Filha descobre auxílio emergencial em nome da mãe desaparecida
Verônica Nascimento 27/07/2020 18:46 - Atualizado em 28/07/2020 21:32
Rosimary Valadares
Rosimary Valadares / Divulgação
Quatro anos e meio após o desaparecimento da campista Rosimary Valadares de Souza, a família, que desde então compartilhava uma foto sua nas redes sociais, agora está mais confiante de obter notícias sobre o paradeiro. Na última semana, a filha de Rosimary, Mylena de Souza Rosado, descobriu que uma conta social digital para recebimento do auxílio emergencial do Governo Federal foi aberta com o CPF da mãe, sem nenhum saque, mas com um pagamento de boleto no último dia 17.
— Sabemos que está havendo muita fraude no auxílio emergencial, mas a gente, que nunca perdeu a esperança, agora acredita que pode mobilizar mais pessoas nas redes sociais, conseguir mais compartilhamentos da foto da minha mãe e, quem sabe, receber uma boa notícia — declarou a jovem, de 19 anos.
Rosimary Valadares
Rosimary Valadares / Divulgação
Rosimary foi vista pela última vez em fevereiro de 2016, no aeroporto de Congonhas, filmada por câmeras de segurança circulando no local e entrando em um táxi. Muito religiosa, ela havia viajado de Campos para passar alguns dias em São Paulo, participando de missas e reuniões da Canção Nova.
Em 2016, pouco depois de o desaparecimento ter sido registrado na Polícia Civil de São Paulo, os documentos carregados por Rosimary, então com 45 anos, foram achados dentro de uma sacola plástica, em uma lixeira da estação de trem de Ferraz Vasconcelos, a cerca de 60 quilômetros do aeroporto de Congonhas.
— Minha mãe sofria de transtorno bipolar, mas, na época que viajou, tínhamos voltado de Grussaí (São JOão da Barra), onde havíamos passado o Carnaval, e ela estava bem. Ela foi vista na rodoviária do Rio e em São Paulo. Eu nunca perdi a esperança e, quem sabe, agora, a gente receba uma boa notícia — disse a filha.
Segundo Mylena, a conta em nome da mãe foi utilizada para o pagamento de um curso profissionalizante em Sorocaba na sexta-feira (17). No mesmo dia, a família informou a situação ao Ministério Público de São Paulo. Ainda não houve contato com o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil paulista, onde o desaparecimento de Rosimary é investigado.
— Um amigo da família chamou nossa atenção para a possibilidade de minha mãe ter recorrido ao benefício. Mesmo em meio a tantos golpes para obtenção do benefício por conta do coronavírus, eu penso que, se não há corpo, há chance de vida. Espero que a polícia investigue e que achem a minha mãe — afirmou Mylena

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