Dia de Campo com demonstração de uso de maquinário em Sapucaia
Camilla Silva 02/10/2019 15:49 - Atualizado em 05/10/2019 09:14
Campos fechou a safra de cana-de-açúcar de 2019 com a produção de pouco mais de 1,1 milhão de tonelada. A quantidade é apenas 32,5% da capacidade de moagem do município, que pode chegar a 3,5 milhão, segundo o presidente da Associação Fluminense dos Plantadores de Cana (Asflucan), Tito Inojosa, que participou do programa Folha no Ar, da Folha FM 89,3, nesta quarta-feira (2). Para incentivar o setor e aumentar a produção, foi realizado “Dia de Campo” na Cooperativa Agroindustrial do Estado do Rio de Janeiro (Coagro), em Sapucaia, Campos, também nesta quarta. Pela manhã, foram realizadas palestras sobre linhas de crédito e financiamento da lavoura, e, à tarde, uma demonstração do uso de uma máquina utilizada na cultura do aipim que pode ser adaptada ao plantio de cana, que foi cedida pelo município à associação. Nesta quinta (3), o convidado do Folha no Ar é o presidente da Fundação Municipal de Esportes, Raphael Thuin.
Tito Inojosa falou sobre a importância do setor sucroalcooleiro e a decisão do STF sobre a divisão dos royalties, que ele considera que pode gerar um caos no estado e no município. “Principalmente se houver partilhamento dos royalties, o setor sucroalcooleiro pode ajudar a reduzir o problema, pode dar uma resposta mais rápida para a economia da região”, afirmou.
A Asflucan tem a sua disposição duas plantadeiras e um rotocanteirador, que é utilizado no preparo de solo e formação de canteiro no cultivo. No entanto, os equipamentos não são suficientes para atender os 4,5 mil produtores, cerca de 80% de pequeno porte, com áreas de menos de 15 hectares. A ideia do evento é incentivar a adesão a modernização do plantio. “Antes você levava três anos para conseguir pagar a fundação da lavoura, com esse sistema vai ser praticamente possível pagar no primeiro ano. Antes se plantava 10, 12 toneladas de mudas por hectare, com o novo sistema, nós queremos trabalhar com 5 toneladas, isso representa, também, uma redução de custos”, acrescentou.
— Em uma operação só você prepara o solo, coloca o calcário, subsola, deixa o solo pronto, para depois você passar o sulcador. Aí vem com a máquina de aipim adaptada para cana, que foi cedida pela prefeitura à Asflucan. Com isso, a gente sai de custo de fundação de lavoura de R$ 4,6 mil por hectare para um custo de R$ 3 mil hectare. Esse incremento vai acelerar o segmento sucroalcooleiro na nossa região — afirmou Tito Inojosa.
Há mais de 40 anos atuando no setor, o produtor Ivanilson Santos Vieira esteve no evento. “Estamos cultivando e preparando para plantar em fevereiro. Essa máquina para para nós é novidade. Nós estamos muito atrasados. Ela vai ser bastante útil, mas precisamos pensar em máquinas até maiores para aumentar nossa produção”, afirmou.

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