arueira em diálogo com o feminismo contemporâneo. Permanências no enfrentamento ao conservadorismo campista” e “O cabrunco é nosso? Usos e costumes do termo que mais identifica a fala do campista”.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS