BNB EXCLUSIVO
RELATO DE JAQUELLINE MOURA
No recente dia 07 de julho, passei por uma situação que jamais imaginei em minha vida ao ver ferido o meu direito de ir e vir, da minha liberdade de locomoção, direito este garantido constitucionalmente pelo art. 5, XV, da Constituição Federal.
Sai de Itaperuna a trabalho e fui até a cidade de Tombos-MG com a minha equipe, e em uma das poucas entradas da cidade havia uma barreira sanitária.
Fomos abordados, mediram nossa temperatura e até então, tudo ok.
Os agentes nos fizeram várias perguntas, e esclarecemos qual o nosso destino e a nossa função na cidade.
Depois de muito dialogar, e forte negação por parte deles de nos deixarem entrar, trouxeram um "cadastro", o qual aceitamos fazer e devidamente assinar.
Mesmo estando munidos de máscara, álcool gel, uniformizados e com documentação mostrando a razão de nosso trabalho, os agentes não nos permitiram entrar, e ainda nos ameaçaram.
Esse mesmo "cadastro" pedia nome completo, CPF, RG, endereço, email, telefone entre outros.
Fornecemos todos os dados, mas recusamos dar o número de documentos a desconhecidos sem nenhuma necessidade.
Ao questioná-los, do porque do número de documentação, a chefe da operação não conseguiu nos dar uma explicação plausível e disse que os cadastros seriam encaminhados para a Procuradoria do Município, e caso alguém estivesse com Covid-19 seria notificado. E como eles saberiam se alguém está realmente com Covid-19 sem uma testagem adequada?
Somente medir a temperatura não é o suficiente, embora a nossa estivesse normal.
Daí o meu questionamento, qual a necessidade da documentação, se foi fornecida toda forma de contato, como nossos endereços e números telefônicos?
E quando dissemos que forneceríamos tudo, exceto os números de documentos, a agente disse que, até nos deixaria passar, mas que ligaria para a Guarnição da PM e a mandaria atrás de nós.
Não era uma viagem a passeio, era a trabalho, não somos bandidos, temos uma permissão documentada em cartório, nenhum sintoma da doença e ainda assim fomos impedidos de trabalhar arbitrariamente.
O meu relato mostra que não é apenas em grandes cidades a ocorrência abusos, mas aqui em nossa região também tem.
A recusa em fornecer números de documentos, nos é permitida pelo simples fato de todos os dias os noticiários estamparem casos e mais casos de vazamentos de dados, cartões clonados, compras ilícitas, e outros crimes cometidos por conta disso.
Como compartilhar documentos? Para quê? Ao darmos nossos nomes, endereço e contato, o cadastro já estaria completo e útil para eles.
O pedido do número de nossos documentos foi desnecessário. E ao negá-los amparados em nossos direitos, fomos impedidos arbitrariamente de entrar na simpática cidade mineira de Tombos.
Lamentável!
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