Os comerciantes, no momento, aguardam o chamamento para a próxima reunião do Gabinete de Crise da Prefeitura. Eles antecipam que não têm como continuar com o comércio fechado, mesmo entendendo a problemática que envolve a pandemia do Covid-19. Além da doença, a pauta do setor é desemprego e fome.
A bandeira do comércio é: "Abrir as portas e acelerar o processo de vacinação da população, já que até o momento apenas 10% da população de Campos recebeu o imunizante, o que é bem pouco, para cobertura de rebanho", disse o presidente da CDL, José Francisco Rodrigues.
"A maioria dos empresários de Campos não tem mais condições de pagar salários e tributos, isto já este mês", destaca o presidente da CDL Jovem, Rafael Pereira. O presidente do Sindivarejo, Samuel Sterck, ilustrou a situação, dizendo que dos seus 106 funcionários foi obrigado a demitir mais de 10 comerciários, com possibilidade de mais.
O município está em lockdown desde o dia 20 de março, quando entrou na fase vermelha do plano de retomada da Economia, decretado porque 100% dos leitos de UTI'sestão ocupados. Pelo decreto do prefeito Wladimir Garotinho a reabertura estava prevista para o último dia 28. Mas, o governo do Estado, na sequência, decretou o "superferiado"de 10 dias, que chega ao fim no dia 4.
"Não é o comércio aberto o culpado pela transmissão do coronavírus, seguimos as orientações sanitárias e orientamos. Sabemos que é aglomeração das pessoas sem a proteção adequada que permite a disseminação do vírus. Além disso, há permissividadecom as infrações que ocorrem diariamente nas atividades privadas permitidas como aglomerações nas filas dos bancos e no transporte coletivo", disse o dirigente da CDL, Norival Manhães, ressaltando que a CDL gostaria que a equipe que coleta os dados da doença no município, codificasse o perfil ocupacional dos doentes.