Suspeitos da morte de professor de educação física em Dores são presos
Verônica Nascimento, Catarine Barreto e Virna Alencar 29/11/2018 09:28 - Atualizado em 30/11/2018 14:40
Foto - Isaías Fernandes
Três homens, de 21, 22 e 29 anos, foram presos na manhã desta quinta-feira (29) por suspeita de participação na morte do professor de educação física Ricardo de Almeida Ferreira, 50 anos, que foi carbonizado em sua residência, no dia 14 de setembro deste ano, no distrito de Dores de Macabu, em Campos. A vítima era natural do Rio de Janeiro e morava no município desde 2012. Os suspeitos foram apresentados durante coletiva de imprensa realizada na 134ª Delegacia de Polícia (Centro), na tarde desta quinta, pelo delegado adjunto da unidade Pedro Emílio Braga e pelo comandante do 8º Batalhão de Polícia Militar, Fabiano Santos Souza. Outro suspeito de 28 anos é considerado foragido. Os mandados de prisão preventiva dos quatro foram expedidos pela 2ª Vara Criminal de Campos.
Segundo Pedro Emílio, as investigações foram iniciadas à época do fato e desde o início surgiram informações anônimas que apontavam na direção dos investigados como responsáveis pelo fato, sobretudo, em função do envolvimento com o tráfico de drogas local e outros crimes violentos.
— Há cerca de um mês conseguimos concluir o inquérito e apurar que os quatro indivíduos eram responsáveis pela morte do professor. Nas oitivas, um dos investigados chegou a imputar aos outros três indivíduos a ocorrência do crime, dizendo, inclusive, que um deles teria assumido o envolvimento no fato. Outras testemunhas avistaram os quatro indivíduos juntos e próximos à residência da vítima no horário do crime, então, o conjunto probatório está bem harmonioso — disse.
  • Suspeitos foram encaminhados à 134ª DP

    Suspeitos foram encaminhados à 134ª DP

  • Suspeitos foram encaminhados à 134ª DP

    Suspeitos foram encaminhados à 134ª DP

O delegado informou, ainda, que o corpo do professor se encontrava em estado avançado de carbonização, o que impossibilitou identificar a causa da morte durante a necropsia. Na coletiva, ele apresentou a motivação do crime apurada nas investigações.
— Foi possível apurar que a vítima era homossexual e costumava contratar programas a esses indivíduos. Com eles, Ricardo mantinha relações sexuais e pagava quantias significativas, o que teria despertando a ganância dos suspeitos. Em um desses programas, de forma orquestrada, combinaram de dar fim à vida do professor para que pudessem levar os bens dele. Não foi possível precisar ao certo, mas se imagina que eles tenham recebido uma quantia em dinheiro um dia antes do crime. Dias depois ao fato, esses indivíduos foram vistos gastando com bebidas e festas — esclareceu o delegado, ressaltando que nenhum pertence da vítima foi recuperado.
De acordo com o comandante do 8º BPM, dez policiais militares e três viaturas participaram da ação nesta quinta-feira na casa de um dos envolvidos. Os três foram conduzidos à Cadeia Pública Dalton Crespo de Castro.
Relembre o caso — O crime aconteceu na rua Capitão Bernardes, próximo à escola municipal Paulo Freire, onde Ricardo trabalhava. Vizinhos do professor perceberam a fumaça nas primeiras horas da manhã do dia 14 de setembro. Na ocasião, populares contaram que uma barra de ferro foi encontrada ao lado do corpo, a porta dos fundos da casa estava aberta e o celular da vítima não foi achado. O carro de Ricardo, um Renault Captur, também foi periciado.
O professor se mudou para o distrito de Dores de Macabu quando, aprovado em concurso público da Educação, começou a trabalhar na escola Paulo Freire. Ricardo residia em Cerejeira, localidade de Dores. Ele também era professor nas escolas municipais Amaro Prata Tavares e no Cemstiac, no Centro de Campos.
 
 

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