Militantes fazem protestos em vários estados em apoio a Lula
06/04/2018 12:33 - Atualizado em 09/04/2018 18:52
Apoiadores de Lula em frente ao Sindicado dos Metalúrgicos
Apoiadores de Lula em frente ao Sindicado dos Metalúrgicos / Reprodução de vídeo
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conta com o apoio de militantes reunidos em frente ao Sindicado dos Metalúrgicos, onde está abrigado desde a noite dessa quinta (5). Durante a madrugada, pouco antes de 1h, Lula cumprimentou os militantes que estavam no segundo andar do prédio do sindicato. Em vários estados do país, representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e apoiadores do ex-presidente Lula também realizaram protestos. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, foram registrados 37 bloqueios, ao longo desta sexta, em rodovias do Brasil em diferentes estados, como Espírito Santo, Pernambuco, Mato Grosso, Paraná e Alagoas. Por volta das 14h30, a PRF anunciou 16 interdições simultâneas, com maior concentração no estado da Bahia. 
Em Minas Gerais, cerca de 400 pessoas interditaram a RJ 116 com galhos e pneus em chamas. Na Bahia, a situação não é diferente. Manifestantes também do Movimento Sem Terra bloquearam a RJ 235. Durante um protesto na cidade de João Pessoa, no estado da Paraíba, uma mulher foi baleada na perna.
No Paraná, manifestantes também se concentraram em duas rodovias estaduais em atos a favor do ex-presidente. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, os apoiadores fecharam a BR 743 e a BR 158. A Polícia Militar acompanhou o movimento
Reunião dos integrantes do PT Campista — Insatisfeitos com a determinação da prisão do ex-presidente Lula, representantes do Partido dos Trabalhadores (PT) de Campos se reuniram nesta sexta-feira, na sede do partido campista, no Centro, para discutir se será realizado um protesto de apoio ao político. A pretensão dos integrantes do PT é de que seja realizado um ato para mostrar a insatisfação com a prisão do ex-presidente.
Homem agredido sofre traumatismo — Na noite dessa quinta-feira, um manifestante favorável à prisão do ex-presidente foi agredido em frente ao Instituto Lula, em São Paulo. Pessoas que testemunharam a cena relataram que houve uma discussão entre ele e militantes do PT, que teriam empurrado o homem. Ele teria batido a cabeça em um caminhão que passava pelo local.
Após o confronto, o homem foi atendido no Hospital São Camilo. Na unidade hospitalar, foi constatado o traumatismo craniano, segundo informações do G1, e ele foi operado. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo não informou se vai investigar o caso.
Violência contra jornalistas - Ainda nessa quinta-feira, jornalistas e fotógrafos foram agredidos e ameaçados por pessoas contrárias ao pedido de prisão do ex-presidente. AAssociação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) divulgou nota citando casos em Brasília e em São Bernardo do Campo (SP).
Em Brasília, pelo menos 30 manifestantes avançaram sobre um carro do Correio Braziliense em frente à sede da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e quebraram um dos vidros. Uma repórter, uma fotógrafa e o motorista estavam no veículo. Os manifestantes também gritaram ofensas à imprensa e ao jornal. Ninguém ficou ferido. Também na capital federal, um dos manifestantes ameaçou a equipe do SBT, que chegou a ser cercada. “Vocês vão sair daqui pro bem de vocês”, o manifestante disse ao cinegrafista Magno Lúcio, que estava acompanhado de uma produtora. Um fotógrafo da Reuters também foi hostilizado e teve de deixar o local.
Em São Bernardo do Campo, Nilton Fukuda, da agência Estadão Conteúdo, foi atingido com ovos ao registrar manifestações em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. O agressor vestia uma camiseta da CUT.
Na nota, a Abraji repudia as agressões e hostilidades às equipes do Correio Braziliense e do SBT, ao fotógrafo da Reuters e a Nilton Fukuda. "A violência contra profissionais da imprensa é inaceitável em qualquer contexto. Impedir jornalistas de exercer seu ofício é atentar contra a democracia. Os autores devem ser identificados e punidos pelas autoridades", diz a nota.

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