A advogada Ana Cristina Carvalho da Silva Santos assumiu nesta segunda-feira (18) a direção geral do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), substituindo o professor Cláudio Elias, que estava no cargo desde fevereiro. A mudança acontece 11 dias após Cláudio ter visitado Campos, onde confirmou a instalação na cidade do escritório técnico regional do Inepac no Norte Fluminense e a realização de um curso ligado à educação patrimonial, além de tratar sobre outros temas, como processos de tombamento de prédios históricos.

— São mudanças que considero naturais. Meu relacionamento com todos continua sendo excelente. A pessoa que me substituiu é a Cristina, de muito bom senso, e acredito que dará continuidade ao trabalho que estava sendo executado — disse Cláudio Elias, informando que a equipe de trabalho foi mantida.

A troca na direção geral, oficializada em publicação do Diário Oficial do Estado na última quinta-feira (14), pegou de surpresa pessoas ligadas ao setor histórico-cultural de Campos. Questionada sobre as demandas existentes, a nova diretora disse estar buscando informações a respeito das demandas antes de se posicionar.

— Assumo hoje. Agora, à tarde, farei uma primeira reunião com a equipe. Ainda não tenho conhecimento destas demandas, vou saber com a equipe — disse Ana Cristina, que já ocupou a superintendência da subsecretaria de Ação Social, vinculada à secretaria estadual de Ciência, Tecnologia, Inovação e Desenvolvimento Social, até agosto de 2017; foi assessora do gabinete do secretário estadual de Educação, de fevereiro de 2019 a fevereiro de 2020; e desde então era assessora da secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, da qual faz parte o Inepac.

Na visita a Campos, no último dia 7, o ex-diretor Cláudio Elias esteve reunido com a coordenadora do Museu Histórico de Campos, Graziela Escocard, a presidente da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima (FCJOL), Auxiliadora Freitas, e o presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Campos, Genilson Paes Soares. Durante o encontro, Cláudio Elias confirmou a instalação do escritório técnico do Inepac no Museu Histórico, projeto trabalhado pelo Inepac desde o ano passado, ainda na gestão do ex-diretor Cláudio Prado de Mello. A previsão era de três a quatro meses para a conclusão de etapa burocrática, incluindo a cessão de dois funcionários para conduzirem o escritório. Também para o Museu Histórico, ficou definida a realização de um curso de educação patrimonial com o professor Sérgio Linhares, tanto no primeiro quanto no segundo semestre de 2022. Houve ainda um início de conversa acerca de possível tombamento do Museu Olavo Cardoso, que recentemente foi alvo de furto e tem problemas estruturais. Sobre o Mercado Municipal de Campos e o Mosteiro de São Bento, em Mussurepe, já existem processos de tombamento, mas que dependem de publicação no Diário Oficial.

No final de julho, o ex-diretor do Inepac Cláudio Prado de Mello, exonerado em janeiro, enviou ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) um relatório com 27 páginas denunciando o que chama de “descaso e preterimento” dos assuntos relacionados ao patrimônio histórico e cultural de Campos e região. O atraso na instalação do escritório técnico regional foi um dos temas citados. Inicialmente indeferido, o caso passou a ser analisado pelo Conselho Superior do MP após recurso.