Troca de farpas entre candidatos
10/10/2018 10:20 - Atualizado em 11/10/2018 14:31
Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro / Divulgação
Fernando Haddad
Fernando Haddad / Divulgação
Em uma demonstração no que poderá se transformar o segundo turno da eleição presidencial no Brasil, Jair Bolsonaro (PSL) contestou nas redes sociais o seu adversário Fernando Haddad (PT), após o petista propor uma carta compromisso contra notícias falsas na internet. No Twitter, o capitão da reserva chamou o seu rival de “canalha” e o acusou de espalhar mentiras sobre o seu plano de governo. Já Haddad rebateu, afirmando que Bolsonaro deu uma resposta “do nível do candidato”.
O presidenciável do PSL afirmou pelo twitter: “O pau mandado de corrupto me propôs assinar ‘carta de compromisso contra mentiras na internet’. O mesmo que está inventando que vou aumentar imposto de renda para pobre. É um canalha! Desde o início propomos isenção a quem ganha até R$ 5.000. O PT quer roubar até essa proposta”, escreveu Bolsonaro.
O candidato disse, ainda, que governo corrupto estimula o crime e que vai “governar pelo exemplo”. Em mensagem no Twitter, ele disse também que o país “afunda em violência e corrupção generalizada”.
A resposta foi dada após a proposta pública de Haddad pelo protocolo de ética nas redes sociais. O PT está preocupado com o avanço de notícias falsas contra Haddad, que avalia isso como um fator importante para o avanço da onda em apoio ao capitão reformado na reta final do primeiro turno. Além disso, jornalistas, artistas e pessoas sem envolvimento direto com a política estão sendo atacados nas redes sociais.
Segundo afirmou o petista, antes de uma reunião de dirigentes e governadores petistas, em São Paulo, sua campanha acenou com esta possibilidade para a campanha de Bolsonaro, o que foi rechaçado.
Haddad disse ainda que se solidariza com a jornalista Miriam Leitão, da GloboNews, que tem sido atacada nas redes sociais por um comentário sobre a postura autoritária de Bolsonaro.
— Sentimos que a democracia está sendo atacada por esse tipo de atitude, na minha opinião, covarde dos que não convivem com regras democráticas — disse o ex-prefeito de São Paulo.
PTB de Jefferson com PSL e dois neutros
O PTB, partido presidido pelo ex-deputado Roberto Jefferson, anunciou apoio à candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) no segundo turno da eleição presidencial. No primeiro turno, o partido integrou a coligação do candidato do PSDB, Geraldo Alckmin.
Em nota assinada por Roberto Jefferson — que já foi condenado no caso do Mensalão — o PTB afirma que as propostas de Bolsonaro “visam um Brasil com mais empregos e melhoria de renda aos trabalhadores; com menos impostos e menos gastos públicos; e que respeite nossos municípios e nossas crianças, proporcionando a elas educação de verdade e com qualidade”.
O Partido Novo, que teve como candidato João Amoêdo, anunciou que ficará neutro. Porém, destacou repúdio ao PT. Também ficará neutro o PSDB, que decidiu não apoiar nenhum dos dois candidatos. O partido vive uma disputa interna e João Dória, candidato ao Governo do Estado de São Paulo, anunciou apoio a Bolsonaro.
João Goulart Filho e PSOL em apoio ao PT
João Goulart Filho
João Goulart Filho / Divulgação
O candidato derrotado do Partido Pátria Livre (PPL) à Presidência, João Goulart Filho, anunciou, em nota, apoio à candidatura de Fernando Haddad (PT) no segundo turno da corrida pelo Palácio do Planalto. Filho do ex-presidente Jango, ele disse no comunicado que o país corre um “grande risco” diante da possibilidade de Jair Bolsonaro (PSL) se eleger no segundo turno.
Estreante em uma disputa presidencial, João Goulart Filho ficou na última posição da eleição para a Presidência. Ele obteve apenas 30.176 votos, correspondentes a 0,03% dos válidos. No comunicado, o presidenciável do PPL relembrou que, em razão do golpe de 1964, que tirou o pai dele da Presidência, ele e a família tiveram que viver no exílio por imposição do regime militar. Goulart Filho referiu-se ao candidato do PSL como “filhote da ditadura”.
Ele também destaca que o partido dele “difere em muitos pontos do programa do PT”, porém, afirma que as diferenças com os petistas “jamais serão maiores que o risco de uma nova ditadura, nem maiores que a liberdade de nosso povo.” “Sabemos como as ditaduras começam, nunca sabemos quando terminam”, declarou em outro trecho do comunicado.
O candidato do PSOL, Guilherme Boulos, afirmou que o partido vai apoiar o candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad. Nas redes sociais, ele disse ter formalizado o apoio durante encontro com o petista, e apelou para que as pessoas não se deixem desanimar em defesa dos “direitos e sonhos”. E acrescentou: “Quando eu nasci, o Brasil estava sob a ditadura e eu vou lutar com todas as minhas forças para que minhas filhas não cresçam em outra”, afirmou Guilherme Boulos. (S.M.) (A.N.)

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