Menino de três anos quer ser gari e ganha festa temática
Virna Alencar e Verônica Nascimento 20/12/2018 22:47 - Atualizado em 25/12/2018 12:42
Ele tem apenas três anos idade, mas já sabe muito bem o que vai ser quando crescer. O pequeno morador do Parque São Benedito, Pedro Lucas França dos Santos Pinheiro já escolheu a profissão e não será a mesma que a do pai, Rogério Pinheiro de Souza, auxiliar de enfermagem, nem da mãe, Queila França dos Santos, gerente de loja. O menino se apaixonou pelas cores do uniforme, pelo caminhão de trabalho e pelo dinamismo e alegria com que atua a equipe que recolhe o lixo de sua rua. E já avisou aos pais: “Quero ser lixeiro!”.
Os pais abraçaram o desejo do menino e, também para realizar a aproximação do filho com homens que ele compara a super heróis, aproveitaram o dia do seu aniversário, 3 de novembro, para promover uma festa temática.
Na ocasião, o garoto e o primo de 4 anos, foram caracterizados com luvas, bonés, tênis e uniformes laranja com faixas refletivas, tudo nos mesmos moldes dos profissionais que garantem a limpeza da cidade.
Segundo Rogério, de 30 anos, desde que o filho tinha dois anos de idade, já demonstrava admiração pelos catadores de lixo que passavam na rua da residência da família. “A festa do lixeiro” foi uma iniciativa do garoto, que trata a profissão como expectativa de vida.
— O entusiasmo pelo trabalho dos lixeiros surgiu naturalmente. Ele sabe os dias e horários que eles passam aqui na rua e fica de plantão, esperando ansiosamente. De longe escuta o barulho do caminhão e, quando os trabalhadores se aproximam, é uma festa. Ele fica vidrado com as cores, com os garis correndo, jogando sacos de lixo na caçamba. É uma festa mesmo — esclareceu Rogério.
De acordo com o pai, Pedro Lucas já fez amizade com os trabalhadores, que posaram com o menino para uma foto “Eles cumprimentam, brincam e abraçam o meu filho. Se por algum motivo, não param para recolher o lixo, Pedro fica tão triste, que chora”, contou Rogério, ressaltando que a equipe da coleta passa todas as quartas-feiras e sábados, às 20h, no bairro.
O auxiliar de enfermagem também contou que, assim como ele, a esposa apoia o desejo do filho, por considerarem a profissão escolhida digna como as demais, primando, porém, sempre pelo estudo da criança.
Pais apoiam escolha do filho pela profissão
Diferente da maioria das pessoas, para as quais a profissão de gari passa, praticamente, despercebida, como se desenvolvessem um trabalho invisível, o menino Pedro Lucas, segundo o pai Rogério, “percebeu, de cara, a importância do trabalho”.
— Geralmente, os meninos desejam ser médicos, bombeiros, policiais ou se impressionam com a profissão do pai. Meu filho quer ser lixeiro. E a gente sente que não é brincadeira dele, nem ‘fogo de palha’. Essa é uma profissão importante e, por isso, eu e a mãe apoiamos a escolha dele, desde que não abandone os estudos — concluiu Rogério.
 
 

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