Witzel ameaça dar voz de prisão
09/10/2018 21:30 - Atualizado em 11/10/2018 14:31
Wilson Witzel em visita a Campos
Wilson Witzel em visita a Campos / Antônio Leudo
O ex-juiz federal Wilson Witzel (PSC) surpreendeu ao arrancar na reta final da campanha para o Governo do Estado e ultrapassar o ex-prefeito do Rio Eduardo Paes (DEM), somando 41,3% dos votos no último domingo. A campanha para o segundo turno começou oficialmente na tarde de segunda-feira (08), mas ontem Witzel subiu o tom, acusou Paes de “espalhar ‘fake news’” e ameaçou dar voz de prisão ao adversário ao vivo.
— É muito triste ver o outro lado se desesperando. Porque essas notícias saem evidentemente do adversário. (...) E essas fake news que estão saindo hoje, você será responsabilizado por todas. E vá no debate falar essas mentiras que você verá as respostas. Agora cuidado que o crime de injúria está sujeito à prisão em flagrante. Dá uma estudadinha e conversa com seus advogados, pois se você falar mentiras vou te dar voz de prisão — declarou Witzel em um vídeo postado nas redes sociais.
Também na internet, Paes citou ofensas de Indio da Costa (PSD), Anthony Garotinho (PRP) e Romário (Pode) contra o candidato do PSC durante o primeiro turno e questionou o motivo pelo qual não prendeu os demais candidatos. “Nós estamos aqui para o debate eleitoral. Nós vamos discutir propostas para o nosso estado e falar, sim, das características de cada candidato. Aqui não vai funcionar carteirada, não”.
Ao jornal O Globo, o ex-prefeito carioca considerou as declarações como “calúnia”. “Ele (Witzel) vai ter que aprender que governar não é um ato arbitrário e de autoritarismo. Estamos vivendo um país livre, agora não pode mais questionar? (...) É uma calúnia. Vou ouvir a calúnia dele, não vou dar voz de prisão a ele, e vou dizer que é uma mentira, não estou produzindo fake news. O ex-juiz vai ter que aprender que, quando estamos na vida pública, a gente é o tempo todo arguido sobre o que já fizemos”.
Candidato do DEM diz que vai fazer hospital
No primeiro dia inteiro de campanha para o segundo turno, ontem, Eduardo Paes visitou o Hospital Geral da Polícia Militar, no Rio de Janeiro, e prometeu construir uma unidade no Norte Fluminense. “Eu vou construir um hospital da PM no interior do estado. Você tem um ambulatório em Campos, que precisa ser requalificado. Mas também precisa de um hospital provavelmente no Norte Fluminense, construído em Campos, para atender principalmente a esses policiais militares que estão no interior do estado, para que possam ter um atendimento digno”.
Em campanha na Zona Oeste da capital, Witzel conversou com lojista e vendedores ambulantes. O candidato do PSC comentou também as afirmações de seu filho mais velho Erik, que é transgênero, sobre os resultados das eleições. “Seguimos rindo para não chorar, porque a vontade é sumir. Um dia triste para a história do nosso estado e do nosso país”, disse o filho do candidato nas redes sociais.
— Lá em casa tem flamenguista, tem vascaíno, tem corintiano, e meu filho tem a opinião política dele. Eu não sei exatamente o que foi dito, mas ele tem a opinião política dele e eu respeito. Eu respeito tudo que meu filho pensa. Posso não concordar, mas eu respeito”, disse o ex-juiz.
PSD contraria Indio e declara apoio a ex-juiz
Contrariando o candidato do partido ao Governo do Estado, Indio da Costa, a direção estadual do PSD declarou apoio a Wilson Witzel contra Eduardo Paes no segundo turno. Inicialmente, o deputado federal chegou anunciar neutralidade no pleito, mas depois de uma reunião com o partido mudou de ideia.
De acordo com a legenda, a vitória de Eduardo Paes (DEM) representa a continuidade do governo Pezão (MDB). “O Rio de Janeiro necessita de um governo comprometido, de fato, com a população e não com um modelo que destruiu todos os instrumentos de políticas públicas, principalmente, na segurança pública”, dizia a nota do partido enviada à imprensa.
Os demais candidatos a governador derrotados no primeiro turno, Tarcísio Motta (Psol), Romário (Pode), Pedro Fernandes (PDT), Marcelo Trindade (Novo), André Monteiro (PRTB) e Dayse Oliveira (PSTU) não manifestaram apoio a nenhum candidato até o fechamento desta edição.

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