Em final épica, Argentina vence a França nos pênaltis e conquista sua terceira Copa do Mundo
Matheus Berriel 18/12/2022 15:03 - Atualizado em 13/02/2023 18:13
Messi e a Argentina no topo do mundo
Messi e a Argentina no topo do mundo / Foto: Divulgação/Fifa
Após o Brasil — pentacampeão desde 2002 —, a Itália e a Alemanha — ambas tetra —, a Argentina é mais uma seleção a alcançar o terceiro título da Copa do Mundo de Futebol. O feito foi obtido neste domingo (18), com vitória sobre a França por 4 a 2, nos pênaltis, após empate por 2 a 2 no tempo normal, ampliado para 3 a 3 na prorrogação. O goleiro Emiliano Martínez foi um dos heróis da conquista, defendendo a cobrança de Coman, além de ter sido eleito o melhor guarda-redes da competição. Dividiu o protagonismo com Messi, autor de dois gols no jogo e melhor jogador da Copa, e Di Maria, que também marcou na final. Enzo Martínez foi eleito a revelação. Pelo lado francês, Mbappé anotou um hat-trick e foi o artilheiro da Copa, com oito gols. A conquista argentina encerra um jejum que durava desde 1986, tendo o primeiro título conquistado em 1978.
Bastou o apito inicial para Messi argentino começar a fazer história. Em seu 26º jogo numa Copa do Mundo, divididos entre cinco edições, o camisa 10 se isolou como o jogador com mais atuações pelo torneio, superando o alemão Lothar Matthäus. Com a bola rolando e a Argentina amplamente superior, Messi precisou de 22 minutos para abrir o placar, dividindo o protagonismo com Di Maria, este de volta ao time titular. Dono do lado esquerdo de ataque, Di Maria já havia participado de outras jogadas quando sofreu pênalti cometido por Dembelé. Ao deslocar o goleiro Lloris na cobrança, Messi não só fez 1 a 0, como isolou-se na artilharia desta Copa, com seis gols; igualou o número de tentos anotados por Pelé em Mundiais, com 12; e tornou-se o primeiro jogador a marcar nas quatro fases eliminatórias do torneio numa só edição.
Dando efeito à superioridade apresentada, a Argentina chegou ao segundo gol aos 35 minutos, desta vez usando a coletividade. Em contra-ataque bem construído, Mac Allister passou para Messi, que acionou Álvarez. Este lançou novamente Mac Allister, que invadiu a área e deixou Di Maria com o gol inteiro à sua frente para fazer 2 a 0.
Dominada e acuada, a França criou sua única chance em todo o primeiro tempo quando o placar sequer havia sido inaugurado. Foi na base da bola aérea, aos 19 minutos, com Giroud subindo mais alto que a marcação e cabeceando por cima, num lance que acabou invalidado devido a falta do atacante. Giroud, inclusive, foi um dos atletas substituídos pelo técnico Didier Deschamps antes mesmo do intervalo, dando lugar a Thuram na tentativa de segurar o domínio dos hermanos. Também no ataque, Dembelé deu lugar a Kolo Muani. Outro nome da posição inscrito no Mundial e eleito melhor jogador do mundo nesta temporada, Benzema recuperou-se de lesão no Real Madrid, seu clube. Chegou a ser convidado pelo presidente francês, Emmanuel Macron, para assistir à decisão no Catar, mas sequer retornou ao país.
Na volta do intervalo, apesar de a França ter conseguido equilibrar as ações, as melhores investidas continuaram sendo argentinas. Logo aos três minutos, De Paul parou em defesa segura de Llloris, aproveitando cruzamento de Di Maria após passe de Messi. Aos 13, Lloris pegou em dois tempos um chute de Álvarez. Messi tentou aos 14, chutando batendo e pela linha de fundo.
Até então apagado, Kylian Mbappé só conseguiu finalizar pela primeira vez aos 25 minutos do segundo tempo, mandando para o alto após se livrar da marcação. Foi o cartão de visitas para uma reação improvável. Aos 34, Kolo Muani foi derrubado por Otamendi na área após arrancada pelo lado esquerdo. O árbitro deu pênalti, que Mbappé cobrou no canto direito de Emiliano Martínez. Logo, os gritos de "olé" que se ensaiavam na torcida argentina foram substituídos pelo silêncio de tensão. Uma tensão que ganharia contornos ainda mais dramáticos aos 36, após um desarme de Coman em Messi no meio-campo. Rabiot foi acionado, partindo dele o cruzamento a Mbappé, que tocou de cabeça para Thuram e recebeu de volta também no alto, acertando um chute de primeira para deixar tudo igual.
Se o título parecia definido minutos antes, por pouco não virou de lado ainda no tempo regulamentar. No auge da reação francesa, Mbappé arrancou pela esquerda e cruzou para Kolo Munai desviar pela linha de fundo. Thuram também teve uma oportunidade na área, recebendo cartão amarelo por simulação de pênalti. Já nos acréscimos, em nova arrancada, Mbappé finalizou de fora e viu a bola desviar em Enzo Fernández antes de sair.  O goleiro argentino, Emiliano Martínez, precisou trabalhar em seguida, interceptando um chute de Rabiot de dentro da área. Só dava França, até Messi mostrar que ainda estava em campo, soltando uma bomba espalmada por Lloris.
Veio a prorrogação, e a Argentina voltou a ser mais perigosa. Mac Allister e Lautaro Martínez criaram chances de gol, tendo Lautaro desperdiçado a melhor delas. Fechando o primeiro tempo, o atacante chegou a dominar na área, mas mandou para fora. As emoções ficaram guardadas para o segundo tempo. Aos três minutos, Messi tocou para Enzo Fernándes, que passou para Lautaro Martínez. Lloris deu rebote no chute do atacante, e Messi chegou com tudo para fazer 3 a 2. Mas ainda tinha jogo. Aproveitando a sobra de um escanteio, Mbappé arriscou da entrada da área e acertou o braço de Montiel, motivando mais um pênalti. O próprio Mbappé cobrou, marcando pela terceira vez na final para tornar-se o maior artilheiro de decisões de Copas, com quatro gols. Ainda teve tempo para um desvio de Kolo Muani para fora; uma defesaça de Martínez, impedindo o mesmo Kolo Muani de virar herói; e um cabeceio errado de Lautaro.
Nos pênaltis, Mbappé e Messi abriram convertendo as suas cobranças. Daí em diante, pelo lado francês, Coman parou em Emiliano Martínez, e Tchouaméni mandou para fora. Kolo Muani até converteu, mas não adiantou, pois a Argentina chegou ao título com as conversões de Dybala, Paredes e Montiel.

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