Números da crise: Morar Feliz
Suzy Monteiro 06/06/2017 09:33 - Atualizado em 09/06/2017 10:54
Casas inacabadas sofrem ação do tempo
Casas inacabadas sofrem ação do tempo
A “parceria” efetivada no maior contrato já firmado na história do município — quase R$ 1 bilhão junto com os aditivos —, que gerou citação em delação premiada, também resultou em irregularidades. É o que aponta auditoria realizada nos contratos da Prefeitura de Campos com a empreiteira Odebrecht Ltda. Das 4.554 mil casas previstas para a segunda fase do programa Morar Feliz, apenas 708 foram entregues e 682 estão inacabadas. O valor de cada unidade, segundo o que foi levantado pelos auditores, chega a mais de R$ 300 mil.
De acordo com a auditoria, na primeira fase do Morar Feliz, foram construídas 5.100 casas. Já na segunda etapa, seriam 4.574 unidades ao valor de R$ 476.565.447,55. O prazo de conclusão era de 36 meses — entre 2013 (o contrato foi assinado em 28 de fevereiro daquele ano) e 2016. A obra completa deveria ter sido entregue em abril do ano passado, porém, isso não aconteceu.
As casas deveriam ter sido construídas em 24 localidades, mas somente em cinco houve movimentação. Em Ururaí, foram entregues 504 casas, ficando 308 inacabadas e 32 para serem entregues. Em Donana, 364 inacabadas. Também foram entregues casas em Tócos (84), Saturnino Braga (90) e Dores de Macabu (30).
Os auditores destacaram que as casas inacabadas estão sofrendo com a ação do tempo. Em Santo Eduardo, houve terraplanagem que já se deteriorou também, causando dano ao erário público. Além disso, em unidades entregues havia pessoas morando e que não são aquelas a quem as unidades estavam destinadas.
A subcontratação da empresa Construsan Serviços Industriais Ltda, ao valor de R$ 142.954.613,79, e mais de R$ 29 milhões em despesas sem empenho também foram apurados. Entre as recomendações dos auditores, estão o empenho de despesas, levantamento de custo de obras iniciadas e da invasão de casas, além da conclusão das inacabadas.

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