Leite humano é fonte de nutrientes eficaz aos bebês
/
Divulgação - Arquivo
Os nascimentos em Campos aumentaram no ano de 2024, onde o município registrou 13.900 partos de bebês vivos, contra 7.252 do ano anterior. Uma diferença de mais de 6 mil nascimentos. No entanto, em todos os estados do Brasil foi mantida a tendência de queda nesses registros em comparação ao ano anterior, como apontado nos últimos anos. Desta vez, foram mais de 2,3 milhões de registros de nascimentos, representando queda de 5,8%. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados no último dia 5 pelos cartórios e tabelionatos de todo o país. Neles, são revelados ainda os números referentes a óbitos, casamentos e divórcios.
William Passos é geógrafo com especialização doutoral em Estatística pelo IBGE e analista estatístico do Núcleo de Pesquisas Econômicas do Rio de Janeiro (Nuperj) da Universidade Estadual Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf). Ele informa que é necessário analisar os dados de Campos dentro do contexto nacional e comenta sobre os dados de nascimentos.
“O contexto nacional é o de redução gradativa do número de nascimentos pelo adiamento cada vez maior da primeira gravidez por parte das mulheres. Ao mesmo tempo, existe também uma redução do número de filhos por mulher, que corresponde à taxa de fecundidade, que não é a mesma coisa que a taxa de natalidade, mas que guardam relação. Então, hoje nós temos uma fecundidade no Brasil de menos de dois filhos por mulher, significa que temos cada ano um número cada vez menor de nascimentos. Como consequência isso resulta no envelhecimento da população e futuramente na redução da população brasileira”, comentou William.
Já as mortes em Campos dobraram de um ano para outro: foram de 4.305 em 2023 para 9.100 em 2024. A população estimada no município caiu de 519.011 habitantes no ano anterior para 483.540 no ano passado. O país registrou 1,5 milhão de óbitos em 2024, que representa aumento de 4,6% em relação a 2023. O IBGE aponta que esse aumento se deve ao envelhecimento populacional e que 93% das mortes foram de causas naturais.
“Temos uma redução ao longo do tempo do número de óbitos, que é uma tendência nacional e internacional na comparação com as gerações passadas em função da melhoria dos sistemas de saúde. Hoje temos aumento da longevidade, uma qualidade de vida maior por parte da população mais velha e consequentemente temos redução do número de óbitos por causas evitáveis”, explica o especialista.
Cemitério do Caju
/
Rodrigo silveira
Os dados de casamento e divórcio no município também tiveram aumento. Os casamentos passaram de 2.328 em 2023 para 4.600 em 2024. Os dados de 2023 ainda detalham que foram realizados 2.309 casamentos entre pessoas de sexo diferente e 19 entre pessoas do mesmo sexo. Nacionalmente foram mais de 900 mil casamentos civis em 2024, sendo 12.187 entre pessoas do mesmo sexo.
William diz que há também um adiantamento dos casamentos e uma redução gradativa dos casamentos formais, aqueles que são registrados em cartório. “A cada ano os números sofrem flutuação, mas se a gente tiver um olhar mais ampliado a gente vai perceber que o número de registros de casamento, que é diferente do número de pessoas convivendo, vem se reduzindo ao longo do tempo”, analisou.
Sobre os divórcios, em 2024, o município registrou 2.700 contra 1.310 do ano anterior. Ele explica que esses números também sofrem oscilação.
“No caso de 2024, os divórcios diminuíram em comparação a 2023. Como há muitas vezes a diminuição do registro de casamento, também acontece de observarmos estatisticamente a redução do número de divórcios. Mas, na prática, as pessoas estão optando por formas menos tradicionais de convivência ou optando pela menor regularização do registro da convivência”, esclareceu.