Calçada ainda sem reparo preocupa moradores no Parque Rodoviário
Moradores do Parque Rodoviário e bairros adjacentes têm reclamado do desmoronamento de uma calçada no entorno do valão na Rua José Naked, em Campos. A situação tem preocupado pessoas que circulam pelo local tanto pedestres, quanto motoristas. Já no bairro vizinho, Parque Julião Nogueira, moradores tem reclamado de falta de infraestrutura e manutenção. Eles relatam esgoto transbordando constantemente, buracos nas ruas, fiação caída no chão e outros.
Além do desmoronamento da calçada, o valão, que fica em uma área movimentada próximo a um shopping, posto de combustível e rede atacadista, apresenta água com coloração escura e está parcialmente coberto por alta vegetação, reforçando a sensação de abandono.
Alice Barbosa mora na região há seis anos e destaca que a situação do valão não é de hoje. “Essa estrutura da calçada que caiu tem muito tempo e a prefeitura não se mexe. Pode ver que só está degradando e aqui é uma área movimentada de shopping e a prefeitura abandonou essa área. Acho que eles deveriam olhar mais para cá e terminar de fazer essa urbanização. Não fizeram calçada e não cercaram o valão. Fizeram de qualquer jeito. A única coisa que colocaram foi o paralelepípedo. Está tudo inacabado”, contou.
Vídeo situação do entorno do valão:
Ela relata ainda outro problema recorrente: descarte irregular e acúmulo de lixo no local. “O problema é sempre o mesmo. Esse valão está horrível com muito lixo. Mas eu acho que também é uma questão de princípios e educação, porque as pessoas também não respeitam. Não adianta a prefeitura vir, recolher e as pessoas no outro dia jogarem lixo de novo. Aqui tem o entulhódromo, mas na minha opinião, fecha muito cedo, às 17h. Aí a pessoa que trabalha e que faz obra em casa, geralmente o horário que tem para tirar seu entulho ou lixo é à noite. Então 17h já está fechado e o que acontece? Os terrenos ao redor da beira do valão estão vazios e aí as pessoas vêm e jogam lixo”, comentou Alice.
Jean Carlos é membro da comissão de moradores do bairro e mora na Rua Epitácio Pessoa. Ele compartilhou com a reportagem diversos registros em vídeo feitos ao longo do tempo. Um dos problemas mais frequentes é o vazamento de esgoto que ocorre há anos, desde antes da rua ter sido asfaltada. Uma gravação feita em junho deste ano destaca a situação.
“O cheiro dentro da minha casa está insuportável de novo. É sempre assim. Eles vêm, fazem um paliativo e vão embora. Depois quando a gente reclama, eles colocam a culpa na chuva ou na calha das casas. Só que não está chovendo. Nem ontem, nem hoje e nem na semana passada que vazou também... está cheio de esgoto aqui. Os carros passam e jogam a água nas crianças que passam por aqui. Aqui é caminho de criança e está repleto de água na rua. O cheiro é insuportável”, disse Jean.
Vídeo gravado em maio de 2019:
Vídeo gravado em junho de 2025:
Ele comentou ainda que foi realizada uma reunião com a concessionária Águas do Paraíba para tratar do esgoto. No entanto, segundo Jean, não houve resolução.
“Já estivemos inclusive na empresa Águas do Paraíba, conversando com o superintendente da referida empresa Juliano e com o chefe de engenharia Silas, que prometeu como sempre resolver os problemas de vazamentos de esgoto sanitário e até hoje não resolveram. Ainda colocam a culpa nas calhas de caimento de águas pluviais, das residências, porém a maioria das vezes que ocorrem os vazamentos, nem chovendo está. Estivemos até acompanhados de vereador, porém, ficou somente na promessa”, contou.
Jean fez um pedido para que melhorias sejam feitas no bairro que sofre há anos com essas situações. “Peço encarecidamente que as autoridades municipais tomem providências e investiguem de quem é a responsabilidade dessas bagunças de fios espalhados pelas calçadas do nosso bairro. Muitas crianças passam por aqui para irem à escola e à creche que ficam aqui nas imediações”, pediu.
Em nota, a Prefeitura de Campos informou que está em diálogo com o Governo do Estado do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria de Estado do Ambiente, para viabilizar a recuperação do trecho citado. “A demanda já foi apresentada pelo prefeito ao governo estadual, e as equipes técnicas das duas esferas estão em tratativas para definir a melhor forma de execução da recuperação da área”, disse a nota.
A Folha entrou em contato com o Governo do Estado que indicou o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) para falar sobre a situação. O órgão informou que caso em questão está sob a atribuição do poder municipal.
Sobre os questionamentos de falta de iluminação pública por parte dos moradores, a Superintendência de Iluminação Pública informou que já realizou manutenção na rede elétrica das ruas do Parque Julião Nogueira. Em relação à área da beira do valão, a equipe explicou que não há postes instalados no local, o que inviabiliza a iluminação. Mas, o órgão disse ainda que está sendo feito um levantamento técnico para que, posteriormente, seja possível a instalação de postes e luminárias também nesses trechos.
A reportagem também contatou a Águas do Paraíba, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.