Professores de Campos entre os finalistas do Prêmio Paulo Freire
Daniela Abreu 12/11/2019 11:00 - Atualizado em 16/11/2019 12:41
Alunos aprendem sobre sistema solar
Alunos aprendem sobre sistema solar / Divulgação
O Prêmio Paulo Freire, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), vai homenagear, na próxima quinta-feira (14), em sua primeira edição, 86 iniciativas promovidas por profissionais da educação de escolas e universidades públicas de todo o estado. São nove categorias: projeto político-pedagógico; experiência com alunos do Ensino Fundamental; Educação Especial; Educação de Jovens e Adultos; Ensino Médio, Pós-Médio, Técnico ou Profissionalizante; do Ensino Superior; do Ensino à Distância; de experiência pedagógica na área de Inovação, Ciência e Tecnologia; e de Experiência Pedagógica na Educação do Campo. Entre os vencedores estão dois professores de Campos, que atuam em escolas de Macaé e Conceição de Macabu. Outra iniciativa que premia as boas práticas da educação é o Prêmio Shell de Educação Científica, que também tem dois campistas, que atuam em Campos e Macaé, entre os seis finalistas.
Personagem de matéria publicada pela Folha da Manhã em agosto deste ano, Renato Batista está entre os agraciados pelo Prêmio Paulo Freire. Ele dá aulas de geografia para alunos do 6º ano do Ensino Fundamental da escola municipalizada Victor Sense, em Conceição de Macabu, e pôs o sistema solar na palma da mão de seus alunos, por meio da nova tecnologia de realidade virtual. Para ele, que é cria de Guarus e ex-aluno de escola pública, com passagem pela Escola Técnica João Barcelos Martins e Instituto Federal Fluminense (IFF), lecionar é possibilitar um novo horizonte aos alunos.
— Como bem apontava Paulo Freire, a escola se apresenta como local privilegiado à libertação, pois é pela possibilidade de debater, discutir, dialogar que alcançamos a compreensão sobre a realidade, o que torna possível aos alunos escreverem, de maneira autônoma, suas histórias de transformações de vidas. Neste sentido, busco na escola, todos os dias, em sala de aula, contribuir para a formação de alunos críticos e comprometidos com a construção de um mundo melhor, mais justo e fraterno para todas e todos — pontua.
O também campista Antonio José Carneiro Cardoso atua na Escola Municipal Olga Benário Prestes, em Macaé, e desenvolveu o projeto de um café literário intitulado “Ser-tão Nordestino: onde falta água, sobra luz”, com os alunos do 8º e do 9º ano. Para ele, a premiação reconforta em tempos difíceis. “Receber um prêmio com um título de Paulo Freire é muito significativo para um educador que busca práticas pedagógicas inclusivas, libertadoras e contextualizadas com as diferentes realidades dos alunos. Além de ser um forte estímulo àqueles docentes que almejam que o conteúdo aprendido em sala de aula faça sentido para a vida do educando, de modo a promover, de fato, sua emancipação. Em uma época em que a figura do professor se tornou ameaçadora, inimiga e sua palavra desacreditada, é muito reconfortante receber um reconhecimento como esse procedente de uma casa que representa um dos poderes que constituem o nosso estado”.
O prêmio é uma homenagem a Paulo Freire, criador da “Pedagogia da Libertação”, referência mundial da área pedagógica e atual patrono da educação brasileira. “Este prêmio é uma reverência a um dos grandes exemplos da educação no Brasil e um reconhecimento a todos os profissionais que se dedicam diariamente pela construção do conhecimento em sala de aula e até fora dela”, explicou o presidente da Comissão, deputado Flávio Serafini (PSol).
Além de Antonio José e Renato Batista serão premiados: Michele Moraes de Oliveira, de Campos; Cláudio Adão Moraes Andrade, de São João da Barra; Dominique Guimarães de Souza, de Santo Antônio de Pádua e José Mauro dos Santos Farias, de Conceição de Macabu.
Confira (aqui) a lista com todos os vencedores.
Prêmio Shell – Além do Prêmio Paulo Freire, outros dois professores de Campos, colegas de mestrado no IFF, estão concorrendo ao Prêmio Shell de Educação Científica. Gedmar Santos Carvalho, que leciona na Escola Municipal Cláudio Moacyr de Azevedo, e Rafaela Cruz, que atua na Educação de Jovens e Adultos (EJA) na Escola Estadual Benta Pereira, em Campos, concorrem em modalidades diferentes, por porem em prática atividades inovadoras com seus alunos do Ensino Fundamental. “O projeto que eu desenvolvi em Macaé é fruto de uma dissertação de mestrado que fiz no IFF, em Campos, o mestrado nacional profissional de ensino de física. Nesse mestrado a gente tinha que desenvolver um projeto pedagógico para trabalhar em sala de aula, como condição sine qua non, para terminar o mestrado. O projeto visava discutir a história da ciência e experimentação com base nas leis de Newton e o meu foi escolhido entre os seis melhores do estado”, contou Gedmar, que só vai saber sua classificação no próximo dia 27, no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro. Os primeiros lugares ganharão premiação em dinheiro e uma viagem pedagógica para Londres.

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