Morte de jovem será apurada pela DPJM
Victor de Azevedo e Jonatha Lilargem 29/08/2018 10:35 - Atualizado em 30/08/2018 15:59
Divulgação
A 6ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM), órgão da Corregedoria Interna da PMERJ, localizada em Campos, abriu procedimento interno para investigar a ação dos policiais militares no caso do jovem Layron da Silva Costa, de 24 anos, que morreu no início da madrugada da última segunda-feira, no Hospital Ferreira Machado (HFM), após ser baleado durante uma ação policial, na Praça do Repolhinho, no distrito de Atafona. O jovem não possuía antecedentes criminais, segundo o Instituto de Identificação Félix Pacheco (IFP). Nessa terça-feira  (28), um buzinaço foi realizado durante o cortejo em direção ao cemitério de São João da Barra, onde o corpo do rapaz foi sepultado. Com faixas, o grupo pedia justiça e, antes de chegar ao local do sepultamento, houve uma parada no trevo do Cuíca, em Atafona, onde foi feito mais um ato. Segundo o delegado titular da 145ª Delegacia de Polícia (DP) de São João da Barra, Carlos Augusto Guimarães, a Polícia Civil aguarda a liberação do laudo pericial para prosseguir com as investigações e, em breve, pessoas ligadas a Layron serão ouvidas.
Segundo o cabo Souza, responsável pelo 6ª DPJM, os fatos estão sendo apurados em conjunto com a Polícia Civil. “Foi aberto um procedimento interno para apurar os fatos juntamente com a apuração que está sendo feita com a Polícia Civil. Quem vai poder dizer a circunstância da ação é a Polícia Civil, que fez a perícia. E, a partir do inquérito policial, serão apurados os fatos. Mas já abrimos no nosso procedimento onde será analisada a ação dos policiais. Vamos fechar os autos e mandar para Corregedoria no Rio de Janeiro”, disse.
De acordo com depoimentos de dois policiais militares envolvidos, ambos da 5ª Companhia (CIA), um agente em serviço no DPO de São João da Barra os informou, por volta de meia-noite, que um foragido do sistema prisional estava em atitude suspeita, acompanhado por outros três homens, em duas motos. O suspeito citado seria o suposto chefe do tráfico local e que já teria praticado roubo em ônibus da empresa 1001, além de comércio e residências. Ele teria sido visto na garupa da moto que era pilotada por Layron. Ainda segundo a versão dos militares, o suposto chefe do tráfico atirou contra a guarnição, que revidou os tiros. Um deles atingiu Layron, que caiu da motocicleta.
Durante a suposta troca de tiros, apenas Layron foi baleado. Ele foi atingido na cabeça e socorrido às pressas pelo Corpo de Bombeiros. Inicialmente, foi levado para o hospital Santa Casa de Misericórdia de São João da Barra e, posteriormente, transferido para o HFM, onde não resistiu aos ferimentos e morreu. No local da ocorrência, os policiais apreenderam uma Honda Titan Preta, um revólver de calibre 32 com quatro munições picotadas e um telefone celular.
Pessoas próximas a Layron usaram as redes sociais para desabafar. Durante o velório, amigos da vítima se reuniram com faixas em protesto por justiça e frases de saudade, em frente à 1ª Igreja Batista de Atafona.
Segundo Carlos Augusto Guimarães, os policiais envolvidos no caso seguem trabalhando normalmente. “Ainda não temos nada que indique ter havido excesso dos policiais. Estivemos no Instituto Médico Legal (IML) hoje (terça-feira), mas ainda não tem previsão do laudo pericial ficar pronto. Por lei, há um prazo de dez dias. Estamos no aguardo e, em breve, vamos ouvir pessoas ligadas ao Layron”, disse. 

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