O espetáculo inédito "Cimento que se move", do Grupo de Teatro Interrompido, será transmitido nos dois próximos finais de semana, gratuitamente, no YouTube. Trata-se de uma obra que propõe reflexão o corpo e a saúde mental de mulheres, a partir de vivências de artistas pretas e periféricas. A encenação é baseada em memórias, desafios e sensações causadas ao longo do período em quarentena, e as criações surgiram a partir de de procedimentos da dança-teatro inspirados na bailarina e coreógrafa Pina Bausch. Será possível assistir ao espetáculo aos sábados (5 e 12) e domingos (12 e 13), às 16h e às 18h, no canal https://bit.ly/TeatroInterrompido. A classificação é de 12 anos.
Em “Cimento que se move”, há artistas em deslocamentos, mulheres migrantes que brotam do asfalto, moram e trabalham no extremo leste da cidade de São Paulo, abordando as exaustões deste ano de 2020. Inspiração para o espetáculo, os processos de Pina Bausch foram objeto de pesquisa da diretora e performer Carol Piñeiro que investiga a construção de cenas híbridas.
— O projeto se desdobrou durante os últimos meses a partir da criação de perguntas e respostas em vídeo. Gravamos o espetáculo na Casa Balaio, espaço cultural onde eu e (a artista) Adrielle Rezende trabalhamos com nossos grupos em residência artística. Chegada a pandemia, tudo foi transformado: o que antes seria uma pesquisa de palco a partir das nossas ansiedades e trânsitos do cotidiano, se tornou uma investigação coletiva sobre a saúde mental feminina e nossas sombras juntas, criando e desendurecendo corpos, que estavam cimentados há meses — afirmou a diretora.
O projeto conta também com a realização de oficinas on-line, gratuitas, de troca e formação cultural com Carol Piñeiro, a preparadora corporal Mônica Augusto (SP) e as artistas convidadas Rozeane Oliveira (RN) e Anádria Rassyne (RN/AM). As atividades se encerram com um bate-papo sobre arte e saúde mental, em formato de live, com a psicóloga Monique Machado (SC).
