A 1ª Promotoria de Tutela Coletiva de Macaé pediu o afastamento e a condenação do prefeito Dr. Aluízio (PSDB) pela prática de nepotismo. A denúncia do MP diz que o tucano cometeu crime de improbidade administrativa ao nomear Gláucio Guimarães – irmão do ex-secretário e ex-vice prefeito Vandré Guimarães e que também são réus – para os cargos de chefe administrativo do gabinete de Aluízio e, posteriormente, para a chefia do próprio gabinete, entre 2015 e 2016.

A denúncia foi distribuída para a 3ª Vara Cível de Macaé e, no último dia 20 de janeiro, o juiz Sandro de Araújo Lontra abriu prazo de 15 dias para os réus apresentarem suas defesas.

A promotora Marcia de Oliveira Pacheco destaca também que Gláucio é sócio de empresas privadas. “Tal situação fere de morte o princípio da moralidade administrativa. Há, nitidamente, uma promiscua relação entre o público e o privado e, ainda, patente e inequívoco conflito de interesses. (...) Embora os 2º (Vandré) e 3º (Gláucio) réus tenham negado que a nomeação deste último esteve relacionada à prática de nepotismo, em momento algum, fora comprovado, como dito alhures, que o demandado Gláucio possuía qualificação técnica para o cargo exercido”.

Pacheco questiona, ainda, a moralidade para os políticos. “A sociedade espera independência das instituições brasileiras, a fim de não se tornarem reféns dos abusos dos governantes. A efervescência política pela qual o país passa e as recentes investigações que expõem esquemas de corrupção e práticas desonestas de agentes públicos têm trazido à tona a discussão da moralização da Administração Pública”.

Todos os citados negam qualquer irregularidade na nomeação de Gláucio.

No entanto, a relação entre Dr. Aluízio e Vandré acabou se deteriorando com o tempo. Em dezembro de 2018, o vice-prefeito protocolou na Câmara de Vereadores seu pedido de renúncia do cargo. “A realidade da administração pública está ainda muito distante dos conceitos e técnicas que aprendemos ao longo da nossa experiência, sendo mais coerente da minha parte, desta forma, entender que a opção de me afastar, neste momento, é o melhor caminho”, disse Guimarães em carta. Na época, o prefeito chegou a determinar a suspensão do pagamento do salário de Vandré por não estar comparecendo ao trabalho.