Debate entre Witzel e Paes com muitas acusações e poucas propostas
17/10/2018 13:00 - Atualizado em 17/10/2018 14:15
Muitas trocas de acusações e poucas propostas marcaram o debate entre os candidatos ao Governo do Estado, o ex-juiz Wilson Witzel (PSC) e ex-prefeito Eduardo Paes (DEM), realizado nesta quarta-feira. O evento foi promovido pelos jornais O Globo e Extra e revista Época, com apoio institucional do banco digital Modalmais e da Fecomércio-RJ. Um dos problemas mais graves do Estado – a Saúde – foi deixado de lado. Porém, os problemas financeiros e o acordo de recuperação fiscal foram tratados.
O encontro foi quase todo dominado pelo impacto da popularidade do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) nas campanhas, divergências sobre Segurança Pública, “relações espúrias”, além das consequências deixadas pelo esquema de corrupção do ex-governador Sérgio Cabral (MDB). Paes chamou Cabral de “criminoso condenado”.
Paes questionou Witzel sobre o fato de o ex-magistrado ter deixado o Espírito Santo após receber ameaças e perguntou como ele pretendia enfrentar o crime organizado no Rio se ficou com medo em outro estado.
Witzel afirmou que mudou por questões profissionais: “O Espírito Santo é um estado extremamente violento, tomado pelo tráfico de drogas. Fui juiz lá na vara criminal e coloquei muita gente na cadeia, políticos. Em momento nenhum eu fui intimidado, não tenho medo de ser intimidado, tanto que fiquei mais dois anos. A decisão de vir ao Rio foi profissional. Se tivesse sido intimidado eu sairia imediatamente”.
Porém, no último debate do primeiro turno, ao ser chamado de “frouxo” pelo então candidato Romário pela mesma questão, Witzel chegou a afirmar que deixou o Espírito Santo por temer por sua vida e de sua família.
O ex-prefeito do Rio também questionou sobre a relação do ex-juiz e Mário Peixoto, sócio do presidente afastado da Alerj, Jorge Picciani, e com o advogado Luiz Carlos Azenha, que defendeu o traficante Nem.
O candidato do PSC afirmou que eles não fazem parte de sua campanha e que não é ele quem tem “presidiário de estimação”.
Em direito de resposta concedido pelos organizadores, Paes negou qualquer relação pessoal com o ex-governador e disse que era apenas institucional:
- Você diz que eu tenho relação com Sergio Cabral e Lula, que estão presos. Eu não tenho relação com presidiário nenhum. Eu não tenho nenhuma acusação, estou há 25 anos na política, e na política a gente precisa conviver com gente que nem sempre a gente concorda. Eu não tenho casa de praia, iate, nenhum desses benefícios. O Sergio Cabral é um criminoso condenado – disse e acrescentou que o ex-governador Cabral deve ressarcir o Estado do Rio.
Eduardo Paes também afirmou que Witzel está sendo apoiado por Marcelo Crivella (PRB), prefeito do Rio, o que o candidato do PSC disse desconhecer.

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    Suzy Monteiro

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