Aprovados ajustes em programas
Aldir Sales 07/06/2017 10:20 - Atualizado em 07/06/2017 17:06
Bate-boca durante votação
Bate-boca durante votação/Antônio Leudo
Com discursos acalorados, tumulto e lotada, a Câmara de Vereadores aprovou, nessa terça-feira (6), por maioria de votos, os projetos do Executivo que alteram os programas sociais Cheque Cidadão e Campos Cidadão, a passagem a R$ 1. Todos os 24 parlamentares estiveram presentes e as duas matérias foram aceitas com 16 votos favoráveis e sete contrários. Também durante a sessão, o presidente da Casa, Marcão Gomes (Rede), anunciou a composição das CPIs da Lava Jato e das Rosas, que têm como objetivo investigar os contratos da gestão Rosinha Garotinho (PR) com a construtora Odebrecht e com a empresa de jardinagem Emec.
Partidários e simpatizantes do atual governo e da gestão passada encheram a Casa. Com cartazes e provocações, o clima quente do público também passou para os vereadores, que chegaram a trocar insultos e acusações durante as discussões. Marcão precisou intervir para pedir silêncio ao público em diversas oportunidades. Três pessoas chegaram a ser retiradas do local por excessos e a sessão foi suspensa por cinco minutos. O primeiro projeto apreciado foi o que prevê um recadastramento, que pode durar até 90 dias, e mudanças nos critérios de avaliação dos beneficiários do Cheque Cidadão. Líder da oposição, Thiago Ferrugem (PR) discursou contra a proposta sob os gritos de “chequinho”, enquanto outros vereadores usaram a tribuna para dizer que o benefício seria extinto. “Reduz o critério de renda para ter acesso. Os programas sociais devem ser um complemento ao Bolsa Família”, disse Ferrugem.
Sessão na câmara contou com protestos
Sessão na câmara contou com protestos / Antônio Leudo
No entanto, Marcos Bacellar (PDT) enfatizou a necessidade das mudanças. “Vamos parar de demagogia, vocês sabem que o programa não vai acabar. Dá comida para vocês com Cepop, construído por esse picareta. Fiquei quatro anos afastado da Câmara, mas voltei e sem me eleger com chequinho”, declarou o vereador, se dirigindo a um grupo de simpatizantes do ex-governador Anthony Garotinho.
Silvinho Martins (PRP) afirmou que o Cheque Cidadão não vai acabar. “Ele vai ser readequado. E é bom lembrar dos empréstimos bilionários que o último governo pegou”, disse o vereador, enquanto José Carlos (PSDC) lembrou da herança nas contas do município. “Garotinho falava que Rafael não conseguiria pagar a folha salarial de fevereiro, mas ele pagou e está pagando tudo em dia, apesar do rombo deixado. E se não fosse a suspensão dos alugueis dos carros blindados que a prefeita tinha? E se não fosse pela suspensão do contrato de R$ 18 milhões com a Emec?”, falou.
A segunda proposta colocada no plenário foi a que altera o valor da passagem social de R$ 1 para R$ 2. Abdu Neme (PR), que fez parte da base de sustentação do governo Rosinha, falou que o momento é de adequações. “Votei com a maior tranquilidade a favor do Cartão Cidadão no passado, mas gestão não se faz com populismo e somos, hoje, favoráveis a essas matérias”.
Os dois projetos foram aprovados com os votos de Fred Machado (PPS), José Carlos (PSDC), Abdu Neme (PR), Claudio Andrade (PSDC), Neném (PTB), Genásio (PSC), Jorginho Virgílio (PRP), Roberto Pinto (PTC), Álvaro César (PRTB), Enock Amaral (PHS), Igor Pereira (PSB), Marcelo Perfil (PHS), Marcos Bacellar (PDT), Silvinho Martins (PRP), Pastor Vanderli (PRB) e Abu (PPS), enquanto Cabo Alonsimar (PTC), Carlos Alberto Canaã (PTC), Álvaro Oliveira (SD), Vinicius Madureira (PRP), Thiago Ferrugem (PR), Joilza Rangel (PSD) e Geraldinho de Santa Cruz (PSDB) votaram contra.
Sessão na Câmara Municipal
Sessão na Câmara Municipal/Antônio Leudo
Divulgadas as composições de CPIs na Câmara
Entre as votações dos dois projetos, o presidente da Câmara, Marcão Gomes, informou que as CPIs da Lava Jato e das Rosas receberam parecer favorável da procuradoria-geral da Casa e anunciou os nomes que irão compor as duas comissões.
De acordo com Marcão, a CPI que investigará o contrato da Prefeitura com a Odebrecht, responsável pela construção das casas do Morar Feliz, terá o vereador Genásio (PSC) como presidente, José Carlos (PSDC) como relator, além de Abu (PPS), Jorginho Virgílio (PRP) e Thiago Ferrugem (PR).
O próprio presidente já disse que tem a intenção de convocar os ex-executivos da empreiteira Benedicto Júnior e Leandro Azevedo.
Já a CPI das Rosas, que tem como objetivo investigar a polêmica parceria de R$ 18 milhões do município com a Emec para a manutenção de jardins, terá Fred Machado (PPS) como presidente, Cláudio Andrade (PSDC) na relatoria e, ainda, Marcelo Perfil (PHS), Neném (PTB) e Vinícius Madureira (PRP).
Marcão explicou, ainda, que a escolha dos parlamentares foi feita após discussão e obedecendo a proporcionalidade das bancadas dos partidos na Câmara.

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