Presidenciáveis com os prefeitos
09/05/2018 10:53 - Atualizado em 10/05/2018 17:11
Reunião da FNP
Reunião da FNP / Divulgação
Em um cenário cada dia mais conturbado na corrida presidencial, 11 pré-candidatos discursaram, nessa terça-feira (8), para prefeitos de todo país presentes na 73ª Reunião da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), em Niterói. Da região, marcaram presença os prefeitos de Campos, Rafael Diniz (PPS), e de Quissamã, Fátima Pacheco (Podemos). Mas o dia não foi de notícias tranquilas envolvendo presidenciáveis. O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa (PSB) surpreendeu ao desistir da candidatura. Preso, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mandou uma carta aos prefeitos da FNP, enquanto vê se desenhar mais uma derrota no STF. Líder nos cenários sem Lula, Jair Bolsonaro (PSL) não foi e não tinha justificado sua ausência na reunião dos prefeitos, mas o deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL), filho do presidenciável, esteve em Campos para um diálogo com o grupo “Direita de Campos” no Centro Universitário Fluminense (Uniflu). Na Lava Jato, mais uma fase foi deflagrada e o nome do presidente Michel Temer (MDB) é citado por delator. Em São Paulo, os ex-marqueteiros do PT João Santana e Mônica Moura confirmaram à Polícia Federal os repasses de caixa 2 para a campanha, em 2012, de Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo e possível substituto de Lula em uma candidatura petista neste ano.
Na FNP, a “Carta de Niterói” foi entregue aos pré-candidatos à presidência, chamando a atenção para o papel das cidades no século 21, defende repactuação federativa em diversos temas e pede “mais Brasil e menos Brasília”. “O Brasil que sairá das urnas em outubro deverá ter como norte o diálogo para decisões compartilhadas para a construção de um Brasil mais democrático, forte econômica e politicamente, que respeita seus cidadãos”, diz o documento.
Prefeito de Campos, Rafael Diniz falou sobre a produtividade do encontro, já que país atravessa um momento difícil, destacando a união de forças. “Por unanimidade, os presidenciáveis entenderam que o prefeito é o principal gestor cobrado pela população e a necessidade de a União fortalecer nosso trabalho, para que possamos garantir municípios cada vez mais produtivos”, destacou o prefeito.
Discursaram no evento, em horários diferentes, os presidenciáveis Manuela D’Ávila (PCdoB), Geraldo Alckmin (PSDB), Guilherme Afif Domingos (PSD), Rodrigo Maia (DEM), Marina Silva (Rede), Álvaro Dias (Podemos), Ciro Gomes (PDT), Guilherme Boulos (PSOL), Aldo Rebelo (SD), Paulo Rabello (PSC) e Henrique Meirelles (MDB). Lula enviou uma carta. João Amoêdo (Novo) também. Bolsonaro não justificou a ausência.
Joaquim Barbosa desiste de ser candidato
Joaquim Barbosa não será candidato à Presidência da República em 2018. O anúncio do ex-presidente do STF foi feito nessa terça, de surpresa, pelo Twitter: “Está decidido. Após várias semanas de muita reflexão, finalmente cheguei a uma conclusão. Não pretendo ser candidato a Presidente da República. Decisão estritamente pessoal”.
Com o cenário conturbado e o combate à corrupção como pauta de maior relevância para opinião pública, Joaquim Barbosa voltou a ganhar destaque na corrida eleitoral. Isso já tinha acontecido em 2014, mas, desta vez, a expectativa foi maior porque ele se filiou ao PSB.
Relator do Mensalão, maior escândalo de corrupção envolvendo o PT até a deflagração da operação Lava Jato, Barbosa registrou dois dígitos na pesquisa Datafolha de 15 de abril e também na do Instituto Paraná.
Em nota, o PSB afirmou que a deliberação de Barbosa foi pessoal e que segue buscando alternativas que contemplem “os amplos clamores populares”.
Votos contra Lula em julgamento virtual
A Segunda Turma do STF analisa no chamado “julgamento virtual” um recurso em que a defesa do ex-presidente Lula pede sua liberdade. Os ministros têm até esta quinta-feira (10) para registrar os votos no sistema, sem a necessidade de reunião — a não ser que algum membro da Turma registre um pedido de vista, o que força o julgamento presencial. Até essa terça, os dois votos registrados eram contra o petista.
O primeiro voto foi o do relator do caso, ministro Edson Fachin. O segundo, que dificulta as chances do ex-presidente, foi o do ministro Dias Toffoli, que muitos esperavam que fosse a favor da soltura do ex-presidente. Na segunda Turma, ainda vão votar Celso de Mello, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski.
A defesa de Lula atira em várias direções. Vai de razões processuais à menção a trecho da Constituição segundo o qual “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”. O ex-presidente está preso desde 7 de abril, condenado no caso do triplex do Guarujá.
Aécio — Nessa terça-feira, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, enviou para primeira instância o inquérito sobre o senador Aécio Neves, por suposta fraude em licitações para construção da Cidade Administrativa, sede do governo estadual de Minas Gerais.
Bolsonaro discursa para “Direita Campos”
Rodrigo Silveira
O deputado estadual Flávio Bolsonaro, pré-candidato ao Senado, discursou na noite dessa terça, em um evento organizado pela “Direita Campos”, grupo que se mobilizou nas redes sociais e conta com mais de nove mil seguidores. O auditório da Faculdade de Direito de Campos (FDC), no Uniflu, estava lotado. Até do lado de fora, seguidores do clã Bolsonaro de toda a região acompanhavam o discurso. Na plateia, policias Rodoviários Federais, fardados e com arma, lutadores de jiu-jitsu, e eleitores de todas as faixas etárias, a maioria jovem.
Filho do pré-candidato à presidência da República Jair Bolsonaro, Flávio defendeu a liberação do porte de arma, o Estado mínimo, e fez discursos contra a corrupção:
— A operação Lava Jato está dando tapa na cara do político a toda hora. E tem gente que pensa que não vai chegar nele, mas vai.
Bolsonaro não poupou críticas à ideologia de esquerda e falou sobre as expectativas para o próximo pleito. “Ninguém tem a ilusão de que em uma eleição tudo vai mudar, mas isso tem que começar”.
Antes do deputado, discursaram membros da “Direita Campos” e pré-candidatos do PSL em Campos. No “Papo Reto com Bolsonaro”, só aconteceram discursos, sem diálogos. No fim, uma longa fila foi formada: a maior parte dos presentes quis tirar uma foto com o deputado. (A.N.A.) (A.N.)

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