Homicídio de avô e neto: polícia apresenta mandante do crime
Verônica Nascimento e Ícaro Barbosa 20/11/2019 13:19 - Atualizado em 22/11/2019 13:37
Ícaro Barbosa
O delegado titular da 146ª Delegacia de Polícia (Guarus), Pedro Emílio Braga, apresentou nesta quarta-feira (20), durante coletiva de imprensa, o suspeito de ser mandante do crime que resultou na morte do menino Luis Gabriel, de apenas 5 anos, e do seu avô, Elcilênio Pinheiro da Fonte, de 38 anos, no Parque Canaã, dia 7 deste mês. O homem, identificado pelo delegado apenas como Biraldo, teria determinado a morte do pai do menino, que, na noite em que o filho morreu, estava fora de casa, trabalhando como porteiro noturno em um prédio residencial. Luís Felipe é tratado pela polícia como “vítima pretendida” do homicídio encomendado por Biraldo que, de Guarapari (ES), onde foi preso nesta terça (19), comandaria o tráfico de drogas de Ururaí.
De acordo com Pedro Emílio, o crime envolve guerra da facção de Ururaí com a de Pernambuca, onde o pai do menino residia, até se envolver em uma confusão com um dos integrantes da facção de Biraldo. “Ele teria separado uma briga entre um amigo e um dos homens de Biraldo, segundo ele por causa de um cavalo. Depois disso, esse homem foi morto, em um duplo homicídio ocorrido em Pernambuca e as suspeitas da morte passaram a pesar sobre o pai da criança. Logo depois, o amigo envolvido nessa confusão apareceu morto e ele, que teria sido jurado de morte, temendo pela própria vida, foi morar com os pais em Nova Canaã”, explicou o delegado.
- Biraldo foi o mentor intelectual do crime, ordenando a morte de Luiz Felipe. Traficantes de Ururaí se associaram a traficantes de Nova Canaã, da mesma facção, e, no dia do crime, Biraldo enviou um de seus homens que, junto com os de Guarus, invadiram a casa e abriram fogo, chacinando a todos e ainda deixando ferida a avô do menino, mãe desse homem que era procurado pelo tráfico. No tiroteio, inclusive, os três homens que invadiram a casa acabaram atirando uns contra os outros e um dos criminosos foi baleado no joelho – contou o delegado, lembrando a cena do crime, onde foram recolhidos mais 20 estojos de munição de 9mm.
Biraldo foi preso nesta terça-feira, em uma operação que envolveu a Delegacia de Narcóticos de Guarapari e a 146ªDP/Guarus. Com ele não foram encontrados quaisquer materiais ilícitos e o mesmo não apresentou resistência à prisão. Ele já estava sendo procurado pela Polícia de Campos, em função da guerra de sua facção com a de Pernambuca.
Com a prisão de Biraldo, concluiu-se, em 13 dias, as investigações e foram realizadas as prisões dos suspeitos envolvidos, disponibilizando os acusados, entre executores, facilitadores e o mandante, ao sistema de justiça. O pai, Luís Felipe, do menino de 5 anos, foi considerado pelo delegado da 146ªDP/Guarus “uma testemunha chave para o entendimento dos fatos e, portanto, apreensão dos envolvidos”.

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