Campos com mais 22 leitos de UTI
05/06/2020 23:09 - Atualizado em 31/07/2020 20:47
 Somente na UPH São José são mais 10 leitos de UTI e 16 clínicos para vítimas da Covid-19
Somente na UPH São José são mais 10 leitos de UTI e 16 clínicos para vítimas da Covid-19 / Divulgação - Supcom
Mesmo com a intervenção do Governo de Estado nos sete hospitais de campanha, a entrega da unidade em Campos ainda é incerta e falta desses leitos impacta diretamente na Saúde Pública do município no combate ao novo coronavírus, conforme já declarou o prefeito Rafael Diniz (Cidadania). A Prefeitura, contudo, anunciou que implantou 22 leitos de UTI que já atendem a vítimas da Covid-19: 10 na UPH São José, 10 na Santa Casa de Misericórdia e dois de UTI pediátrico (Utip) no Hospital Ferreira Machado. Também foram implantados 16 leitos clínicos no São José e oito no HFM para reforçar o atendimento. Já no Centro de Controle e Combate ao Coronavírus (CCC), a ocupação de leitos de UTI chega a 96%.
O CCC foi inaugurado em março, no novo prédio da Beneficência Portuguesa, com 19 leitos de UTI, mas, em maio, o número foi ampliado para 29. O local conta, ainda, 60 leitos clínicos, além de cinco leitos de unidade de pacientes graves.
— Nosso planejamento de abertura do Centro de Controle já contava com a ampliação. Agora estamos ampliando a capacidade de atendimento implantando esses novos leitos no São José e podendo contar com leitos da Santa Casa e do Hospital Ferreira Machado. Não estamos medindo esforços para enfrentar a Covid-19 e esperamos que logo o Hospital de Campanha possa também nos ajudar nessa luta — afirmou Rafael.
Mas a espera do prefeito e da população de Campos ainda parece que vai ser longa. Dos sete hospitais de campanha, apenas o do Maracanã já está em funcionamento. Em relação aos demais, incluindo a unidade campista, o Estado informou que a secretaria de Infraestrutura e Obras fará novas vistorias para verificar como as unidades se encontram em termos de estrutura e equipamentos.
Diante dos problemas de atraso na montagem dos hospitais de campanha e deficiência na gestão, o governador Wilson Witzel (PSC) determinou na última quarta-feira (3), por meio do decreto 47.103/20, que a secretaria de Estado de Saúde assumisse a gestão dos hospitais de campanha. O contrato e os termos aditivos realizados com a Organização Social Instituto de Atenção Básico à Saúde (Iabas) foram anulados e o governo requisitou todo o equipamento e mão-de-obra no combate à pandemia, assim como a conclusão das obras.
Os atrasos que envolvem o hospital de campanha em Campos começaram desde a sua instalação, na área da antiga Vasa, na avenida 28 de Março. Inicialmente, a montagem havia sido anunciada para o dia 26 de março. Porém, não aconteceu. No dia 2 de abril, uma equipe do Governo do Estado esteve em Campos, acompanhada do deputado federal Wladimir Garotinho (PSD), para fazer uma inspeção na área da antiga Vasa. Uma dia depois equipes da Prefeitura realizaram a limpeza do terreno.
Após isso, a instalação foi prevista para o dia 6 de abril e sua conclusão prevista para o dia 30 do mesmo mês. O que também não aconteceu. A montagem só começou em 10 de abril e ainda não foi concluída. A entrega foi adiada por três vezes, a mais recente para 12 de junho, e, agora, não tem mais data.
Sem solução para a grave crise de saúde pública, o Governo do Estado do Rio de Janeiro voltou a ter destaque com suspeitas de corrupção. A operação Placebo foi autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Segundo investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal (MPF), o contrato emergencial do Estado do Rio com o Iabas para a construção dos sete hospitais de campanha, no valor de R$ 835 milhões, tem “provas robustas de fraude”. E indícios de participação do governador e sua esposa, a advogada Helena Witzel, na suposta estrutura criminosa, que envolveria também o ex-secretário estadual de Saúde Edmar Santos. Além do, recém exonerado, ex-secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Lucas Tristão, e do empresário Mário Peixoto, que operou no esquema de corrupção do ex-governador Sérgio Cabral (MDB) e foi preso no dia 14 na operação Favorito, desdobramento da Lava Jato e passo inicial da Placebo.
Ocupação em UTI no CCC chegou a 96,5%
De acordo com a Prefeitura de Campos, até quinta-feira, a ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da rede pública e contratualizada era de 89%. Entre os pacientes por Covid-19 no Centro de Controle e Combate ao Coronavírus, 45 de 60 leitos clínicos estavam ocupados e 28 dos 29 leitos de UTI, o que equivale a 96,5% de ocupação.
Entre os hospitais particulares, o total de leitos de UTI foi de 60 - com 66,6% destes ocupados. Entre os clínicos, 119 estiveram aptos, destes, 73% estiveram ocupados.
Ainda segunda a Prefeitura, os números correspondem ao quantitativo de leitos totais aptos adultos e pediátricos - além das UTI neonatal e Unidade Intensiva (UI) neonatal dos contratualizados - nessa quinta (04) e respectivas ocupações. Esses números fazem parte de dados relatados pelos hospitais públicos, privados e contratualizados do município. A amostra leva em conta a Santa Casa de Misericórdia, Hospital Escola Álvaro Alvim, Hospital da Sociedade Portuguesa de Beneficência de Campos (incluindo Centro de Combate ao Coronavirus), Hospital Plantadores de Cana, além do Hospital Ferreira Machado (HFM) e Hospital Geral de Guarus (HGG). Estão inclusos, ainda, os hospitais particulares ProntoCardio, Beda e Unimed.

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