Amaerj defende juiz que mandou prender casal Garotinho e repudia ataques
Aluysio Abreu Barbosa e Aldir Sales 06/09/2019 00:01 - Atualizado em 17/09/2019 13:46
Fórum Maria Tereza Gusmão
Fórum Maria Tereza Gusmão / Foto - Antônio Leudo
A Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amerj) repudiou a série de ataques que o juiz Glicério Angiólis, da 2ª Vara Criminal de Campos, passou a sofrer após ter determinado a prisão do casal Garotinho na última terça-feira (3). Em nota oficial, a entidade afirmou que a decisão do magistrado foi embasada a partir de provas e atacou o que chamou de “declarações caluniosas e infundadas”.
As investidas contra juiz da Comarca de Campos se intensificaram após o habeas corpus favorável aos ex-governadores, deferido pelo desembargador Siro Darlan, no plantão da madruga de quarta-feira (4) do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ). Na última quinta, os ataques chegaram até o plenário do Congresso Nacional, com o deputado federal Wladimir Garotinho (PSD), filho do casal, que chegou a denunciar “um grupo da Justiça local da cidade de Campos vem perseguindo a minha família” e a usar o adjetivo “canalhas”.
Na nota, a Amaerj manifestou seu apoio a Glicério Angiólis. “A Amaerj repudia as declarações caluniosas e infundadas sobre a decisão judicial. A Associação ressalta que, a partir das provas apresentadas pelo Ministério Público, o magistrado decidiu de forma técnica e fundamentada. A decisão prolatada demonstra que o magistrado analisou criteriosamente os requerimentos do Ministério Público, tanto que rejeitou em parte a denúncia e indeferiu o pedido de sequestro de bens”.
O documento enviado pela entidade também afirma que os magistrados são independentes em seus trabalhos. “Os juízes atuam com independência funcional em cumprimento da lei. A magistratura continuará dedicada ao trabalho sério e de alta qualidade, que fortalece o Poder Judiciário, instituição basilar do Estado Democrático de Direito”.
Da tribuna da Câmara, Wladimir também investiu contra a própria pessoa do juiz Glicério, ao denunciar que ele responderia “processo disciplinar por assédio sexual e assédio moral”:
— Mas o que vocês também precisam saber, é que o juiz de primeiro grau que proferiu essa decisão absurda, responde um processo disciplinar no CNJ por assédio sexual e assédio moral, e sabe qual foi a punição dada a ele? Ser promovido para a comarca de Campos, pois ele vinha de uma pequena comarca no município de Miracema. Esse é a punição para um magistrado que comete abusos, caros colegas, uma promoção.
Anthony e Rosinha Garotinho foram denunciados por ex-executivos da Odebrecht sobre superfaturamento de R$ 20 milhões no Morar Feliz. Nos oito anos do governo municipal Rosinha, o programa habitacional custou quase R$ 1 bilhão aos cofres públicos de Campos. E teriam gerado o repasse de caixa dois de R$ 25 milhões para campanhas eleitorais dos Garotinho. 

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