Audiência de Garotinho nesta sexta-feira
Aldir Sales 08/06/2017 22:02 - Atualizado em 12/06/2017 09:20
Juiz observou que Garotinho deverá comparecer aos demais atos
Juiz observou que Garotinho deverá comparecer aos demais atos / Folha da Manhã
Está marcada para esta sexta-feira, às 15h, a audiência do ex-governador Anthony Garotinho (PR), convocado pelo Ministério Público (MP) para prestar esclarecimentos no âmbito da investigação penal que apura possíveis fraudes na licitação que originou as polêmicas obras nas calçadas da área central do município no ano passado. Impedido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de pisar em Campos sem autorização judicial desde novembro de 2016, Garotinho teve o depoimento inicialmente marcado para o dia 1º de junho, mas foi adiado após pedido da defesa. Além do ex-secretário de Governo, a esposa dele, a ex-prefeita Rosinha Garotinho (PR) também foi chamada.
A investigação está a cargo do promotor Fabiano Rangel, titular da 1ª Promotoria de Investigação Penal (PIP) do MP, que também é responsável por apurar outro caso envolvendo o ex-governador: o documento entregue em delação premiada pelo diretor da JBS Ricardo Saud. Segundo o executivo do frigorífico, foram repassados mais de R$ 3 milhões em propina ao ex-ministro e ex-senador Antonio Carlos Rodrigues (PR) através da Ocean Link, empresa que atuou em Campos até 2015 e tem como sócios os mesmos proprietários da Working, conhecida prestadora de serviços do governo rosáceo. O nome de Garotinho aparece em uma nota fiscal com o brasão de Campos apresentada por Saud como prova do repasse da propina.
De acordo com o Ministério Público, existem indícios de irregularidades na licitação para obras de pavimentação de ruas do Xexé, no Farol de São Thomé, orçadas em R$ 7,5 milhões, que geraram aditamentos sem novos pregões para a recuperação de calçadas na área central do município sem a autorização dos proprietários dos imóveis ou da Câmara de Vereadores, o que é proibido. O histórico de obras do governo rosáceo já foi colocado em xeque no caso do Morar Feliz, quando os ex-executivos da Odebrecht Leandro Azevedo e Benedicto Júnior admitiram que teriam forjado, junto com a Prefeitura, as licitações para as construções de casas populares em Ururaí de uma forma que apenas uma empreiteira do tamanho da Odebrecht poderia ganhar.

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