"Não é hora de aventuras no RJ"
Suzy Monteiro 26/10/2018 10:43 - Atualizado em 28/10/2018 16:32
Rodrigo Silveira
Três vezes deputado estadual e um longo currículo como secretário de Estado — já ocupou as pastas de Agricultura, Abastecimento, Pesca e Desenvolvimento do Interior (por quatro vezes) e Casa Civil, além da coordenação de Desenvolvimento — Christino Áureo (PP) assume, a partir de 2019, um novo desafio: foi eleito deputado federal com 47.101 votos. E, embora estreante como detentor de uma cadeira no Congresso Nacional, Christino já tem os projetos que pretende priorizar. Entre eles, a criação de uma Frente Parlamentar de Petróleo e Energia Renovável. Christino destaca, ainda, que o novo presidente da República precisará pacificar o país. E explica seu apoio ao ex-prefeito do Rio, Eduardo Paes (DEM), para o Governo do Estado, dizendo que ele tem experiência como gestor e articulador político.
Prioridades na Câmara Federal — Durante a campanha a gente trabalhou alguns temas. Um deles é a defesa da nossa região em relação ao petróleo. Nossa região é uma das que mais contribuem para as receitas do governo federal. É uma riqueza muito significativa, especialmente de óleo e gás. E o que recebe de volta é muito pouco. Menos de 2%que contribui em impostos e royalties para a União. Pretendo, junto com a bancada do Estado do Rio, lutar para mudar este quadro. Hoje, a região recebe praticamente uma migalha. Vamos lutar pela justiça fiscal. Outra coisa é o déficit que a região tem na segurança pública. O governo federal precisa reforçar a segurança na região, repassar recursos para o Estado, equipar melhor a Polícia Federal. Um ponto primordial, também, é a questão do saneamento básico. Campos e outros municípios da região têm um déficit grande nesta área, que precisa ser sanado. Quero, também, criar a Frente Parlamentar do Petróleo e Energia Renovável. Já existe no Congresso a Frente em defesa da Agricultura, que é muito forte. Queremos a Frente do Petróleo para unirmos forças em torno desta questão. Mesmo, na luta pelo petróleo, nossa região tem um potencial agrícola muito forte. Vou continuar esta luta, levar irrigação, drenagem dos canais, recuperar os potenciais para que a região seja na área do açúcar e do álcool, o que é para o petróleo. Talvez não como já foi um dia, porque a realidade é outra, mas ter lugar de destaque. Temos outras lutas, como apoio à atração de empresas para a região, dinamizar a região através de investimentos, como fiz quando apoiei a criação da Zona de Processamento de Exportação do Açu.
Rodovias — Também daremos atenção especial às estradas. As não concessionadas não recebem investimentos há anos. Vou lutar pela duplicação do trecho que falta da BR 101 e, ainda, para o aeroporto de Campos ser desenvolvido, aproximando o Distrito Industrial da Codin, que fica perto do aeroporto, de outras áreas de investimentos. O aeroporto de Macaé, por exemplo, estamos lutando para que a concessão saia ainda este ano.
Renovação na Câmara — Vejo que a população enviou um recado de maneira muito clara: quer o Congresso Nacional formado por pessoas que tenham padrão ético e que tenham certa experiência em suas áreas originais de atuação. Pessoas que possam dar conta dos desafios, que serão muitos. Fiquei feliz porque foi escolhido pela população como seu representante na Câmara Federal, após três mandatos como deputado estadual.
Eduardo Paes — É possível virar. Tenho apoiado Eduardo Paes desde o primeiro turno. A votação naquele momento refletiu o chamado voto útil. Foi mais para retirar um determinado candidato do que para colocar algum outro. Reafirmo os atributos de Eduardo Paes: ele vem de uma experiência grande como prefeito do Rio. Fez uma excelente administração. O Rio está entre as 20 maiores cidades do mundo. Ele tem experiência de gestor e de articulação política. Os dois fatores são muito importantes para a recuperação fiscal e financeira do Estado do Rio de Janeiro. Não é hora de aventuras e sim de experiência de quem saberá resolver o problema e tomar medidas importantes para nosso Estado.
Eventual governo Bolsonaro — Qualquer que seja o presidente da República, ele terá como missão principal, buscar reunificar o Brasil. Não podemos continuar permanentemente em um ringue. É preciso que aquele que for derrotado também respeite o resultado das urnas. Outra prioridade será retirar o país desta recessão, um das maiores que já enfrentou. Não é um momento fácil e o Brasil precisa encontrar a pacificação.
Maioria no Congresso — Nada é simples. Mas, o governo sendo respeitado e sabendo dialogar, vai conseguir. O Congresso representa a população, convive e sabe o que as ruas querem. Então o novo presidente terá que respeitar isso e promover as mudanças, que devem acontecer logo no primeiro ano, enquanto ainda tem capital político.
Macaé e 2020 — Ainda está longe. Meu foco está no trabalho em Brasília. Mas claro que quero o melhor para minha cidade, que ela consiga vencer o atraso em que se encontra. O município não cresce, não dá conta de suprir as necessidades mínimas da população. A situação na qual Macaé se encontra é incompatível com a importância que a cidade tem. Porém, como disse, no momento, meu foco está no meu mandato. Vamos deixar 2020 para o tempo certo.

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