Vacinação contra Covid-19 continua em Campos, mas ainda sem previsão para outros grupos
Ingrid Silva - Atualizado em 15/02/2025 09:52
Vacinação contra a gripe
Vacinação contra a gripe / Secom Campos
A vacinação contra a Covid-19 continua sendo oferecida para a população de Campos. Porém, atualmente, a imunização contra a doença está sendo oferecida apenas para pessoas do grupo de risco, crianças, idosos e gestantes, além de outros grupos prioritários na ordem do Plano Nacional de Imunizações (PNI). Até o momento não há previsão de calendário para os outros grupos, que teve ciclo finalizado no ano passado. Mesmo com apenas 11 casos confirmados de janeiro deste ano até o momento em Campos como informado pela Secretaria de Saúde, a doença continua circulando em todo o país e sendo um risco, principalmente, para os grupos prioritários.

A Secretaria Municipal de Saúde ainda informou que não houve nenhuma morte pela doença nesse meio tempo. Já no número de vacinações, foram 1.176.483 de doses aplicadas do imunizante monovalente, enquanto de bivalente foram 63.342. De acordo com o infectologista Nélio Artiles, a Covid-19 ainda se mantem endêmica em nosso país, saiu daquele nível que acontecia na época da pandemia mas ainda possui a mortalidade e continua causando adoecimento nas pessoas. 
“Deve ficar claro que a Covid mantém-se endêmica em nosso país. Saiu daquele nível que acontecia na época da pandemia, mas ainda mantém a sua mortalidade, adoecendo e matando assim como Influenza e outras doenças. Por isso, deve-se preocupar principalmente com os grupos prioritários e os grupos específicos de risco para que a gente possa ter uma proteção contra essa doença”, disse o médico, que ressaltou ainda sobre a eficácia das vacinas e que o perigo é a doença, falando também sobre como funciona para quem não faz parte do grupo de risco ou prioritário.

“Algo que precisa ser muito bem detalhado é que continua havendo uma corrente anti vacina no Brasil e no mundo, como se a vacina fosse maléfica, tivesse algum grau de de adoecimento, isso não condiz com a verdade. A vacina é super segura, é eficaz e a doença é muito mais perigosa (...) E criança acima de cinco anos, pessoas que não tem comorbidades, que não tem doenças, na verdade tem que apenas manter o calendário com uma dose feita da vacina de preferência das mais recentes porque a mutação do vírus continua e continua havendo atualização no tipo. No momento não há recomendação formal de vacinação pra esses grupos. Mas há que considerar as situação epidemiológicas do momento e as novas gerações de vacinas”, explica Nélio Artiles.
A vacina que protege contra a covid-19 continua sendo aplicada para crianças de 6 meses a 4 anos, 11 meses e 29 dias e para os grupos prioritários a partir de 5 anos, conforme orientação do Ministério da Saúde. O imunizante está disponível em quatro postos, como no Centro Municipal de Vacinação e Testes de Triagem Neonatal, que funciona na sede da Secretaria de Saúde, e Clínica da Criança, com o atendimento de segunda a sexta-feira é das 8h às 20h. Já aos sábados, domingos e feriados, a vacinação acontece das 8h às 17h, em ambos os postos.

Na Unidade Pré-Hospitalar (UPH) de Travessão, de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 16h, também é aplicada a vacina para todas as idades. Pessoas acima de 12 anos, também pode optar por receber a vacina no Clube da Terceira Idade, se segunda a sexta, das 8h30 às 16h. Pelo Plano Nacional de Imunizações (PNI) podem ser imunizadas as crianças de 6 meses a 4 anos, 11 meses e 29 dias, independentemente de ter iniciado ou não a proteção contra a Covd-19 com vacinas anteriores. As pessoas com 60 anos ou mais, gestantes, puérperas e imunossuprimidos acima de 5 anos devem receber uma dose da vacina a cada seis meses.
Os grupos prioritários elegíveis para receber a vacina uma vez ao 1 ano são: pessoas que vivem ou trabalham em Instituições de Longa Permanência (ILP), indígenas, ribeirinhos, quilombolas, trabalhadores da saúde, pessoas com deficiência permanente ou comorbidades, pessoas privadas de liberdade com 18 anos ou mais, funcionários do sistema de privação de liberdade, adolescentes e jovens cumprindo medidas socioeducativas e população em situação de rua.

O médico infectologista Nélio Artiles também falou sobre a importância de cuidar dos quadros gripais, mesmo que simples, até para quem não tem comorbidades ou não se enquadra no grupo de risco, devido a possibilidade de infectar essas pessoas e também de acabar desenvolvendo síndrome pós-Covid.

“A doença, quando não leva a um quadro mais grave de morte, pode causar um quadro de síndrome pós-Covid, que tem sido estudado cada vez mais. A pessoa fica bem, às vezes o quadro simples, mas pode ter repercussões futuras (...) Isso é importante porque hoje a grande parte das infecções de Covid em grupos não prioritários, fora de riscos, é uma síndrome gripal simples. A maioria das gripes que acontece no dia a dia entre nós precisa ser olhado sempre para tentar diagnóstico, porque temos aí, por exemplo, vários pacientes que estão com Covid sem saber que estão (...) A evolução vai ser benigna, o prognóstico vai ser bom, mas se tem um idoso em casa, tem uma pessoa com uma doença em casa, doença crônica, isso pode levar essa pessoa a risco. Então, tem que se considerar sempre a possibilidade de ser Covid em qualquer quadro gripal”, conta Nélio.

Para receber a vacina é necessário apresentar documento com foto, CPF ou Cartão do SUS e a caderneta de vacinação, no caso das crianças e adolescentes. Os idosos, gestantes e puérperas devem levar o Cartão de Vacina Covid-19 juntamente com documentos pessoais. Para os imunocomprometidos é obrigatório documento que comprove a condição.

O infectologista ainda falou sobre a situação do país com a doença e se há risco de ter uma nova pandemia da doença ou não. Nélio relembrou também sobre a Influenza, que segue adoecendo e matando parte da população mesmo com a vacina disponível.
“Acredito eu que, certamente, não teremos aí uma nova pandemia da mesma proporção de anteriormente, até porque existe uma estabilidade da questão da imunização não só natural como também por vacinas. A população também já está mais experimentada com esse vírus, mas teremos as mutações que continuarão e logo nós teremos quadros variáveis de, vamos dizer assim, um surto ali, outro surto aqui. Fora isso, a doença, acredito eu, que vai continuar endêmica como a influenza, que também continua, infelizmente, adoecendo e matando pessoas. Temos que manter sempre o sinal de vigilância em aberto”, ressaltou.
Com informações da Prefeitura de Campos

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