Arquivo Público de Campos em pauta na Alerj nesta quarta
10/11/2021 16:00 - Atualizado em 10/11/2021 16:16
Wladimir Garotinho e o projeto de restauro do Solar do Colégio, construção de 1652 que abriga o Arquivo Público de Campos.
Wladimir Garotinho e o projeto de restauro do Solar do Colégio, construção de 1652 que abriga o Arquivo Público de Campos. / Reprodução de rede social
Símbolo da história e da memória de Campos e região, o Arquivo Público Municipal Waldir Pinto de Carvalho foi pauta de reunião nesta quarta-feira na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), com a presença do prefeito Wladimir Garotinho e Raul Palacio, reitor da Uenf. O objetivo do encontro foi a apresentação do projeto de restauro do prédio do Arquivo e a digitalização do seu acervo.
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No último dia 29, Wladimir informou ao Blog Opiniões da Folha1, do jornalista Aluysio Abreu Barbosa (veja aqui), a existência de acordo firmado com o presidente da Alerj, deputado André Ceciliano (PT) no valor de R$ 20 milhões, valor que será repassado na forma de recursos duodécimos à Uenf para as intervenções no Arquivo. As obras serão executadas em conjunto, com todas as instituições envolvidas — Arquivo, Uenf, Alerj e Prefeitura.
Na reunião de hoje foi apresentado o projeto à Alerj e ajustados os detalhes para o repasse dos recursos. O projeto é fruto de Termo de Cooperação Técnica com a Sociedade Artística Brasileira (Sabra), firmado em agosto deste ano, e da construção e dedicação da equipe do Arquivo de Campos.
Nas redes sociais Wladimir disse, ao lado de Raul, e debruçado sobre a planta do Solar do Colégio — construção secular que abriga o Arquivo: “isso aqui é um sonho!”.
— Foi uma excelente reunião onde apresentamos o projeto e as expectativas em relação à parceria entre as três Instituições. Vamos continuar trabalhando para a execução do projeto — disse ao blog o reitor da Uenf, Raul Palacio.
O Solar do Colégio é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 1946, e nos anos 1990 foi parcialmente restaurado pela Uenf para servir à Escola de Cinema. O projeto não foi concluído, e em 2001 o Solar foi adaptado para abrigar o Arquivo. O projeto atual já possui trâmite no Iphan, que precisa autorizar qualquer intervenção na construção histórica tombada. O espaço — Solar e Capela do Engenho do Colégio — foi testemunha do processo de colonização campista, com construção iniciada em 1652, sendo sede da fazenda e engenho dos jesuítas.
A restauração do Arquivo Público Municipal Waldir Pinto de Carvalho representa um alívio para quem se preocupa com a cultura e a preservação do patrimônio histórico em Campos, principalmente em tempos de perdas como as ocorridas com os incêndios do Museu Nacional, no Rio de Janeiro em 2018, e da Cinemateca em São Paulo, neste ano.
Instituição que carrega registros significativos de toda região Norte Fluminense, o Arquivo de Campos é considerado por historiadores e pesquisadores como uma “jóia” incrustada na baixada campista, região da origem do município.
Com 20 anos de atuação o órgão foi criado por lei, de autoria do vereador Edson Batista. Com idas e vindas do destino, o mesmo parlamentar, voltando para a Câmara nesta legislatura, foi autor de indicação legislativa para a criação de Fundo Municipal para conferir autonomia orçamentária e de gestão ao Arquivo. Aprovada por unanimidade na Câmara de Vereadores, a proposta já foi analisada pela procuradoria do município e transformada em Projeto de Lei, assinado pelo prefeito, que deve ser apreciado novamente pelo legislativo nas próximas sessões. A expectativa é de aprovação novamente com concordância de todos edis.

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    Edmundo Siqueira

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