O reaquecimento do petróleo
Paulo Renato Pinto Porto 15/07/2017 17:27 - Atualizado em 17/07/2017 22:55
Plataforma P-51, na Bacia de Campos
Plataforma P-51, na Bacia de Campos / Felipe Dana/Agência Petrobras
Depois de um ciclo devastador causado pela crise nacional e os escândalos de corrupção que abalaram a Petrobras, somando-se à queda da economia global, que fez desabar os preços das commodities, a indústria do petróleo promete recobrar o fôlego com forte impacto na recuperação das finanças do Estado do Rio, especialmente os municípios produtores da Bacia de Campos.
De acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), os dez leilões de petróleo marcados para o período de 2017 a 2019 deverão injetar 30 bilhões de dólares em investimentos nos campos localizados no litoral do Estado ao longo de um contrato, de 35 anos.
Só nos blocos do Rio, as reservas são estimadas em 4 bilhões de barris de petróleo, que deverão render ao longo dessas três décadas e meia cerca de US$ 8 bilhões em royalties.
E mais: são estimados outros US$ 400 milhões para o estado, no mesmo período, em participações especiais (compensação financeira que incide sobre campos de elevada produção). O pico dos investimentos esperados nos campos está previsto para 2025.
O diretor-geral da ANP, Décio Oddone, destaca o forte impacto econômico que tais descobertas e o seu desenvolvimento poderão trazer de benefícios diretos e indiretos ao Estado do Rio. Oddone explicou ainda que a indústria brasileira de petróleo e gás está passando pela maior transformação possível para ajustar sua estratégia para o futuro.
— Os leilões vão incentivar a volta dos investimentos, o desenvolvimento e a geração de renda — destacou Oddone.
Ao todo, a previsão da ANP é que os dez leilões gerem US$ 83 bilhões em investimentos no país, além de outros US$ 125 bilhões em investimentos indiretos (com o petróleo a US$ 50 o barril). E o potencial total de reservas estimado nas áreas dos leilões é de cerca de dez bilhões de barris.
Base logística e industrial da Bacia de Campos, Macaé, ainda amarga os efeitos da queda das atividades do setor de óleo e gás. Acostumada nos últimos anos a conviver com uma onda demissões nesses últimos anos, a cidade respira os ventos que trazem melhores dias para quem está em busca da tão sonhada oportunidade de trabalhar embarcado numa plataforma de exploração de petróleo, com o retorno das chances de trabalho para diferentes as áreas.
Prefeitos na expectativa de novo cenário
Para o prefeito de Macaé, Dr. Aluízio, presidente da Ompetro (Organização dos Municípios Produtores de Petróleo), a retomada do emprego no município está a caminho com a retomada do fôlego da cadeia petrolífera.
—A retomada da empregabilidade é uma de nossas metas e isso passa pelo reaquecimento do setor de petróleo que influencia toda a cadeia econômica do município. A partir do segundo semestre creio que as empresas do setor já irão retomar seus investimentos — destacou.
Já a prefeita de São João da Barra. Carla Machado, considera a fase de mudança do perfil econômico,
— Vejo a retomada com muito otimismo. Temos pensado nesta fase de mudança do perfil econômico do município E a indústria do petróleo é fundamental nessas transformações em nossa economia — afirmou.

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