Rússia invade Ucrânia e líderes mundiais condenam ataque
24/02/2022 08:15 - Atualizado em 24/02/2022 15:45
Explosão é vista na capital ucraniana de Kiev
Explosão é vista na capital ucraniana de Kiev / Gabinete do Presidente da Ucrânia
A Rússia atacou a Ucrânia nas primeiras horas desta quinta-feira (24). O ataque foi autorizado pelo presidente Vladimir Putin durante a madrugada. Ele justificou a operação militar, afirmando que se destina a proteger civis de etnia russa em Donetsk e Luhansk, cuja independência ele reconheceu na segunda-feira (21).  O ataque teria sido feito pelas fronteiras com Rússia, Bielorrússia e Crimeia. A decisão gerou repercussões por vários países, que foram contrários ao ataque.

A Ucrânia, que já foi atingida por duas ondas de mísseis nesta manhã, informou que pelo menos 50 pessoas morreram. A polícia ucraniana informou que a Rússia realizou 203 ataques contra o país desde o começo do dia, com combates ocorrendo em praticamente todos os lugares no território do país
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que está esperando que os aliados de seu país imponham sanções concretas à Rússia. As Forças Armadas informaram que quatro foguetes balísticos haviam sido disparados contra o território ucraniano a partir da Bielorrússia.

Na cidade ucraniana de Mariupol, no Leste do país, o conselho da cidade afirmou que os bombardeios haviam atingido área residencial e que o número de vítimas estava sendo apurado.

Em seu pronunciamento, Putin justificou a ação ao afirmar que a Rússia não poderia “tolerar ameaças da Ucrânia”. Putin recomendou aos soldados ucranianos que “larguem suas armas e voltem para casa”. O líder russo afirmou ainda que não aceitará nenhum tipo de interferência estrangeira.
Zelensky anunciou, ainda, que impôs a lei marcial no país e pediu que a população permaneça calma. “Caros cidadãos ucranianos, esta manhã o presidente Putin anunciou uma operação militar especial em Donbas. A Rússia realizou ataques contra nossa infraestrutura militar e nossos guardas de fronteira. Ouviram-se explosões em muitas cidades da Ucrânia. Estamos introduzindo a lei marcial em todo o território do nosso país”, declarou em um vídeo divulgado nas redes sociais.

Para o ministro ucraninano de Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, Putin ordenou invasão de larga escala. “Cidades pacíficas da Ucrânia estão sob ataque. Esta é uma guerra de agressão”, escreveu. Já o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia descreveu a ação militar da Rússia como um “ato de guerra”.
Rendição
Segundo a agência de notícias russa RT, vinculada ao governo do país, Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, anunciou que Vladimir Putin está disposto a negociar termos de rendição de Kiev diante os ataques que estão acontecendo nas últimas horas.

Ainda segundo a agência, Peskov disse que Putin expressou sua disposição de discutir com Volodymyr Zelensky uma garantia de status neutro e a promessa de não ter armas em território ucraniano.

“A operação tem seus objetivos, e eles devem ser alcançados. O presidente disse que todas as decisões foram tomadas e os objetivos serão alcançados”, completou Peskov.
Chernobyl tomada
O conselheiro da presidência da Ucrânia, Mykhailo Podolyak, informou que a usina nuclear de Chernobyl foi capturada pelas forças russas.

Ele disse que "não é possível garantir a segurança da área" onde há um depósito de resíduos nucleares e afirmou que essa é uma das "ameaças mais sérias para a Europa no momento".
Um dos reatores da usina de Chernobyl, na Ucrânia - então sob comando soviético –, explodiu em abril de 1986. As emissões nucleares do acidente foram equivalentes a 400 bombas de Hiroshima. Na ocasião, 30 pessoas morreram. A região ao redor da antiga usina não é habitável e é conhecida como Zona de Exclusão.
Em comunicado, a Embaixada da Ucrânia no Brasil afirma que a invasão russa no país é um ato de guerra e tem como objetivo destruir o estado ucraniano, tomar o território à força e estabelecer o controle da ocupação.

A nota diz ainda que o conflito é um ataque à soberania e integridade territorial da Ucrânia, uma grave violação da Carta das Nações Unidas e das normas e princípios fundamentais do Direito Internacional.
Ataque gerou repercussões por vários países
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que a “Rússia sozinha é responsável pela morte e destruição que esse ataque trará”. “Me reunirei (nesta quinta) com os líderes do G7, e os Estados Unidos e nossos aliados e parceiros imporão severas sanções à Rússia”, afirmou.

A União Europeia também criticou os ataques. Segundo a chefe da Comissão Executiva do bloco, Ursula von der Leyen, a União Europeia responsabilizará Moscou pelo ataque “injustificado” à Ucrânia.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, afirmou que “o Reino Unido e nossos aliados responderão de forma decisiva”.
O presidente da França, Emmanuel Macron, condenou a decisão da Rússia. “A Rússia deve encerrar suas operações militares imediatamente”, escreveu Macron nas redes sociais.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, que pare de “atacar a Ucrânia” e dê uma chance à paz.
Já o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, afirmou que a aliança está "trabalhando com a União Europeia, impondo sanções econômicas severas para demonstrar que será um preço muito alto para a Rússia".
Sanções
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, anunciou mais uma série de sanções contra a Rússia. As novas medidas afetam bancos russos e impedem que o país faça transações em libras esterlinas. "Vamos apertar a Rússia, vamos tirar ela da economia global", disse Johnson ao Parlamento.

Ele também anunciou sanções contra Belarus, país aliado de Moscou. 

ÚLTIMAS NOTÍCIAS