Nildo Cardoso: 'Ceascam é um sonho nosso'
O vereador Nildo Cardoso (PL) foi o entrevistado do programa Folha no Ar, da rádio Folha FM, dessa terça-feira (11). Ele, que já anunciou que irá se licenciar da Câmara, aguarda a criação da secretaria de Abastecimento, a qual irá assumir. Nildo falou sobre essa expectativa e também sobre a construção do novo Centro de Abastecimento e Polo Agroalimentar de Campos (Ceascam), cujo projeto ele afirma que não é um sonho só dele. O parlamentar falou ainda sobre a reforma administrativa da Prefeitura de Campos, que deverá ser analisada em breve na Câmara. Sobre as eleições de 2026, Nildo aposta que o prefeito Wladimir Garotinho (PP) tem "cacife muito grande" para uma disputa ao Governo do Estado e que se fizer dobradinha com o senador Flávio Bolsonaro (PL) tem chances de vaga no Senado. Em relação à eleição presidencial, ele diz que se o ex-presidente Jair Bolsonaro for preso, a aleição cai no primeiro turno com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), eleito.
Orçamento e Finanças — “Eu assumi uma comissão importante, que é Orçamento e Finanças. Mas já ficou engatilhado já uma pessoa, um vice que na hora que tiver que sair, o vice assume. E tem um membro também da comissão que irá assumir. Então tudo que está sendo feito, está sendo feito de forma que a minha saída não venha a prejudicar o governo em hipótese alguma, já que eu faço parte da base. O vice da comissão acho que é Kassiano. Tenho certeza não”.
Reforma administrativa — “Vai chegar à Casa essa semana, mas não dá tempo de votar. Porque isso aí entra, vai às comissões, depois entra na questão da pauta como objeto de deliberação. Aí todos os vereadores têm acesso para que depois você possa pautar, mas tem que ir para as comissões principais, no caso Constituição e Justiça e Orçamento e Finanças. E aí a partir daí depende do presidente pautar e acredito que até a próxima terça-feira já está na pauta, na semana que vem. E chega à Casa essa semana, começamos a analisar. Eu já conheço, eu já li, já sei como que vai funcionar. Alfredo Dieguez, ele também já assinou lá com Wainer lá, acordando as modificações. Algumas foram feitas e nós fizemos em conjunto. E agora é pautar, votar. Tem outras coisas para ser votada, mas eu prefiro não comentar porque não diz respeito a nossa pasta. Aí é com o prefeito e quem vai atuar na pasta”.
Licença da Câmara — “Eu vou me licenciar do meu cargo de vereador e as pessoas precisam entender que eu não estou renunciando o meu cargo não. Continuo vereador, porém licenciado e ocupando o cargo de secretário de Abastecimento e vamos no popular, e pesca para não entrar na questão da piscicultura, então vai à pesca direto. Porque quando a mensagem vai do Legislativo, o prefeito precisa sancionar, tem 30 dias. Quando a mensagem vem do Executivo e o Legislativo aprova, ela entra em vigor a partir do momento da aprovação e, consequentemente, da publicação”.
Desempenho em Brasília — “Wladimir é um prefeito que tem um trâmite em Brasília, que eu sinceramente não sabia que ele era tão articulado como ele tem sido. Para conseguir a quantidade de recursos com todos os partidos ajudando. Até Murilo, um deputado de primeiro mandato de Itaperuna, botou dinheiro no Ceascam. Sexta-feira que vem agora, às 16h, tenho reunião no gabinete de Júlio Lopes no Rio de Janeiro. Tem essa reunião com ele com o objetivo de fazer o dinheiro. Doutor Luizinho botou recurso também. O recurso existe, R$ 12 milhões, está na Caixa. Está na Agricultura, mas ele pode ser remanejado para o Abastecimento. Verba carimbada, só pode ser destinada ao Ceascam. Toda emenda parlamentar é carimbada, não tem como gastar em outra coisa, e fiscalizada pelo Tribunal de Contas da União e a medição para liberação do recurso passa pela Caixa Econômica”.
Ceascam — “Eu acho que é um sonho nosso. Eu não posso esquecer de Ronaldo, não posso esquecer de doutora Valéria, eu não posso esquecer de Maurício Nani, eu não posso esquecer de Alfredinho. Essas pessoas todas contribuíram para que esse projeto chegasse no ponto que chegou naturalmente. Ele foi melhorado, com a equipe agora de Wladimir, mas foi iniciado no governo Rafael, na qual essas pessoas que eu estou falando também faziam parte da equipe de Rafael na época. Mas a única coisa que aproveitou foi o projeto, porque também não resolveu nada. A única coisa que resolveu que eu entrei para lá pra com a licença ambiental, naturalmente que eu não sou maluco, e cortar aquelas árvores que hoje está mais fácil de você trabalhar lá dentro”.
Custos — “Precisa de R$ 60 milhões. O galpão, você tem que fazer porque ele foi construído em 1974, inaugurada em 1977. Então todo aquele telhado que está lá tem que ser tirado, é tudo amianto, que hoje é proibido, então vai ser tudo trocado com telha galvanizada. Uma outra coisa também que tem que ser analisada, que lá não tinha, e vai ter que ter, o galpão da Mesa Brasil, o galpão das caixas. Nós vamos transformar aquelas caixas de madeira em caixa plástica. Essas caixas serão lavadas e vão ter que pagar lá alguns centavos para lavar as caixas para que elas possam retornar lavadas. E eles vão deixar as caixas sujas para serem lavadas e vão levar a limpa. O Ceascam, o antigo Ceasa de Campos, ele vai ficar entre os quatro maiores do Brasil e com a movimentação semelhante em termos de pessoas e de recurso financeiro. E vai ser a redenção para Campos em termos de geração de emprego, em geração de renda. Agora precisamos depois ter a escola de campo”.
Agricultura familiar — “Agricultura familiar é prioridade número um para nós, porque você vai levar lá para dentro as pessoas que vão comprar lá de Guarus, ou de Travessão. Aqueles que estão mais próximos ali, eles vão ter acesso a comprar o produto que é produzido aqui na nossa região, seja São Francisco, seja em São João da Barra, em Campos, da agricultura familiar. Um galpão, inicialmente com 2000 m². Cada repartição com 4x4, que pode ser utilizado por um, até dois ou mais produtores, de acordo com a quantidade de produtos que cada um venha a ter. Haja visto que nós vamos ter que ter uma pessoa para acompanhar o que cada um produz. Não vamos ter box para o cara vir aqui e comprar de atravessador e levar não. Vai ser agricultura familiar para quem produz, quem não produz não vai ter espaço”.
Falta de interesse — “O Governo do Estado não tem interesse não. O Governo do Estado, na época que o João Peixoto estava vivo, eu estava com uma segurança lá, veio um cara do Ceasa do Rio para entrar lá para tirar foto a mando do deputado João Peixoto. Eu falei, o que tem a ver com isso? Quem comprou aquela foi a prefeitura. Parte da área foi pago no governo de Mocaiber, R$ 35 milhões, e aí o restante foi pago no governo Rosinha. E a escritura eu consegui registrada e averbada em nome da Prefeitura Municipal de Campos. Eu tenho cópia da escritura em casa. E a Procuradoria do Município também, o Patrimônio também. Então aquilo ali não tem nada a ver com o Ceasa do estado. E infelizmente, quando eles entram, eles querem administrar e onde eles administram, infelizmente as coisas não andam redondas”.
Falta de recurso — “O Governo do Estado está quebrado. Você vai pedir para quem não tem dinheiro? Eles vêm com linha direta, faz parceria com você aqui, aí ele quer intervir. Então é melhor deixar quieto. Já vamos trabalhar como está trabalhando, com emenda parlamentar de deputado. Isso vindo de Brasília e Wladimir ajudando, como tem ajudado, eu não vejo dificuldade nisso não. A gente tem os deputados que a gente tem acesso em Brasília e ele também tem, e a gente vai somando força”.
Presidência da Câmara — “Essa questão de voto de presidente é muito relativa. Se você pegar Ideval em 2004, ele fez mais de 8 mil votos. Se você pegar o Bacelar em 2008, ele fez mais de 9 mil. Mas se você retroagir um pouco, vai ver que o presidente da Câmara em 2012, ele perdeu a eleição. Um menino de primeiro mandato, Nahim perdeu a eleição para Rafael Diniz. Vamos falar um pouquinho de Marquinho, que está mais recente. Ali existia um projeto do partido de fazer o maior número de vereador possível. Então você pulveriza. Mas aqueles que tiveram uma votação expressiva, ele concentrou a máquina nele. Nesse caso específico do grupo de Bacellar, não houve ali, porque tinha interesse ali. E que perdeu a eleição, que eu fiquei muito sentido, porque tem uma relação muito boa com a família dele, que é o Igor Pereira. Mas por poucos votos ele não fez o terceiro e o partido ficou com apenas dois vereadores eleitos”.
Rodrigo a prefeito — “Porque a família Bacellar no Legislativo vão bem e no Executivo não? Porque ele não foi testado ainda. Eu queria que o Rodrigo fosse candidato a prefeito de Campos, porque lançar outra pessoa não cai na conta. É bom quando cai na conta, quando é a própria pessoa. Você lançar o doutor como foi na outra é uma coisa e você lançar a delegada agora que nunca foi candidato a nada, como o doutor também nunca tinha sido, é fácil. Porque você marca posição, soma a legenda por partido e elege uma bancada boa de vereador”.
Disputa a governador — “Para política do Estado do Rio de Janeiro hoje, o Wladimir ele tem um cacife político muito grande. Com a votação que ele teve em Campos, e a projeção também que ele ganhou a nível estadual, conseguir pegar e fazer 2/3 da Câmara de Campos. Isso é histórico. Acho que ninguém conseguiu fazer isso. ‘Ah, mas Rafael Diniz fez 20’. Fez 20 depois que ganhou uma eleição, depois ele trouxe, fez um pacote lá do lado dele e depois foi perdendo, então não era dele. Wladimir é o contrário, esses partidos foram aliados dele, ele não teve que ir lá e trouxe fulano, ir lá buscar fulano, que estava do outro lado, não. Ele formou o grupo, elegeu, ajudou a eleger essa bancada que está e já tem 2/3. E ele não precisa de compor com ninguém para poder votar os projetos que vai passar pela Câmara, mesmo que precise de 2/3 dos votos”.
Chance ao Senado — “Acho que ele tem um peso grande. Agora não posso falar por Wladimir, o que passa na cabeça dele. Vai ser deputado federal? Vai ser senador? Acho que se ele fizer uma dobrada com Flávio Bolsonaro, que está reeleito senador e é o segundo voto, que são dois votos. Se Flávio pedir no Rio para ele e ele pedir de Niterói para cá, fizer um trabalho bom, principalmente com peso eleitoral de São Gonçalo, Niterói e partir para a Região dos Lagos, região Serrana, Norte, Noroeste. Wladimir tem chance de ser senador”.
Alianças — “Pré-candidato todos são. Agora, eu acho que vou acompanhar a decisão do ex-presidente da República, Jair Messias Bolsonaro e com certeza Flávio Bolsonaro. E pelo que conheço de Wladimir, a amizade que ele tem com Flávio Bolsonaro, que já ouvi eles conversando em uma ligação. A ligação dele quando tirou, pegou o partido aqui, entregou na mão de Wladimir, para o PL caminhar com ele. Tenho certeza que Wladimir não vai deixar de caminhar com a família Bolsonaro não. É minha opinião, pelo que eu conheço de Wladimir”.
“Milagre é para Jesus” — “O presidente não vai lançar um candidato que não sai do lugar. Ele não vai chegar lá, fazer uma pesquisa, chega lá, o cara não tem voto. Aí o que ele vai fazer? Milagre é para Jesus. Então acho que ele tem que chegar e botar um cara que tenha afinidade à família do presidente. Quando eu falo família, porque todo mundo é político. Eduardo é político, Flávio é político, ele é político. Ele tem um irmão, um filho vereador no Rio, então ele tem toda uma estrutura familiar. Quando a gente fala família Bolsonaro, porque é família política. Então acho que ele vai, lá na frente, acompanhar a pesquisa. Na minha opinião, tem gente aí que não vai decolar. Acho que o próprio governador, se ele vier senador, acho difícil a eleição dele para senador. Porque ele ali não incorpora nem direita nem esquerda”.
Influência no Estado — “A eleição que você não entrou nela ainda, que vai influenciar muito no Estado, vai ser a de Brasília. Se o cara está lá com a tendência do presidente da República ser fulano de tal, ligado ao partido tal, os estados lá vai influenciar. Quer dizer, não vamos ficar com o Estado contra o Governo Federal. O eleitor não é burro não, eleitor é inteligente. E ele vai fazer essa análise no momento certo”.
Situação de Bolsonaro — “Na minha opinião, Bolsonaro preso, que vai acontecer com o país? Eu não sei o que pode acontecer. Mas uma coisa eu garanto, a eleição cai no primeiro turno, com 75% ou 80% e Tarcísio vira presidente da República. E se Caiado aceitar ser vice, não precisa nem se preocupar em fazer campanha”.
Reeleição de Wladimir — “Já era previsto, diante do trabalho que ele desenvolveu nesse primeiro mandato dele. Nós esperávamos. Sempre falava ‘você vai bater o recorde, vai bater o recorde de Campos da história, vai ser o prefeito mais votado da história de Campos’. A gente andando aí pelo interior e principalmente na pedra, nós sentimos que a pedra estava com um pensamento diferente que as pessoas antes. A pedra era anti família Garotinho. Mas Wladimir conseguiu, com trabalho que ele realizou na cidade, nos bairros principalmente, e o interior não se fala, conseguiu trazer todos para perto dele. Ele discutiu com a sociedade organizada, trouxe para perto a Acic, CDL, o comércio local. Nós sabemos que muita coisa precisa ser feita, principalmente na área central”.
Situação de rua — “A gente vem discutindo a questão de pessoas de rua que vem atrapalhando o comércio de um modo geral e tirando ainda mais a cada dia o número de pessoas que poderia estar no centro trabalhando até mais tarde um pouco. Mas já fica com medo, que depois das 17h30 já começa a circular esse número de pessoas de rua. Isso acaba afastando. E outra coisa, essas pessoas que estavam interiormente apenas no centro da cidade, eles estão avançando para Pelinca com força. Você chega hoje nos principais pontos da avenida Pelinca, você encontra em cada esquina um grupinho de 8 ou 10 sentados”.
Investimento do Estado — “Foram 11 bilhões aproximadamente a venda da Cedae, aí investiu em Campos quanto? Um bilhão, não sei, pode ser. Ia fazer o que com esse dinheiro do Estado? A função do Estado é investir nos municípios. O Estado é na realidade composto pelos 92 municípios, assim como os distritos pertencem ao município. Campos a hora de investir, vai investir em todos os distritos que compõem o nosso município”.