Gil Vianna abre semana de entrevistas no Folha no Ar
Aluysio Abreu Barbosa 27/01/2020 07:33 - Atualizado em 19/02/2020 16:43
Gil Vianna é o entrevistado desta segunda-feira
Gil Vianna é o entrevistado desta segunda-feira / Cláudio Nogueira
“Fizeram uma pergunta e eu só respondi o que o próprio pai (o ex-prefeito Arnaldo Vianna, PDT) falou lá atrás, que ele (o pré-candidato a prefeito Caio Vianna, PDT) tem que trabalhar, tem que estudar, tem que se preparar. E aí virou essa polêmica. Eu fui realmente ver de perto quando fui disputar a última eleição (a prefeito, de 2016) com Caio. E o menino tem que trabalhar mesmo, o menino é preguiçoso. Eu fiquei chateado que o pai dele falou que eu era mentiroso. Na verdade, o Vianna meu é bom, é melhor que o dele. Meu pai era garçom, tem uma história muita bacana. Minha mãe era costureira, muito humilde, criou cinco filhos (…) Eu não me envolvi em nada errado, em denúncia e processo. Arnaldo não está inelegível até hoje?”
Foi o que disse no início da manhã desta segunda-feira (27) o deputado estadual Gil Vianna (PSL), “pré-candidatíssimo a prefeito de Campos”, no Folha no Ar 1ª edição, da Folha FM 98,3. Com a entrevista de Gil marcada na semana passada e, por conta da polêmica com Caio, este foi convidado desde sexta (24) para o programa na manhã desta terça (28), mas não retornou o contato. Gil foi vice na chapa da candidatura de Caio em 2016. E falou daquele tempo:
— Eu lembro, eu estava com Caio, ficou triste demais, quase chorou porque o pai saiu para apoiar outro candidato (Geraldo Pudim, MDB, que hoje apoia Caio). E qual foi o motivo dele ter largado o filho dele? Aí depois eu é que sou mentiroso? Aí fez vídeos para inserção de TV, para dizer que o filho não estava preparado. Todo mundo sabe o que aconteceu em Campos. E tem um detalhe: o Caio fala por si. Vai ser vereador, vai ser deputado, faz um estágio. O cara quer vir prefeito logo? A gente vai elevar o nível. Inclusive, quando tiver campanha e chegar na hora do debate, a gente vai falar tudo isso e outras coisas mais. Arnaldo precisa deixar o filho falar por ele. Qual a idade de Caio hoje? Trinta e cinco (tem 31)? Não precisa o pai defender o menino. Arnaldo precisa estar preocupado com ele, ver os processos que ele tem até hoje, porque está inelegível. A gente precisa ir para a rua trabalhar, conhecer os problemas das pessoas. Caio nem mora aqui, mora no Rio. Só aparece na hora de eleição. Tem que trabalhar, tem que suar a camisa, tem que lutar. Qual o currículo desse garoto? Nenhum.
Além das críticas ao ex-companheiro da chapa em 2016, e das respostas às acusações de “mentiroso” do pai, Gil também falou de pontos que entende como fundamentais ao município:
— A primeira coisa é auditar a Prefeitura, saber como está Campos e compartilhar com a população. Auditar geral, de 2008 para cá. Proposta, claro que não está na hora para isso. Tem o momento certo e a gente vai registrar no TRE. Saúde é o principal problema de Campos, que vive um caos hoje. Está no Brasil e Campos passa por isso. A gente tem que trabalhar junto ao estado e ao governo federal, convocar mesmo para estar presente. Campos é uma cidade grande, com quase 600 mil habitantes, e é a nave mãe para todos os municípios da região. É difícil, não há gestor que dê conta disso. Agora, é preciso ter aliado, é preciso ter relacionamento. Não pode ter brigas, picuinhas. Dizer: “Não, eu não vou lá em Campos porque lá estão as famílias”. Não adianta ser prefeito hoje se você não colocar o estado para estar presente. De 2008 para cá, eu não vejo relacionamento da Prefeitura com o estado e o governo federal. É a briga das famílias, querem tomar conta de Campos.
O deputado estadual disse que, se estivesse na Câmara de Vereadores, teria votado para a manutenção dos 30% no limite de remanejamento para o prefeito no Orçamento de 2020. “É muito sério isso, tem que ter responsabilidade. Campos já está passando por muita dificuldade, não tem dinheiro, com salários atrasados. Como você toca a máquina, como você mantém algum projeto social? Os vereadores estão no dia a dia, estão vendo como está o município, tem o Portal da Transparência, eles estão do lado do prefeito vendo as demandas, tem que ter muita responsabilidade. Mas 10% engessa o prefeito, não tenha dúvida. É para aniquilar o prefeito, de vez. Tudo é momento, hoje, eu daria os 30%.
Gil também comentou, ainda, que encontrou com Rafael há dois anos, quando o prefeito disse que estava com dificuldades para administrar o município pela queda de arrecadação. “E eu respondei: ‘torço muito por você. Temos que respeitar, o voto é soberano, votaram em você e acreditaram em você, espero que você consiga gerir a máquina para a cidade voltar a ter destaque’. E aí as coisas não foram acontecendo, não é fácil ser gestor de Campos. Ouvimos falar nas pesquisas que ele não está bem, as ruas falam isso também. Por isso mesmo eu sou pré-candidato, para oxigenar, outros nomes vão aparecer e vamos trabalhar”.
O entrevistado desta terça-feira do Folha no Ar, às 7h, na Folha FM, é o secretário de Comunicação do PT de Campos, Gilberto Gomes.

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