Apoio não se transforma em votos
24/10/2018 21:44 - Atualizado em 26/10/2018 18:08
Wilson Witzel (PSC) surpreendeu os analistas e contrariou as pesquisas de opinião para sair do primeiro turno da eleição para o Governado do Estado como o mais votado, com 3,1 milhões de votos, mais do que o dobro de Eduardo Paes (DEM), que aparecia como favorito nas prévias. Mesmo com o massivo apoio das prefeituras do interior, o ex-prefeito do Rio de Janeiro sofreu derrotas em praticamente todas as cidades do Norte Fluminense, com exceção de Quissamã. No entanto, em Campos e São João da Barra os resultados do primeiro turno são ainda mais emblemáticos pelas lideranças locais.
Dos nove municípios da região, Eduardo Paes recebeu o apoio declarado de seis prefeitos. A grande adesão ao candidato do DEM tem explicação também na enorme coligação que Paes formou no primeiro turno com nove legendas (DEM, PP, MDB, PTB, Solidariedade, PSDB, PPS, PV, DC, PHS, Avante e PMN).
O prefeito de Campos, Rafael Diniz, é vice-presidente estadual do PPS, que tem como presidente o deputado estadual Comte Bittencourt, candidato a vice na chapa de Paes e coordenador da campanha dele no interior. No entanto, o candidato do DEM teve a terceira maior votação no município (16,3%), atrás de Witzel (38,6%) e Romário (Pode) (18,8%).
Em São João da Barra, a prefeita Carla Machado (PP) também não conseguiu vencer a onda Witzel no primeiro turno. Ela foi uma das que declarou apoio a Eduardo Paes, que teve 29% dos votos no município, contra 30,6% do candidato do PSC.
No entanto, foi apenas em Quissamã que Paes apareceu no topo da lista dos mais votados entre todos os municípios do Norte Fluminense. O ex-prefeito do Rio obteve 3.402 votos (32,6%) diante dos 2.772 (26,5%) de Wilson Witzel. Segundo a prefeita Fátima Pacheco, o objetivo no segundo turno é aumentar a votação. “Acreditamos que vamos repetir e ampliar a votação. Isso requer mais dedicação e conversa com o eleitor nesta reta final”, disse.
Para o prefeito de Conceição de Macabu, Cláudio Linhares (sem partido), o efeito do primeiro turno se deu pela revolta dos eleitores. “Essa eleição demonstrou a revolta dos eleitores com a corrupção e com os políticos no geral. Só que não dá para votar em um candidato por revolta, onda ou voto útil”.
Além de Campos, São João da Barra, Quissamã e Macabu, os prefeitos de Cardoso Moreira e Carapebus também estão ao lado de Eduardo Paes. Dr. Aluízio, de Macaé, e Francimara Barbosa Lemos, de São Francisco de Itabapoana, não foram localizados. Amarildo do Hospital (PR) apoiou Anthony Garotinho (PRP) no primeiro turno, que teve a candidatura barrada pela Justiça Eleitoral, e não anunciou voto em nenhum candidato no segundo turno até o fechamento desta edição.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS