Foi sepultado, na tarde desta quinta-feira (8), o corpo do trabalhador rural Ivanildo da Silva Felizardo, que morreu durante uma queimada em um canavial na RJ 224, em Campos, nessa quarta-feira (7). O sepultamento aconteceu no cemitério Campo da Paz e foi acompanhado por familiares e amigos de Ivanildo.
Segundo a irmã do trabalhador rural, Genise Felizardo, a família está buscando esclarecimentos pela morte de Ivanildo. Ela diz que ele morreu por volta das 10h30 de quarta-feira, mas os responsáveis pelo trabalho só avisaram a família às 17h. Ela afirmou que o irmão estava em seu primeiro dia de trabalho e tinha sido registrado dias antes.
Ivanildo
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“Eu estou revoltada e nossa família está revoltada. Eu não quero prejudicar ninguém, eu quero que seja feita a justiça e busquem o que aconteceu com o meu irmão. Vamos para a Justiça, sim. Até o fim ", garantiu Genise.
O irmão da vítima, Amaro Jorge Felizardo, também disse que a família vai ajudar nas investigações. “Vamos ajudar a Polícia Civil nas investigações. Amanhã, estaremos na delegacia para registrar o boletim de ocorrência. Espero que a justiça seja feita para que isso não venha acontecer com outras famílias”.
Pela manhã, Amaro Jorge já tinha informado à Folha que o irmão estava no primeiro dia de trabalho. “Era o primeiro dia de trabalho. Ele contratou anteontem e foi trabalhar ontem. E aí eu fiquei sabendo, fiquei sabendo que eles colocaram fogo na cana por volta de dez e meia para onze horas. E ele foi a única vítima”, informou.
O caso e as investigações De acordo com o 2º Destacamento de Bombeiro Militar (DBM), os agentes foram acionados às 15h45 para verificar um incêndio em um canavial na RJ 224, próximo à Usina Canabrava, onde encontraram o Ivanildo morto. Um outro homem ficou ferido.
Segundo o delegado Ronaldo Cavalcante, titular da 146ª Delegacia de Polícia, o trabalhador estava cortando cana-de-açúcar a serviço de uma empresa. O delegado disse, ainda, que uma perícia já foi realizada no local, mas a linha de investigação ainda não está definida.
A polícia recebeu a informação de que outra empresa teria sido contratada para fazer a queima no canavial, onde outros trabalhadores realizavam o corte da cana-de-açúcar. "Ao que parece, houve um desencontro de informação, e a queima se deu quando ainda haviam pessoas no corte", informou o delegado.
Ainda segundo Ronaldo Cavalcante, por enquanto, será apurada a morte a título de culpa, além da origem do fogo no local. "Há que se apurar se essa queima é legal, se tem licença ambiental, se se observou o procedimento, etc. Só depois que nos aprofundarmos nos fatos, é que poderemos afirmar o que efetivamente ocorreu", ressaltou o delegado. Testemunhas contaram à polícia que outros trabalhadores, que estavam no corte da cana-de-açúcar conseguiram fugir do fogo e não sofreram grandes ferimentos. Um outro homem que teve queimaduras foi socorrido e encaminhado ao Hospital Ferreira Machado (HFM), mas o seu estado de saúde não foi divulgado.