Filme revela os bastidores do samba
Jhonattan Reis 27/07/2017 18:04 - Atualizado em 31/07/2017 15:11
Cineclube Goitacá
Cineclube Goitacá / Antônio Leudo
O documentário brasileiro “Coração do Samba” (2012), dirigido por Theresa Jessouroun, foi apresentado no Cineclube Goitacá, na sala 507 do edifício Medical Center, no Centro, nessa quarta-feira (26), pelo pesquisador e professor Marcelo Sampaio. O longa-metragem revela, pela primeira vez num filme, as entranhas da bateria da escola de samba Estação Primeira de Mangueira.
Antes e depois da sessão, Marcelo Sampaio ressaltou, mais uma vez, que a palavra “paixão” define o filme.
— É o que faz com que tudo aquilo aconteça, com que as pessoas se dediquem tanto para que aquela orquestra popular entre na avenida por tantos anos. “Coração do Samba” é uma obra que foi feita com paixão e que, inclusive, me causa paixão ao assistir — disse, continuando:
— O documentário ainda nos dá histórias deliciosas, como a guarda dos instrumentos na casa de Tinguinha, que é o fundador da bateria da Mangueira, porque a quadra onde eles ensaiavam era pequena. E eles diziam que iria ficar na casa de Tinguinha porque a dele era a que tinha menos goteiras. Ou seja, não era a que não tinha goteiras, mas a que tinha menos.
O apresentador da noite destacou o trabalho da diretora Theresa Jessouroun.
— É um filme que demorou de 2004 a 2011 para ficar pronto. Tinha muita chance de dar errado, pois, no começo das filmagens, houve o assassinato de um diretor de bateria da Mangueira, Robson Roque, o que envolveu várias polêmicas. O clima deve ter ficado pesadíssimo. Mas a diretora lidou muito bem com isso e o documentário foi à frente. Inclusive, logo no início dos créditos ela coloca: in memorian Robson Roque.
O documentário ainda aproveita depoimentos do filho de Tinguinha, Elmo dos Santos, ex-presidente da Mangueira e atual diretor de Carnaval da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio (Liesa). “E Elmo foi presidente campeão em 1998, empatado com a Beija-Flor. É importante ressaltar que a bateria é uma parte importantíssima de uma escola de samba. Tanto é que quando uma pessoa vira mestre de bateria, vira referência na comunidade”, falou Marcelo.

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