'A política tem que encontrar caminhos', diz prefeito
Arnaldo Neto, Aluysio Abreu Barbosa, Cláudio Nogueira e Matheus Berriel - Atualizado em 25/06/2022 09:34
Propostas indecorosas – E aí, falando um pouquinho sobre a pergunta anterior, impeachment não é caminho para ninguém, para nada, nunca, numa democracia. Nunca. A política tem que encontrar caminhos. É preciso dar um passo atrás e dialogar. Mas, se esse for um desejo da oposição, que tem que se ver livre dos Garotinho, se eles quiserem o meu impeachment, deixa eu dizer uma coisa bem clara: eu tenho 37 anos de vida. Não é ser prefeito mais um, dois, três ou quatro anos que vai mudar o que eu sou ou a vai mudar a minha vida. Eu posso recomeçar em qualquer profissão. Eu sou um cara novo, sou trabalhador, vou correr atrás, vou viver a minha vida, vou cuidar da minha família. Então, eu não tenho preocupação nenhuma com “ah, vamos acabar”. Eu estava com deputado federal, vim para cá tentar ajudar a minha cidade, e acho que estou contribuindo muito com ela. Acho que o caminho do impeachment, se é isso mesmo, que eu já ouvi, vocês já ouviram que eles querem fazer, eu acho que eles vão estar cometendo um crime contra a cidade, porque isso não se faz num processo democrático, onde o povo me elegeu com 122 mil votos. Mas, eu não tenho preocupação alguma do ponto de vista pessoal. Eu só acho que não é por aí que se faz política. Mas, que bom que foi levantado esse assunto, para que o povo saiba qual é a verdadeira intenção por trás de quem disse que quer fazer pacto pela cidade. Tem vereadores lá, alguns, não são todos, de oposição, dizendo que querem um pacto pela cidade. Desculpa, não é. O que eles dizem nos bastidores da Câmara é que eles querem a minha cabeça, querem o meu impeachment. Eu já ouvi isso um monte de vezes. Então, vamos sair do discurso de demagogia para fora e vamos dialogar de verdade. O que é possível fazer? Se eu tiver que sair porque eu não quis abrir mão de princípios pessoais fora do que é possível, eu saio de cabeça erguida. Não tem problema nenhum. Agora, eu já recebi propostas indecentes e indecorosas de vereadores... E aí, repito não são todos. Mas, eu já recebi proposta indecente, indecorosa, de vereador de oposição para fazer acordo. Eu não vim para cá para isso. Eu não vim ser prefeito para isso. Teve vereador que chegou ao cúmulo de dizer que queria ser sócio da Prefeitura. Não vou aqui dar nome para não criar celeuma e não criar processo, não criar nada. Mas, teve vereador que chegou ao cúmulo de dizer que queria ser sócio da Prefeitura. Eu tive que botar ele para fora do meu gabinete. Então, dentro do que é possível no diálogo da política, do entendimento político, de espaço político, tudo é válido. E eu estou aqui para entender, para dialogar, para conversar. Agora, se quiserem o meu impeachment porque eu não vou fazer o que não é possível, aí fica a critério da cabeça de cada um. Eu vou seguir a minha vida, porque eu tenho a família para poder criar.
Você participou da decisão de antecipar a eleição da Mesa? – Essa decisão foi da seguinte forma: Fábio disse que tinha maioria. Eu falei: “Quem tem maioria, vota. Se tem maioria e nós vamos ganhar, antecipa a eleição e vota”. Durante o processo ali dos dias, eu fui vendo que não tinha maioria. E aí, ele disse que ele tinha maioria. E eu: “Olha, estou vendo que não tem maioria. Se tem maioria, vamos votar e vamos ganhar. Se tem maioria, coloque e vote”.
Seu pai orientou o contrário... – Meu pai disse que não era para votar. Ele falou isso mesmo, abertamente. Mas, eu disse: “Pai, o Fábio disse que tem maioria”.
Anthony Garotinho falou para não votar minutos antes da votação, no viva-voz – Realmente, ele falou assim: “Rapaz, não precisa votar isso agora. Não vota”. E Fábio dizendo que tinha maioria. Eu falei: “Se tem maioria, vota”. Quem conhece a temperatura e sabe a temperatura dentro da Câmara, mais do que o prefeito, é o presidente da Câmara. E ali ele foi enganado, traído por Maicon Cruz, que não só assinou um papel, como foi para dentro dos gabinetes, deu a mão aos vereadores e fez uma oração em nome de Deus. Isso não sou eu quem estou falando, foram os vereadores que falaram publicamente. Ele, além de ter assinado um papel para votar em Fábio, deu a mão aos outros 12 vereadores, fez uma oração em nome de Deus, chegou na hora e fez o contrário. Quem vai responder depois perante ao tribunal divino não sou eu, não é nenhum outro, é ele. Mas, se deu dessa forma. Fábio falou que tinha maioria e podia antecipar. Eu falei: “Quem tem maioria, vota”. O Garotinho, na época, orientou: “Para que vai votar isso agora? Não vota”. Eu falei: “Quem tem a maioria, vota. Quem sabe a temperatura é ele”. Ele, infelizmente, foi traído. Quem estava sentado na presidência na hora da sessão não era eu. Fábio é um cara muito correto, muito decente, eu gosto muito dele. Houve um erro de condução, ponto, acabou. Mas, dizer que ele teve a culpa sozinho? Não. Ele disse que tinha maioria. Eu confiei que ele tinha maioria e falei: “Se você tem maioria, quem tem maioria, bota (na pauta)”. Talvez, se eu tivesse dito “não bota”, e isso eu não fiz, ele não teria botado.
Como diminuir o muro na Câmara para o lado da situação? – Eu acho que a gente tem que dialogar. Política, ela é feita de diálogo. E existem questões que, para mim, são intransponíveis, porque são princípios pessoais. Eu não vou abrir mão dos meus princípios pessoais para me tornar o que eu não sou. De maneira bem clara. Se eles usam métodos diferentes para cooptar apoios, eu vou dentro do limite do que é possível se fazer. Espero que todos estejam entendendo o que eu estou querendo dizer. A Prefeitura tem um tamanho, o Estado tem outro tamanho. Dentro do que a Prefeitura pode fazer, eu vou dentro do limite do que é possível fazer. Ponto. Eu não vou abrir mão dos meus princípios pessoais. Eu tenho dois filhos para criar, sou casado, eu sou marido. Repito: se quiserem comprar a Câmara inteira, se quiserem usar métodos nada republicanos para poder ter lá maioria para fazer meu processo de impeachment, eu vou viver a minha vida. Eu não vou entrar nesse jogo. Estou aqui dizendo abertamente, podem gravar e me cobrar lá na frente. Então, a porta está aberta, o diálogo está aberto. Tudo o que for possível fazer de maneira republicana, transparente, do normal do jogo político, eu entendo tudo isso. Mas, tem coisa que não dá. Respeitando quem pensa diferente, eu acho que a política precisa entender que o momento é outro.
Prefeito Wladimir Garotinho
Prefeito Wladimir Garotinho / Genilson Pessanha
Renegociação com a Caixa – Só para dar uma informação um pouco mais apurada, na verdade não foi feito empréstimo com royalties em garantia. Lá atrás, foi feita uma cessão de crédito com barril de petróleo em garantia, o que é muito diferente, porque é pela sua produção. Vou dar um número qualquer aqui, por exemplo: você produzia 100 barris e tinha que dar X barris para ir abatendo o crédito. Portanto, como nunca vai deixar de ter produção, a produção pode ser menor ou pode ser maior, então você tinha uma moeda de pagamento que sempre ia existir, que era o barril do petróleo. Como o governo passado não honrou o compromisso com a Caixa Econômica Federal, e aí não tem como não falar, se criou um montante acumulado de barris num valor impagável, que já estava chegando a R$ 1,3 bilhão. É simplesmente impagável. Se a Caixa Econômica executasse a dívida, o município de Campos ficaria insolvente. Quebraria o município de Campos, porque existia uma programação de pagamento que não foi cumprida. Foi ajuizada uma ação que a Caixa Econômica ganhou ao final. Criou-se uma bola de neve. Não tem aquela história de juro sobre juro? Ali tem as duas coisas: barril sobre barril mais juro sobre juro. Então, a juíza, ao dar a decisão favoravelmente à Caixa Econômica Federal, ela não manda executar, ela pede que os dois entes negociem, devido ao tamanho do problema que se causaria. Foi quando a gente começou a procurar a Caixa Econômica. A minha irmã deputada Clarissa Garotinho intermediou uma reunião. No dia, ela não pôde ir, o senador Portinho foi me acompanhando. Ele foi uma peça também fundamental nessa renegociação. E o que se foi construído foi aprovado por unanimidade pelo conselho gestor da Caixa Econômica. O acordo, vamos dizer assim, ainda não foi assinado. A Caixa mandou para a Prefeitura, que fez algumas considerações, mandou de volta para a Caixa e está aguardando o contrato final do acordo chegar. Então, esse contrato ainda não foi assinado. Mas, em que bases ele foi construído? É dinheiro contra dinheiro. Acaba a história de barril. É diferente. A dívida, hoje, ela é de R$ 1,3 bilhão. Você vai pegar a dívida e, daqui para frente, não vai mais contar nem juro. A Prefeitura tem que pagar essa dívida consolidada. Ela não será mais corrigida. A Prefeitura vai ter que pagar 10% do que arrecadar de royalties e participação especial até quitar essa dívida. Se calcula uma participação média, que, com os valores de hoje, levaria em torno de 20 anos para se pagar a dívida total. Mas, se a produção aumentar, o tempo é menor. Se a produção diminuir, o tempo é maior.


Apoio até outubro a Cláudio Castro ou a Garotinho? – Eu vou esperar desenrolar o prazo legal, vou esperar definir 100% as candidaturas para depois eu me posicionar. Eu sou filho, respeito muito a trajetória do meu pai. Acho que foi político brilhante da sua época, da sua geração. Não concordo com todas as posições e opiniões. É diferente, até por uma questão geracional, é normal, faz parte do processo de evolução. Mas eu acho que está cedo para a gente discutir isso. Eu vou esperar as coisas acontecerem, vou esperar as candidaturas se definirem. Sempre disse e repito que o Cláudio Castro me ajudou muito no período mais complexo, que foi assim que eu assumi. Ele me ajudou muito naquele momento, sou muito grato. Acho que a cidade de Campos também precisa reconhecer isso. Então, eu prefiro esperar as coisas desenrolarem, as coisas acontecerem.

Pré-candidaturas do grupo a deputado estadual – O grupo sabe abertamente qual é a minha opinião. Já foi discutido, já foi conversado, acho que até exaustivamente. Eu tenho certeza e convicção de que o grupo, na hora certa, no frigir dos ovos, vai ter as suas candidaturas bem consolidadas. Hoje, é normal que as pessoas busquem o seu espaço. Nós não temos só o Juninho Virgílio (União) e o Bruno Dauaire (União). Você tem outros dois vereadores da minha base (Thiago Rangel e Marcos Elias) que são candidatos. E eu acho que é legítimo que cada um busque o seu espaço. Eu já passei pela sensação de querer ser candidato e ser tolhido. Eu já passei por isso.

Pelo seu pai. – Por compromisso político. Ele tinha um compromisso político e disse para o filho dele: “Olha, não dá”. E eu, naquele momento, tive que entender que não dava. Mas, também não me sentia representado pela candidatura posta, que não me representava e não representava uma grande parte do grupo que queria um outro caminho dentro do próprio grupo, uma renovação de ideias de projetos. Apoiei o Bruno Dauaire, fomos vitoriosos naquela eleição. Depois, fizemos uma dobradinha e ganhamos a eleição em 2018, ele para estadual e eu para federal. Só que mais do que o papel do líder, que é dizer “olha, você vai e você não vai”, é o entendimento das pessoas da importância do projeto e da sequência do projeto político, de não sair cada um correndo para vários lados. É importante que se tenha a força concentrada para eleger representantes da cidade e do grupo político. Mas, eu fico me indagando qual vai ser esse momento de as pessoas entenderem que é preciso e é necessário às vezes recuar. Eu não vou impor nada a ninguém, não é o meu estilo de fazer política. Eu pretendo que as pessoas entendam, eu pretendo que as pessoas compreendam que o grupo precisa ter representantes. Se saírem quatro, cinco, seis candidatos, daqui a pouco acaba não elegendo ninguém. Isso é ruim para a cidade, inclusive porque perde representante. Mas, isso é uma decisão que vai caber às pessoas que tenham maturidade para entender. Eu não vou impor nada a ninguém, não é o meu estilo, não é o meu papel. Cada um é responsável pelos seus atos.

Todas são pré-candidaturas do grupo político ou há voos solo? – Todas as pessoas (Bruno Dauaire, Juninho Virgilio, Mauro Silva, Thiago Rangel, Marcos Elias a estadual, Clarissa Garotinho e Marcelo Mérida a federal) são do grupo. Obviamente, o deputado Bruno Dauaire já é deputado, ele já tem uma grande parte do grupo que o apoia, apoiadores já antigos, de duas eleições, que têm o seu espaço próprio com ele na Alerj, são assessores dele. Ele vai ter o espaço no grupo. Agora, eu não vou tolher as pessoas que têm os seus sonhos, as suas vontades pessoais, mas eu acho que as pessoas precisam ter consciência de que é preciso ter viabilidade. Todos terão o apoio do grupo, de uma forma ou de outra. Só que eles também precisam se viabilizar. Não é obrigação do grupo eleger. É diferente. Vou deixar um exemplo de uma pessoa que eu gosto muito, acho que ele tem os méritos dele, acho que ele representa um segmento importante: o pastor Marcos Elias. Ele é um candidato da minha base, um cara muito correto, um cara muito bacana, pastor da Assembleia de Deus, e ele precisa ser candidato por conta de uma questão do segmento que ele representa. “Ah, o governo não vai ajudar”? Vai ajudar. Tanto que ele tem o espaço dele enquanto vereador dentro do governo. Esse espaço vai trabalhar para ele. Ele, inclusive, pediu mais espaço, mais ajuda, e no que for possível nós vamos ajudá-lo, porque é uma pessoa que merece ter o seu reconhecimento. Como por exemplo o Thiago Rangel. Tem espaço dentro do governo e ele tem viabilidade própria. Thiago é um cara que, na pessoa física, ele é muito dono de si. É um cara que é dono de rede de postos de gasolina, tem recurso próprio, tem voo próprio e tem apoio do nosso grupo. E o tamanho que ele tem, o espaço que ele tem na máquina vai ajudá-lo, vai apoiá-lo.

Risco de pulverização – Todo mundo que tem o seu sonho, a sua pretensão e o seu espaço terá o seu espaço. Eu não vejo problema nisso. Eu só acho que, em algum momento, a conta precisa ser feita da seguinte forma: todo mundo tem o seu sonho e o seu desejo, mas a cidade precisa ter representante. Mas, eu, pelo meu estilo de ser, pelo meu estilo de fazer política, não vou impor nada a ninguém. Eu acho que uns tem mais viabilidade do que outros. Só acho perigoso saírem cinco, seis, sete candidaturas e acabar não elegendo ninguém. É perigoso. Mas, é uma avaliação que o grupo tem que fazer como um todo.

Os outros podem esperar do grupo o mesmo apoio que Clarissa e Bruno? – Os dois naturais já têm um espaço consolidado dentro do grupo muito maior. É isso que as pessoas precisam entender. Vou dar um exemplo qualquer aqui: nós temos uma liderança forte num determinado bairro. Aquela liderança, pelo histórico de Bruno já estar indo para o terceiro mandato, já tem um compromisso com ele. Então, as pessoas também não podem me cobrar apoio naquele espaço porque já existem lideranças consolidadas que já vêm do histórico. Mas, fora isso, as pessoas têm que se viabilizar. O próprio Bruno, eu digo a ele. Bruno é muito meu amigo pessoal. Eu falo: “Bruno, você já tem um espaço consolidado, mas você tem que cavar mais espaço. É natural. Porque os outros também estão cavando espaço”. É do jogo político. O espaço, ele tem consolidado, tem muitos secretários que vão apoiá-lo. Ele fez uma reunião de prestação de contas agora recente, que eu vi as fotos, foi uma reunião muito boa, muito expressiva. Ele está também buscando apoio, procurando pessoas, andando. Ele tem apoios de dentro da máquina, de alguns secretários, alguns subsecretários, como a Clarissa tem, como o Marcelo Mérida tem, como o Juninho tem, como o Thiago Rangel tem, como todos têm.

Você espera fazer quantos deputados estaduais e quantos federais? – Eu acho que a gente tem possibilidade... Acho que a cidade de Campos vai eleger quatro deputados estaduais e dois federais. Acho que dois do nosso grupo e possibilidade de eleger dois federais, dependendo do que for feito fora de Campos também. Prefiro não arriscar nomes. Mas, é importante que se diga, só Campos não dá eleição a ninguém. Então, as pessoas precisam se viabilizar também fora daqui. Não adianta achar que vai: “Ah, vou ser candidato para fazer 20 mil votos em Campos”. Primeiro que é difícil para estadual fazer 20 mil votos em Campos. Não que ninguém faça e ninguém ultrapasse, é possível que faça e é possível que ultrapasse. Mas, é muito pulverizado. E fazer só 20 mil votos em Campos, que é um bom número, não basta. Tem partidos aí de candidatos em que você precisa fazer 35 mil votos para ter chance. Então, se o cara fizer 20 mil votos em Campos, que é um número alto e bom, ele ainda vai ter que fazer mais 15 mil votos fora. A pessoa precisa se viabilizar.

Identificação com quem na eleição presidencial? – Tem duas coisas que precisam ficar claras, que eu sempre disse e que se confundiu muito de um tempo para cá. Princípio pessoal não tem nada a ver com ideologia política. De um tempo para cá, as coisas se misturaram. Não tem nada a ver uma coisa com a outra. Eu, do ponto de vista de princípio pessoal, sou conservador. Então, por isso, pelos princípios pessoais, eu seria mais identificado, então, com o Bolsonaro? É isso? Mas, eu sou conservador de princípio pessoal. Isso é um princípio pessoal, não é ideologia política. No campo da política, eu sou mais progressista, mas também não me identifico com os candidatos postos. Eu gostaria que tivesse uma terceira opção viável. Mas, ela não apareceu, ela não existiu. A gente vai ter que escolher entre os nomes que estão aí. No primeiro turno, é uma eleição que ainda tem outros candidatos, mas a polarização está tão grande que essa eleição pode até acabar no primeiro turno. Algumas pesquisas dizem, e tem gente que “ah, em pesquisa não dá para confiar”, mas pesquisa, se for feita de maneira correta, é o retrato de um momento. O momento pode mudar amanhã, mês que vem. E muda. Dependendo dos fatos, o retrato muda. Mas, o que as pesquisas dizem é que a eleição está polarizada. Ponto. Que não vai ter outro caminho, essa é a nossa realidade. Eu, por princípio pessoal, repito, sou conservador, então, por isso, eu me identificaria mais com a pauta bolsonarista? Do ponto de vista de ideologia política, que é diferente do princípio... Confundem muito, parece que virou tudo uma coisa só, e não é uma coisa só... Eu sou mais progressista. Mas, repito, gostaria que tivesse aparecido uma terceira opção. Ela não apareceu. Então, a gente vai esperar um pouco mais para tomar a decisão que nós vamos seguir, porque acho que ainda tem algumas coisas para acontecer, tanto na eleição federal quanto na eleição estadual.

Nota de 0 a 10 para o próprio governo municipal – Eu me cobro muito, eu cobro muito do meus dos meus secretários. Acho que a gente evoluiu muito de um ano e meio para cá, e muitas questões precisamos evoluir ainda em outras. Precisamos avançar ainda mais do que já avançamos em outras. Mas, eu acho que a gente tem muito mais a comemorar do que a reclamar. Nós estamos fazendo uma entrevista aqui de mais de duas horas, e temas como Saúde e Educação, que são dois temas essenciais, importantes, como assistência social também, e não foram sequer abordados, porque estão funcionando. Houve ali momentos difíceis na secretaria de Educação que foram superados. O Marcelo Feres conseguiu equilibrar a rede, chegou material, merenda de qualidade, uniforme está chegando. As escolas estão passando todas por reforma e manutenção. Eu acho que o governo evoluiu muito em todas as áreas. A agricultura evoluiu muito. A gente já fez mais de 400 km de estrada vicinais. Estamos com um projeto para construir pontes no interior. Então, eu dou nota sete para o governo, sabendo que tem muito a melhorar em vários aspectos, mas pedindo que a população continue acreditando e confiando.

Palestra do Leandro Karnal – Teve uma polêmica essa semana em que um vereador disse que fez uma cotação e que custaria R$ 45 mil a palestra do Leandro Karnal. Primeiro, só para lembrar a ele que R$ 45 mil é o valor da palestra online, não da palestra presencial. Na palestra presencial, o custo é maior. Além disso, existe um custo extra, que não é o da palestra online, porque essa palestra seria retransmitida ao vivo e gravada para usar posteriormente. Existe ali direito de imagem do próprio Leandro Karnal. Mas, o que eu queria dizer é que quem está tocando isso não sou eu, é a secretaria de Educação, é o secretário. Só para a gente não macular o evento que vai acontecer. Nós vamos fazer em Campos o Fórum Regional de Educação, vai contar com outros municípios, com professores, diretor de escola. Vai ser um evento muito bacana que vai ser realizado em agosto. Mas, como fiquei sabendo do assunto, o assunto criou uma polêmica, eu procurei entender um pouco também. E, se houver alguma coisa ali que não possa estar dentro, enfim, a gente também está aqui. Se tiver que dar um passo atrás e recuar, não tem problema nenhum. Eu só queria dizer que vai acontecer um evento importante em Campos, que é o Fórum Regional de Educação. Que o evento não fique maculado por conta do disse-me-disse.

Solares do Colégio e dos Airizes – O Solar do Colégio, que é o nosso Arquivo Público, o dinheiro está na Uenf. O projeto está pronto. Agora, depende da Uenf. Está pronto. O projeto foi feito, foi desenvolvido, foi orçado. Conseguimos o recurso, já está depositado na conta da Uenf. O que eu, enquanto prefeito, posso fazer é cobrar da Uenf. Entendo que existem trâmites burocráticos, trâmites administrativos. As pessoas têm que entender que o dinheiro está lá e que pode ocorrer de ter até que devolver se não usar. O reitor até diz que não, que está numa conta, está parado. Mas, o que me foi dito na Alerj é que esse dinheiro pode voltar se não for usado. Nós conseguimos o recurso, fizemos o projeto, está lá. Eu falo sempre com a Rafaela (diretora do Arquivo) sobre esse assunto, falo sempre com a professora Auxiliadora (presidente da FCJOL) sobre o assunto. O dinheiro está lá. Inclusive, agora há pouco tempo, o Estado refez a sessão do prédio para a Prefeitura por mais 20 anos. Sobre o Solar dos Airizes, ali a questão é bem mais complexa, porque é uma decisão judicial que diz que a Prefeitura é obrigada a tomar conta, a não deixar cair e a restaurar. Eu até discordo veementemente, mas é uma decisão judicial. Ela tem que ser cumprida. O projeto de restauração, todo ele sempre é feito em etapas, porque você não sabe o que você vai encontrar numa restauração. Com certeza vai acontecer: a hora que você for escavar ali qualquer ou qualquer solo ou qualquer chão no Solar dos Airizes, você vai encontrar cemitério, vai encontrar corpos. É difícil você conseguir orçar e planejar o custo total de uma obra de restauração, porque ele pode ir aumentando a cada etapa. O custo estimado inicial daquela obra do Solar dos Airizes é de quase R$ 50 milhões. O projeto inicial, que é a reforma do telhado, o escoramento do prédio e das janelas, já está aprovado pelo Iphan. Porque é assim também que funciona, ele vai sendo aprovado por partes. Você nunca aprova um projeto de restauração inteiro, ele é aprovado por partes.

Teatro de Bolso – Teatro Bolso foi reformado. Ele foi pintado, reformado, consertado o telhado, e ganhou uma caixa cênica que nunca teve. Nunca teve mesmo. Uma caixa cênica moderna, de primeiro mundo, para os artistas locais. O Trianon é o teatro dos grandes artistas, das das grandes plateias, dos grandes eventos. O Teatro de Bolso, não, ele é a casa do teatro dos artistas locais. Está muito bacana, muito bonito. A gente vai reinaugurar domingo, às 11h, com presença da secretária estadual de Cultura, Danielle Barros, porque também é uma parceria ali da Prefeitura com o Governo do Estado. O Governo do Estado, através do incentivo fiscal, conseguiu um parceiro para doar a caixa cênica, e a Prefeitura fez todos os outros reparos no Teatro de Bolso. A caixa cênica, se eu não me engano, através de uma parceria com a Uerj. Parceria de secretaria estadual de Cultura, Uerj e Prefeitura de Campos para a caixa cênica, que é talvez o grande chamariz dessa nova inauguração.

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