Intervenção federal em Guarus
09/08/2018 23:34 - Atualizado em 10/08/2018 18:54
  • Operação Integração reúne forças de segurança nacional

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  • Operação Integração reúne forças de segurança nacional

    Operação Integração reúne forças de segurança nacional

  • Faixa de Gaza em Guarus

    Faixa de Gaza em Guarus

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    Faixa de Gaza em Guarus

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  • Operação Integração reúne forças de segurança nacional

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Finalmente a intervenção federal na Segurança Pública do Rio de Janeiro chegou a Campos. A operação Integração contou com dois blindados do Exército e um do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope), modelo Urutu, além de 800 agentes do Exército Brasileiro, Corpo de Bombeiros Militar e das polícias Militar, Civil, Rodoviária Federal e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Bombeiros fizeram patrulhamento aquático pelo rio Paraíba do Sul enquanto, por terra, agentes percorreram o Parque Eldorado I e II, Parque Santa Rosa, Parque Santa Clara e Parque Prazeres. A região é conhecida como “Faixa de Gaza”, onde moradores vivem reféns do tráfico de drogas. Cerca de 15 mil pessoas que vivem em área comparada à Síria, pelos frequentes confronto entre facções rivais, foram impactadas. Até o fechamento desta edição, 30 pessoas tinham sido presas, entre flagrantes e cumprimento de mandados, e 100 casas de moradores que haviam sido expulsos foram retomadas.
A operação, que visou o cumprimento de 162 mandados de prisão, teve como saldo positivo a apreensão de 20kg de pasta base de cocaína, com lacre e selo em QR Code, dispositivo que, através de scanner do celular, mostra a procedência da droga: “Caballo Fuerte, Producido en la Colombia”. Foram realizadas 600 revistas em pessoas e veículos e apreendidos ainda dois carregadores de pistola, duas granadas caseiras, uma espingarda calibre 12, munições e material do tráfico. Dez barricadas foram removidas. A estimativa é de mais de R$ 1 milhão de prejuízo ao tráfico.
— Hoje nós tivemos a demonstração de que o crime é organizado, através da apreensão desse tipo de droga, que veio embalada da Colômbia. Isso não chega aqui de modo informal. É um planejamento, é uma estrutura. Nós também temos que nos estruturar. Essa operação de hoje (ontem) tem o intuito de trazer paz a um dos locais mais violentos do mundo - Campos dos Goytacazes figura um dos locais mais perigosos do mundo - e demonstra que, se de um lado a criminalidade se articula, nós também temos que nos articular — disse o promotor público Sérgio Ricardo Fonseca.
Segundo o coronel Cineli, porta-voz do Comando Conjunto de Intervenção, a operação já era uma necessidade notada. “A necessidade de intervenção em Campos já havia sido sentida desde o começo do processo, mas, no primeiro momento, era preciso um enfrentamento imediato no Grande Rio. Agora, com a redução sistemática da criminalidade, em especial do número de crimes contra o patrimônio, como roubo e latrocínio, tivemos a oportunidade de, dentro de um planejamento estratégico, desencadear a primeira operação no interior do estado, em Campos”, explicou.
Durante a Operação Integração, policiais civis resgataram uma adolescente de 16 anos que, na última semana, havia sido raptada pelo namorado. A vítima foi retirada do Sovaco da Cobra, no Sapo II, e levada para a comunidade do Sapo III, no bairro Eldorado. No momento da revista, no local em que a jovem foi encontrada, os agentes apreenderam drogas e armas.
Comandante, delegado e população analisam
A operação Integração chamou a atenção dos moradores, mas o número de veículos e militares, principalmente do Exército, não conseguiu, em um dia, passar sensação de segurança, nem mesmo com o uso dos blindados e o caveirão do Bope, circulando na ‘Faixa de Gaza’. “Daqui a pouco eles vão embora e a gente tem de ficar”. “Falar qualquer coisa aqui é correr risco de morrer”, disseram moradores.
O delegado da 146ª DP de Guarus, Luís Maurício Armond, que já havia alertado que, sem a atuação das forças de segurança, o estado perderia o controle de Guarus, solicitou a operação. “Temos altos índices de crimes de letalidade violenta e nossas investigações apuravam invasões, expulsões de moradores pelo tráfico, mas buscamos uma análise de crimes menores e conseguimos um grande volume de informações que repassamos ao Comando Conjunto”.
Para o comandante do 8º BPM, tenente-coronel Fabiano Souza, de fato esse não é o fim da ‘Faixa de Gaza’. “A questão do tráfico de drogas, com as brigas de facção, é antiga nessa região e precisamos da união das forças de segurança para reduzir os índices de criminalidade a níveis aceitáveis. Não temos como zerar esses índices. Precisamos também de políticas públicas, com cursos, educação, coisas que tragam ocupação aos jovens de Guarus”, disse.
Regina Célia Lemos, de 38 anos - Cozinheira
Assim como eu, a população de Campos como um todo, se sente insegura para sair de casa e ir trabalhar todos os dias. Que ações como essa possam acontecer mais vezes, não só em Guarus, mas em outros pontos da cidade. Nós temos vivido muitos casos de violência.
Rosinete de Oliveira, de 56 anos - Comerciária
A ação de hoje (ontem) está aprovada, tem que fazer não só lá, mas na cidade toda. Hoje (ontem), por volta das 11h, vi um caminhão do Exército na entrada do Parque Prazeres e muitos policiais. Achei ótimo. O Exército tem que sair do quartel e ir pra rua ajudar a população.
Thais Feliciano, de 36 anos - Comerciária
Achei o trabalho eficaz. Espero que minimize essa situação que estamos vivendo. Trabalho em uma loja de foliados e percebo que as pessoas estão substituindo o ouro por esse tipo de joia. Isso porque ninguém sente mais segurança em andar nas ruas da cidade
Paulo Victor da Silva, de 29 anos - Comerciante
A criminalidade está muito grande. Não adianta fazer uma megaoperação apenas um dia. É preciso uma continuidade. Caso contrário, a repressão volta ainda mais forte, vindo a prejudicar os moradores, especialmente da área de Guarus, onde se concentram os conflitos.
Rita de Cássia Machado, de 56 anos - Dona de casa
Creio que vai ser muito bom. Tem tido muito assalto em todo lugar, muita violência, tráfico de drogas e não temos segurança para deixar nossos filhos na rua ou até mesmo dentro de casa. Temos medo de sair nas ruas e ser surpreendidos por bandidos até mesmo de dia.
Paulo Roberto Guimarães, de 70 anos - Aposentado
Morei em Guarus há mais de 30 anos, no Parque Lebret e não tinha essa violência de hoje. Acho que a violência da capital acaba migrando para o interior. A cidade acaba fica desprotegida, ainda mais em subúrbios. Essa varredura tem que acontecer todo dia para afastar os marginais.
 
 
 
 

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