Clonagem de aplicativo de mensagens cresce no país
Ícaro Abreu Barbosa - Atualizado em 01/12/2020 20:00
Genilson Pessanha
É tarde quando você percebe que seu aplicativo de mensagens foi clonado. Geralmente, a mensagem chega até você por meio de algum amigo abordando uma notificação vinda de seu número pedindo por dinheiro. O caso vem ocorrendo em Campos e acompanha o aumento dos índices desse tipo de crime em todo o Brasil. Os casos da planície, em sua maioria, ocorrem na área central e são registrados e investigados como estelionato na 134ª Delegacia de Polícia. Na última segunda-feira (30), a blogueira do Grupo Folha Vânia Carvalho teve o nome citado como “isca” por criminosos que queriam realizar a clonagem.
O golpe atinge 23 brasileiros por dia, de acordo com um estudo realizado pela PSafe — empresa desenvolvedora de aplicativos de segurança. A colunista Vânia Carvalho relatou como é ser usada como “isca”.
— Um cliente meu recebeu uma ligação (de alguém) se identificando como meu representante, pedindo a revalidação de um código de WhatsApp. Eles fizeram o convite para uma suposta live e, para que ela acontecesse, ele teria que confirmar o código que seria enviado via SMS para seu telefone — narrou Vânia, em vídeo publicado nas suas redes sociais. A ligação teria vindo de um número de Minas Gerais. Ao descobrir a tentativa de golpe, a primeira ação da vítima foi alertar seus seguidores.
“Eu não coloco outras pessoas para fazer esse tipo de serviço para mim. Quem convida, combina data, horário, faz a arte, faz as perguntas sou eu. Então, não tem como isso partir de mim”, explicou. Vânia ainda contou que, ao identificar a tentativa de clonagem, o cliente alertou os criminosos de que estava ciente do que ocorria, sendo bloqueado em seguida.
Golpistas que praticam este tipo de ação, geralmente, fazem a avaliação da “isca” a partir de interações de redes sociais. As vítimas, então, são abordadas pelos criminosos, que acessam o celular por código de revalidação ou, em caso de ter o aparelho desejado em mãos, escaneam QR code. Uma vez que o estelionatário tem acesso, ele pode chantagear utilizando prints de alguma conversa monitorada; pode pedir transferências bancárias aos amigos próximos, enviar links com golpes e, ocasionalmente, gerar a perda da conta de WhatsApp.
A ativação de uma confirmação de conta em duas etapas é aconselhada por especialistas para evitar problemas e clonagens. Além disso, a atenção às notificações de suas conversas servem para detectar uma atividade suspeita. Outra dica é sempre checar tentativas estranhas de acesso na plataforma web do aplicativo.
Como alertado por Vânia Carvalho para evitar os “ratos digitais” escondidos nos porões de suas conversas: “Fiquem espertos e atentos; é um golpe!” 
Delegado orienta sobre medidas contra o crime
Sobre o crime, o delegado titular da 146ª Delegacia de Polícia, em Guarus, Pedro Emílio Braga, disse que a primeira atitude no caso da clonagem deve ser o envio de um e-mail para a empresa do aplicativo e, em seguida, fazer o registro da ocorrência em alguma delegacia.
— Aqui na minha circunscrição (Guarus), não é tão frequente o registro desse fato. Acredito ser mais comum na 134ª DP, no Centro — contou Pedro Emílio. Mas o delegado afirmou que a investigação pode ser realizada em qualquer delegacia, apesar de a referência na repressão ao crimes cibernéticos ser a Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática.
Caso o autor seja identificado, ele responde por crime de estelionato e fica sujeito à pena de um a cinco anos de prisão, além do pagamento de multa para a vítima. 

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