Anos 70. Recém chegado do Rio, o jornalista Celso Cordeiro Filho substitui Carlos Alberto Sampaio como colunista social em A Notícia.
Jovem, vindo da metrópole e confessadamente influenciado pelo polêmico, mas muito lido, Daniel Más, do Correio da Manhã, Celso põe em prática um colunismo ágil, informativo e recheado de pontuações irônicas.
A seção da coluna de maior ibope é a “entregação do dia”, uma descrição ácida de algumas festas pomposas.
Em uma delas, Celso detalha as comemorações dos 15 anos de uma jovem endinheirada que recebeu seus convivas num belíssimo espaço, muito bem decorado com profusão de flores.
Mas, por volta das duas da manhã, o uísque — chamado de amarelinho — começa rarear.
Na coluna, Celso é taxativo: "é preferível ter economizado no décor e garantido o néctar dos deuses”.
Maria Izabel, mulher de Hervé Salgado Rodrigues, diretor do jornal, protesta:
— Hervé, meu filho. Minhas amigas insistem em querer explicações sobre o comportamento desse menino. Ele é inteligente, mas muito revoltado.
Por algum tempo, Celso ainda faz a coluna. Mas a pressão é grande e Hervé acaba trocando-o de função.
Na despedida, Celso coloca a sua própria foto fazendo um gesto fenício para espantar o mau olhado.