Intervenção na segurança: Operações começam em municípios de divisas com outros estados
20/02/2018 11:03 - Atualizado em 26/02/2018 15:33
Temor e alerta
Como esta coluna mostrou nas suas duas últimas edições, os estados do Espírito Santo e Minas Gerais, que fazem divisa com o Rio de Janeiro, inclusive com Campos e outras cidades região, temem a migração da criminalidade da capital fluminense por conta da intervenção federal e já haviam recorrido ao ministro da Justiça, Torquato Jardim, para evitar problemas futuros. Uma preocupação que também já faz parte da rotina de quem vive em municípios do interior do Rio, diante de um cenário já marcado pela violência que se assemelha aos dos grandes centros.
Na divisa
O temor levantado pelos outros estados e também pelo deputado estadual Bruno Dauaire (PR), vice-presidente da Comissão de Segurança da Alerj, que pediu diretamente ao interventor, o general do Exército Walter Braga Netto, um planejamento para evitar que a bandidagem da capital migre ainda mais para o interior, parece ter surtido efeito. Tanto que a 1ª ação após o anúncio foi o início uma operação nas divisas do estado, dando destaque a BR 101 no acesso ao Espírito Santo. Em Campos, a companhia do Exército está de prontidão.
De perto
O prefeito de Campos, Rafael Diniz (PPS), também está acompanhando a situação da intervenção e espera por mais segurança para o município. Ele esteve na reunião no Palácio Guanabara, no último sábado, com o presidente da República, Michel Temer (PMDB) e outras autoridades. “Estivemos no encontro para iniciarmos as discussões sobre alternativas e soluções para a segurança pública no Estado do Rio, mas especialmente no interior do Estado e na nossa cidade, que é a maior do Norte Fluminense”, destacou Rafael em vídeo publicado em rede social e também no site da Prefeitura.
E a Reforma?
As discussões políticas e econômicas em torno da intervenção ainda vão longe. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, informou que está suspensa a tramitação da reforma da Previdência, por conta da medida. No entanto, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, voltou a dizer ontem que a Reforma da Previdência é “prioridade número um”, mesmo com a intervenção federal na segurança do Rio. “Acho que antes de se definir o número de votos e se é possível aprovar, acho que não cabe ficarmos discutindo planos B, porque isso serviria evidentemente para desviar a atenção do fundamental que é a aprovação da reforma”, ressaltou Meirelles.
Febre amarela
A situação é de alerta em todo Rio de Janeiro também em relação à febre amarela. Os casos no estado não param de crescer e em dez dias 17 novas confirmações da doença foram feitas, resultando em oito mortes. Com os novos registros, já são 74 casos constatados neste ano. O informe epidemiológico divulgado na noite desta segunda-feira (19) pela secretaria de Estado de Saúde revela ainda a morte de seis macacos com a doença, um deles em Araruama, na Região dos Lagos. Ao todo foram 11 animais encontrados mortos em 2018 até agora.
Outro Dia D
Com o objetivo de ampliar ainda mais a cobertura vacinal contra febre amarela, o estado vai realizar no dia 3 de março, um novo Dia D de vacinação contra a doença. A mobilização acontecerá nos 92 municípios e dá continuidade à estratégia da secretaria, iniciada no ano passado para imunizar cerca de 14 milhões de pessoas em todo o território fluminense. Até agora, já foram aplicadas cerca de 9 milhões de doses da vacina em todo o estado. Agora o desafio é imunizar os outros 5 milhões que ainda não buscaram os postos de vacinação.
Falta de vacinas
E por falar em vacinação, diante da falta de abastecimento de doses por parte do Estado, neste mês, a Vigilância Epidemiológica da secretaria municipal de Saúde de Campos comunicou que o estoque das BCG, Pentavalente e Antirrábica está limitado. No caso da vacina BCG, que protege contra a tuberculose e é aplicada em recém-nascidos, os pais deverão fazer um agendamento no Centro de Referência e Tratamento da Criança e do Adolescente (CRTCA 2), ao lado da Cidade da Criança, quando as doses esgotarem nas maternidades. Com relação às vacinas pentavalente (contra tétano, difteria, meningite, coqueluche e hepatite B) e antirrábica, a imunização será realizada enquanto durarem os estoques.
José Renato

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