Apesar de o presidente Vagner Xavier ter comunicado no último dia 1º que vai deixar o cargo devido a compromissos profissionais no Rio de Janeiro, ainda não há definição quanto ao pedido de antecipação das eleições do clube de maio de 2023 para março deste ano. Em e-mail enviado a Vagner na manhã desta quinta-feira (10), o presidente do Conselho Deliberativo, Octávio Costa Fernandes, solicitou mais informações sobre a decisão de Vagner e fez sugestões para melhor alinhar a possibilidade de adiantamento do pleito.

— Perguntei algumas coisas e sugeri outras. Estamos aguardando a resposta dele. Estamos ainda conversando, até porque o prazo pedido é muito exíguo. Temos muitas coisas acontecendo, a pandemia está bombando. A gente vai ter que renegociar algumas coisas para ver como vai ser definido — disse Octávio à ao blog no início da tarde desta quinta-feira.

Também nesta quinta, o vice-presidente executivo do Americano, Fábio Rangel, confirmou a informação de que, com a saída já anunciada de Vagner, não pretende ocupar a presidência. Ele não havia comentado o tema à imprensa quando a notícia foi divulgada pelo blog, no dia 1º, pois aguardou uma reunião com o presidente.

— O Vagner fez a carta, comunicou ao presidente do conselho e, automaticamente, à diretoria. Isso acabou chegando ao conhecimento da imprensa antes mesmo de eu ter contato com ele, porque ele estava viajando, eu também tenho meus compromissos profissionais. Na sexta-feira passada, dia 4, conseguimos nos reunir. Ficamos por horas conversando sobre o assunto, onde ele pôde reafirmar a decisão dele, apresentando os seus motivos. Acabamos entendendo a alegação do presidente. Também tratamos de outros assuntos, como a situação financeira do clube, a instabilidade financeira, a falta de patrocinadores, o fato de ele estar tocando o futebol do clube praticamente sozinho há quase dois anos — explicou Fábio Rangel.

Segundo Fábio, dois fatores pesam para a sua decisão de não assumir a presidência após a saída de Vagner: compromissos profissionais e a forma como chegou à vice-presidência.

— Eu sou vice-presidente do Americano por causa de composição de chapa. Em mandato anterior, já presidi o Conselho Deliberativo e acabei também sendo vice-presidente executivo, devido ao momento de doença que seu Ariel Chacar vivia. Então, acumulei cargos. Durante os anos, a gente acaba sentindo o peso, principalmente na parte familiar. Quando o Dr. Carlos Abreu definiu que não seria candidato à reeleição, fiz o convite ao Vagner Xavier para se candidatar à presidência do clube. Foi difícil, mas consegui montar uma chapa do Conselho Deliberativo do Americano, com 35 nomes. No período em que o Carlos Abreu foi presidente do conselho, ele fez várias alterações que já deveriam ter ocorrido há muito tempo, e uma delas foi de que todos os membros devem apresentar certidões de Nada Consta. Isso é excelente para o clube, mas dificulta achar nomes de sócios com esse perfil. Felizmente, no Americano isso foi possível e prazeroso. E assim foi feito. Então, fui responsável por essa articulação e consegui fazer uma chapa — afirmou Fábio Rangel.

— Porém, faltando 15 dias para a eleição, o (José Roberto) Menezes me ligou dizendo que, por motivos profissionais e empresariais, não poderia assumir a vice-presidência. Menezes é um grande abnegado do clube e migrou para o Conselho Deliberativo. Não havia outro nome, e então chegou-se ao consenso de eu ser vice. O próprio Vagner convidou. Naquela situação, acabei aceitando. Então, hoje eu me vejo como um auxiliar do Vagner. Mas, não me vejo ocupando a presidência executiva do Americano pela forma como eu cheguei à vice-presidência. E também pela minha vida profissional. Trabalho numa multinacional, viajo várias vezes por semana. É impossível conciliar essas funções. Aguardamos agora a definição do Conselho Deliberativo. Aí, sim, a gente vai continuar a falar sobre o assunto, dando prosseguimento a esse processo — complementou o vice executivo.

O presidente Vagner Xavier vai deixar a presidência do Americano para se dedicar ao Sindicato das Empresas de Asseio e Conservação do Rio de Janeiro (Seac-RJ), onde foi empossado como primeiro empresário do Norte Fluminense a integrar a diretoria.