Temporada com alerta para chuvas
Victor Azevedo 22/12/2018 15:07 - Atualizado em 25/12/2018 12:48
Mudança de tempo
Mudança de tempo / Isaías Fernandes
A Defesa Civil municipal prevê 450 mm de chuvas para Campos durante o verão e a Prefeitura já se prepara para eventuais danos provocados por tempestades nos meses de janeiro, fevereiro e março. Outra preocupação é com a estrutura do antigo Hotel Flávio, que desabou parcialmente no dia 25 de junho e ainda não recebeu os reparos necessários. Caso a chuva seja constante, novos problemas podem ocorrer com o prédio.
De acordo com o coordenador municipal da Defesa Civil, Major Edison Pessanha, a expectativa é que as chuvas sejam distribuídas ao longo do verão, mas o órgão está atento caso ocorram com intensidade e em curtos períodos.
— É bem provável que as chuvas sejam espalhadas nos três meses, mas o problema do verão é a chuva em pequeno espaço de tempo, que pode causar transtornos em qualquer cidade do mundo. Não tem sistema de drenagem que resista, e Campos tem o agravante de ser uma planície. Se chover 100 mm por mês, não teremos problemas, mas se chover todo esse volume em uma hora, por exemplo, pode ser o caos — ressaltou o coordenador.
A probabilidade de chuvas espalhadas e distribuídas ao longo do verão é corroborada pelos institutos meteorológicos. Desde o início de dezembro, Campos tem registrado altas temperaturas e o calor deve permanecer nos próximos dias, mas a expectativa por chuva aumentou depois do início do verão, na sexta-feira passada. Isso porque o fenômeno oceano-atmosférico El Niño está confirmado pelos meteorologistas, com intensidade baixa ou moderada.
A previsão climática aponta ainda que a chuva de janeiro será próxima da normalidade para o mês. E o maior impacto do El Niño no verão será em fevereiro, quando está previsto o aumento do calor e redução da chuva. Já em março, a chuva retorna, mas ainda com influência do El Niño.
A fisioterapeuta Élvia Gomes demonstra preocupação com as chuvas de verão no município. “Muitas vezes fui para praia no fim de semana e quando voltei na segunda, minha casa estava toda alagada, devido às tempestades de verão. Apesar de a gente estar precisando de chuva, eu torço para que venham devagar”, disse.
De prontidão — Ainda de acordo com o major Edison Pessanha, as equipes da Defesa Civil estão preparadas e a população pode acionar os agentes em qualquer eventualidade.
— Estamos de prontidão para qualquer situação, a qualquer momento. Quem precisar dos nossos trabalhos pode ligar para o 199 ou para o nosso celular (22) 99815-2512. Esperamos que, apesar das chuvas, seja um verão tranquilo, mas, em todos os casos, estaremos a postos — afirmou Pessanha.
Grupo de Emergência de prontidão
No final de 2017, após fortes chuvas que causaram alagamentos em vários pontos do município, a Prefeitura de Campos criou o Grupo de Emergência em Alagamentos. Desde então, foram estabelecidas ações de prevenção, como contato constante com famílias de áreas mais atingidas por tempestades e cheias de rios ou lagoas; reforço na limpeza de bueiros e manutenção das bombas de drenagem (piscinões) instaladas em áreas mais baixas; além de parceria com o Governo do Estado, através do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), para a limpeza dos canais do município.
Outra preocupação é em relação à situação das áreas mais distantes, como Lagoa de Cima e Conceição do Imbé. Entre o final do ano passado e início deste, as localidades sofreram com alagamentos. Outra localidade que sofreu com as chuvas foi Ururaí.
Segundo o coordenador da Defesa Civil, major Edson Pessanha, o órgão está preparado para atender todas as localidades.
— Na última cheia que atingiu a região, fornecemos todo material necessário, como água potável. A equipe foi de barco levar mantimentos e materiais. Sempre mantemos contato com as famílias que moram nessas regiões serranas e damos o apoio, conforme o necessário — falou o coordenador.
Por fim, o major ressaltou que, no momento, não há risco de alagamentos nas localidades. “Agora, não há risco de alagamento na região, pois tanto o rio como a lagoa estão com níveis baixos. Ururaí alaga quando chove muito na região serrana e a lagoa transborda. Quando o rio enche, manda água para o canal Cacomanga, que recebeu limpeza através de parceria entre a superintendência de Agricultura e Pecuária e a secretaria estadual do Ambiente”, tranquilizou.
O Grupo de Emergência é composto pela Defesa Civil com a Empresa Municipal de Habitação, as secretarias de Infraestrutura e Mobilidade Urbana e Desenvolvimento Ambiental e pela superintendência de Limpeza Pública.
Hotel Flávio
Hotel Flávio / Rodrigo Silveira
Autoridades preocupadas com Hotel Flávio
As chuvas previstas para o verão aumentaram a preocupação das autoridades municipais com as condições do antigo Hotel Flávio. Em junho deste ano, parte das estruturas internas do prédio desabou.
Com o desabamento parcial do quarto andar do imóvel, o Conselho de Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural de Campos (Coppam) se reuniu e definiu medidas emergenciais junto à Defesa Civil municipal, como o isolamento da área, de um estacionamento e cartório vizinhos ao prédio. Além disso, o trânsito ficou interditado por quase um mês na rua Carlos Lacerda, entre as ruas Sete de Setembro e 21 de Abril, devido ao risco de novo desmoronamento.
Logo após o incidente, a família proprietária do prédio solicitou ao Coppam a demolição do quarto andar do imóvel. A proposta foi aceita, mas com ressalvas.
No último dia 11, o Conselho de Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural se reuniu com o representante da família. Paulo Marques de Mendonça Lima, sobrinho de Zilda Carneiro da Silva, já falecida, que era dona do prédio, foi questionado pelos membros do Conselho sobre as medidas para proteger o imóvel das chuvas de verão.
— Temos a possibilidade de índices de chuva de até 450 mm de janeiro a março e, em caso de chuvas com ventos fortes, os riscos aumentam — comentou major Edison Pessanha, na ocasião.
Paulo Marques lembrou que, antes do desabamento de parte da estrutura interna, a recuperação total do prédio, construído no século XIX, havia sido estimada entre R$ 4 milhões e R$ 5 milhões e que, com o estado atual do imóvel, não saberia estimar o custo.
Ele foi aconselhado a buscar parcerias para executar o serviço, oferecendo o imóvel em troca da realização da obra. A orientação foi aceita.
— Tenho um contato agendado com uma imobiliária e espero avançar na negociação. Mais importante agora é acertar logo a construção de uma estrutura tubular, com telhas transparentes, para evitar que a chuva comprometa ainda mais as estruturas. Vou tentar a negociação e manter o Conselho informado — disse Paulo Marques.

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