Kajuru dispara contra Garotinho
Arnaldo Neto 27/03/2018 10:19 - Atualizado em 27/03/2018 14:07
  • Ex-governador Garotinho

    Ex-governador Garotinho

  • Jorge Kajuru

    Jorge Kajuru

A chegada do ex-governador Anthony Garotinho ao Partido Republicano Progressista (PRP) ainda repercute por todo país. O sempre polêmico jornalista esportivo Jorge Kajuru, que é vereador em Goiânia (GO) e pré-candidato ao Senado pela legenda, não ficou nada satisfeito e disparou críticas. Nas redes sociais, no domingo (25), Kajuru disse que, com a chegada do ex-governador, ele renunciaria ao mandato, sairia da legenda, levando com ele o também jornalista José Luiz Datena e mandaria “o partido para PQP”. Na tarde dessa segunda-feira (26), o post não era mais encontrado. No entanto, por telefone, Kajuru foi ainda mais severo nas críticas ao político da Lapa:
— Datena e eu pensamos do mesmo jeito. Jamais vamos estar em um mesmo palanque, em um mesmo partido de Garotinho. Até porque, na minha opinião, o único partido que deve merecer a filiação do Garotinho é o PCC (sigla da organização criminosa Primeiro Comando da Capital). Nada mais tenho a declarar.
Questionado sobre o porquê do post nas redes sociais ter sido apagado, Kajuru não respondeu. Na publicação, ele dizia contar em seu posicionamento com o Datena e também com o apoio do Jorcelino Braga — presidente regional do PRP Goiás e primeiro vice-presidente da Executiva Nacional.
Garotinho anunciou na semana passada sua filiação ao PRP. Na legenda, ele lançou pré-candidatura ao governo do Rio de Janeiro. A mudança também ecoou em Campos, onde dois vereadores da mesma legenda — Jorginho Virgílio e Silvinho Martins — estão no G5, grupo independente, mas de apoio ao prefeito Rafael Diniz.
Depois de muitos anos como caciques em grandes partidos, a família Garotinho resolveu buscar apoio em legendas menores. E agora foi a vez de Rosinha Garotinho anunciar o seu destino. A ex-prefeita de Campos, que inclusive tem as contas de 2016 na pauta de hoje do Tribunal de Contas do Estado (TCE) do Rio de Janeiro, foi para o Patriota, nova nomenclatura do antigo Partido Ecológico Nacional (PEN).
Ao que tudo indica, os Garotinho apostam em 2018 na tática de guerra de dividir para — tentar — conquistar. Depois de ser destituído da presidência regional do PR, após a terceira prisão em um ano — sendo a última na operação Caixa d’Água, envolvendo também o presidente nacional da legenda — Garotinho fez suspense, mas acabou no PRP. O filho Wladimir, que é pré-candidato a deputado federal, teve o mesmo destino partidário do pai. Já Clarissa Garotinho, que estava no PRB desde que foi expulsa do PR, optou pelo Pros. 
Contas de Rosinha na pauta do TCE
A prestação de contas referente ao ano de 2016, sob responsabilidade da ex-prefeita Rosinha Garotinho, está na pauta de hoje do Tribunal de Contas do Estado (TCE) do Rio de Janeiro. Se não houver nenhuma alteração, a Corte vai emitir, à tarde, o parecer prévio de recomendação, que posteriormente será encaminhado à Câmara. No fim do ano passado, o Ministério Público Especial, que atua junto ao TCE, chegou a emitir parecer recomendando a rejeição das contas.
Para justificar o pedido de rejeição, o Ministério Público Especial apontou entre as irregularidades a realização de despesas sem a devida cobertura orçamentária no valor de R$ 210.560.314,88, o não pagamento de R$69.979.693,24 para compor o mínimo constitucional de 15% das receitas de impostos para a Saúde e um rombo de R$ 243.351.321,80 nas contas do Instituto de Previdência dos Servidores de Campos (PreviCampos).
Ao todo, a procuradoria constatou dez atos de improbidade e nove irregularidades. Em uma das recomendações, o MP Especial aponta para que “o município atente para a necessidade do uso consciente e responsável dos recursos dos royalties, priorizando a alocação dessas receitas na aplicação de programas e ações voltadas para o desenvolvimento sustentável da economia local, bem como, busque alternativas para atrair novos investimentos”.
Após julgamento no plenário, o parecer do TCE é encaminhado à Câmara, que decide em definitivo se aprova ou desaprova as contas. Caso sejam rejeitadas, Rosinha pode ficar inelegível.

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