Odebrecht fala em ação que Lula é réu
12/04/2018 10:22 - Atualizado em 12/04/2018 18:38
Ato pró-Lula na BR 356
Ato pró-Lula na BR 356 / Divulgação
Preso desde sábado (7), em Curitiba, pela condenação no caso do triplex do Guarujá, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também é réu em outro processo da Lava Jato, que apura a compra de um terreno pela empreiteira Odebrecht para o Instituto Lula e uma cobertura à família de Lula, em São Bernardo do Campo. O empresário Marcelo Odebrecht, que delatou o esquema, foi interrogado, nessa quarta-feira (11), pelo juiz Sérgio Moro para esclarecer conteúdo de mensagens anexadas ao processo. Já em Campos, uma manifestação contra a prisão do petista fechou a BR 356, na altura de Martins Lage. O ato contou com a participação de integrantes do grupo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Outro petista preso pela Lava Jato, Antônio Palocci não tevê seu Habeas Corpus julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão ficou para esta quinta-feira (12).
No depoimento de Marcelo Odebrecht, o segundo no processo, ele falou sobre como ocorreu a compra do prédio para o Instituto Lula. O empresário contou ainda que, inicialmente, o compromisso era apenas comprar o terreno para o Instituto Lula, mas depois começaram pedidos para a manutenção da área e reforma e construção do prédio. Na mesma audiência, o juiz Sérgio Moro autorizou a defesa de Lula ter acesso a todo o conteúdo do HD apreendido com o empresário Marcelo Odebrecht, e não apenas à troca de mensagens eletrônicas apresentadas por ele na ação que envolve supostas vantagens pagas pela empreiteira.
Protesto — Manifestantes fecharam a BR 356, na manhã dessa quarta-feira, na localidade de Martins Lage, em Campos. O protesto é contra a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os participantes do ato atearam fogo em galhos e pneus. O trânsito foi interditado nas duas pistas e durou mais de uma hora. O ato contou com a presença de integrantes do grupo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Diferente do que aconteceu em outros pontos do país, não houve nenhum registro de violência.
Os manifestantes levaram vários cartazes para demonstrar apoio ao político. Alguns participantes do ato mostraram insatisfação com os assassinatos da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes, que aconteceram no dia 14 de março, durante uma emboscada no bairro do Estácio, no Rio de Janeiro. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), foi formado um congestionamento de cerca de seis quilômetros.
Na semana passada, durante os atos de apoio a Lula em 24 estados e no Distrito Federal, jornalistas chegaram a ser agredidos por militantes do petista. A fachada do prédio onde mora a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, foi pichada de vermelho durante um ato do MST. No Rio, o prédio da Justiça Federal também foi alvo de vandalismo durante as manifestações. De acordo com a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), pelo menos seis repórteres foram agredidos ou ameaçados.
Palocci — O STF adiou para esta quinta-feira a conclusão do julgamento do pedido de liberdade feito pela defesa Palocci, condenado a 12 anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em um dos processos a que responde na Lava Jato. Na primeira parte da sessão, por 6 votos a 5, a Corte rejeitou o pedido de Habeas Corpus por questões processuais. Para a maioria, a defesa deve protocolar outro HC porque o decreto de prisão preventiva do ex-ministro foi substituído pela sentença, que determinou o regime inicial fechado. No entanto, o relator do caso, Edson Fachin, chegou a votar no mérito da questão, mas os ministros decidiram retomar o julgamento hoje. (A.N.A.) (J.L.) (A.N.)

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