Sessão do Cineclube Goitacá debate cinema dos anos 20
Paula Vigneron 05/07/2018 18:40 - Atualizado em 09/07/2018 18:50
Rodrigo Silveira
O professor Aristides Soffiati, dando continuidade a seu projeto de exibir, no Cineclube Goitacá, filmes fundamentais para a história do cinema, apresentou, na noite dessa quarta-feira (4), “O Homem Mosca”, (“Safety Last”, 1923), de Fred C. Newmeyer e Sam Taylor. Estrelado por Harold Lloyd, o longa-metragem narra a história de um jovem que decide se mudar para a cidade grande em busca de novas oportunidades e crescimento profissional. Antes desta exibição, o público assistiu ao curta-metragem “Seja Rápido, Carregador” (“Hop To It, Bellhop”, 1925), da dupla Laurel e Hardy, conhecida como “O Gordo e o Magro”.
O apresentador da noite explicou que optou por selecionar filmes produzidos entre os anos 20 e 30 com o objetivo de abordar a origem do cinema. Na sessão de quarta, a seleção contemplou duas produções do gênero comédia. “Quando o cinema nasce, o primeiro impulso de quem está produzindo é fazer uma espécie de documentário; é se deleitar com aquela novidade que é a imagem em movimento. Em seguida, o que aparece é a comédia. Descobriram que fazer comédia com uma imagem em movimento era uma coisa que agradava. E agradou mesmo”, explicou.
Soffiati pontuou que, na segunda década do século XX, surgiram muitos comediantes. Entre eles, Charlie Chaplin, em 1914, e Lloyd, em 1915. “Lloyd tentou imitar Chaplin, mas não deu muito resultado. Então, ele criou um tipo. Ele tinha essa capacidade. Lloyd não era diretor, roteirista, mas acabava interferindo nos filmes: fazendo roteiro, dirigindo, de certa maneira, e atuando. Ele teve um acidente de explosão com uma bomba, que afetou os dedos dele, mas era um atleta. Os filmes dele são de um atletismo impressionante”, analisou o crítico de cinema.
Após as exibições, o público participou de um debate com Soffiati. Também crítico de cinema, Felipe Fernandes comentou sobre a tensão presente em todo o filme. “Toda hora, acontece alguma coisa. Não tem respiro”, pontuou. O clima é acentuado pela trilha sonora, que foi outro ponto destacado pela plateia.
O advogado e publicitário Gustavo Oviedo destacou a criatividade dos comediantes da época, ressaltando os trabalhos de Lloyd, Chaplin e Buster Keaton. “Cada um foi criando um personagem. Cada um com sua personalidade. Os três eram sujeitos muito criativos, muito inteligentes. Os personagens também eram. Nenhum deles era bobo, tonto, que provocava risadas por coisas idiotas. Ao contrário. Eles conseguiam se safar, resolver os problemas com criatividade. Ele (Lloyd) não era um cara exagerado, não fazia caretas. A atuação dele é bastante sóbria”, disse.
Na próxima quarta-feira (11), a produtora cultural Luciana Portinho apresentará, a partir das 19h, o filme “Dr. Fantástico”, de Stanley Kubrick.

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